Shara colocou a mão tremula no centro da imensa porta de madeira que acabará de se materializar a sua frente, sentindo seu estomago embrulhar, ela estava nervosa era um fato, a porta se abriu instantaneamente, reconhecendo o toque e sua assinatura magica, uma prova de que aquele lugar também a pertencia, ela estava de volta em sua casa, pelo menos era assim que ela se sentia, embora ela não pudesse voltar sem que ele também estivesse lá, as duas coisas estavam associadas, conectadas uma a outra de tal forma que era impossível desassociar, aquele lugar funcionava para ela quando ele estivesse ali, sendo assim não havia outra forma de voltar. Ela congelou... era estranho, já que encontrar com ele depois de tudo que eles haviam passado juntos naquela noite, era tudo que ela mais queria, mas ela precisava admitir que estava com alguma dificuldade em dar o próximo passo.
_Está tudo bem? – Antony perguntou, sim ele a estava acompanhando, não que ele tivesse pedido para fazê-lo ou algo assim, até por que eles não trocaram mais nenhuma palavra depois que saíram da sala de troféus, mas ela não podia e nem iria impedi-lo, afinal eles haviam começado tudo isso juntos, ele era parte daquela história e sendo assim o certo a se fazer era que o terminassem também.
_Sim – ela inspirou o ar e o soltou, Shara entrou, e ela quase sorriu com a cena que via a sua frente, seu pai estava sentado confortavelmente em uma das poltronas, como se fosse apenas mais um dia qualquer, ele segurava uma taça com um liquido avermelhado dentro, ele balançou o liquido bastante concentrado naquela ação até que seus olhos se encontraram, ele se levantou, depositando a taça gentilmente em um apoio lateral, ela o estudou por um momento, sim ela queria correr até ele e abraça-lo como já havia feito tantas outras vezes no passado, mas dessa vez foi diferente.. Algo cresceu dentro dela, e aquilo não era sobre o seu estomago, ela se aproximou dele sim... alguns passos apenas...
_Como você ousa fazer isso comigo? – ela explodiu, estando tão surpresa com sua própria reação quanto ele e Antony também pareciam ser – você disse que cumpria suas promessas... você disse que sempre as cumpria, todas elas – ela lhe lançou um olhar firme de acusação – mas não... você foi lá e morreu, morreu na minha frente – e de repente ela estava com raiva, muita raiva, seu corpo todo tremia, era inevitável, aquilo era algo maior, algo que ela não parecia controlar.
_Algumas promessas simplesmente possuem pesos maiores do que outras – ele disse sem desviar o olhar, ela não queria reagir assim, ela sabia que sua reação podia ser comparada a de uma criança pequena que se contem e se retrai na frente de estranhos, mas extravasa ao se deparar com seu elo seguro, no caso o seu pai... aquilo, era algo mais ou menos assim.
_Pesos... nós nunca falamos de pesos – ela o amava, e a dor da perda, de perde-lo agora era tão imensamente ampla e terrível, que ela o odiava por faze-la se sentir assim.
_Existem muitas coisas das quais nós não falamos Shara... e ainda assim não significam que elas não estejam lá – ela sentiu as lagrimas se formarem na íris de seus olhos, deixando o ambiente ofuscado ao seu redor.
_Eu não entendo... por que fez aquilo? – as lagrimas desceram, marcando sua bochecha com precisão - você ia me abandonar... você ia embora... por acaso pensou nisso? Pensou em como eu me sentiria aqui? – ela chorou.
_Por que você foi até lá Shara? Aquela noite... sabendo de todos os perigos que corria, por que se empenhou tanto mesmo quando sabia da minha opinião a respeito, você pensou, planejou, envolveu outras pessoas, cúmplices ou não nesse seu plano tolo... descumpriu minhas ordens. Mentiu para mim, mais de uma vez... Infringiu diversas regras da escola, e tudo isso por que? – ele perguntou, ele não estava lhe acusando... ele estava apenas... perguntando – diga-me... existe um motivo, não existe? – claro que existia, ela o amava a ponto de se arriscar por ele, ela faria qualquer coisa por ele, qualquer coisa... – a reciproca também é verdadeira – ele disse, como quem pudesse ler seus pensamentos, tudo bem que ele podia... mas não era o caso ali – acostume-se você não é a única a fazer tais sacrifícios – ela chorou ainda mais com aquela verdade, ela sabia agora o quanto ele se importava sim, mas ouvi-lo dizer era ainda diferente - Eu não sou bom em expressar sentimentos Shara e eu sei que minha maneira de proteger pode parecer cruel, mas tudo o que fiz foi por uma única razão... amor, amor a você. Eu nunca quis deixá-la sozinha - aquilo era o bastante...
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Destinos improváveis
FanfictionSevero Snape sabia que aquele não seria um ano qualquer, desde que Harry Potter havia pisado em Hogwarts um ano antes, suas expectativas certamente eram as piores possíveis, assim era o que ele pensava, até conhecer aquela garotinha, Shara Epson uma...