CAPÍTULO 16

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SAM

- Você escutou o que acabou de falar? - Como eu imaginei, ela não está acreditando em minhas palavras, afinal, eu estou falando do seu pai.

- Sim, sei exatamente o que eu falei - continuo olhando para ela que ainda está desacreditada, assim como eu também estou.

- Sam, se você estiver mentindo eu juro...

- É a morte do meu pai que envolve o seu, você acha mesmo que eu vou mentir sobre isso?! - Falo mais alto do que gostaria, começando a ficar inquieta, passo minhas mãos no meu cabelo tentando manter a calma, Mon pega sua bolsa procurando algo - O que você está fazendo?

- Richie - Mon age apressadamente pegando seu celular, me aproximo.

- O que tem o seu irmão? - Não estou entendendo o que ela pretende fazer.

- Quando nos vimos ele falou que meus pais queriam me ver - Ela diz com pressa mexendo no celular, noto que ela está com as mãos trêmulas, seguro suas mãos, ela me olha confusa - O que está fazendo? - Pego seu celular - Me devolve - Mon tenta pegar, mas eu não permito.

- Mon, me escuta - Tento manter a voz calma - Você não pode falar com seu irmão, muito menos com seu pai, ele não pode saber que eu descobri, pelo menos não ainda - Ela olha em meus olhos descendo o olhar para o seu celular na minha mão.

- Eu não entendo - Mon caminha de um lado para o outro - Meu pai... não... meu Deus... ele - Ela olha para mim novamente - Eu quero ver - Fico confusa não entendo ao que ela está se referindo, ela se aproxima - Às provas que foi realmente meu pai, eu quero ver.

- Quando eu soube não agir pensando direito, apenas sai com pressa - Falo guardando o celular dela - Está com Tee, eu posso falar para ela trazer aqui...

- Fala - Mon corta a minha fala - Eu quero ver agora, fala para ela trazer - Respiro fundo pegando meu celular para em seguida ligar para Tee, depois de trinta minutos ela aparece com a pasta.

Quando entro no quarto com a pasta na mão, vejo mon sentada mexendo as pernas nervosa,  ao me ver ela levanta pegando a pasta e colocando na cama, começando a abrir ainda tremendo suas mãos.

A morte do meu pai foi algo que realmente mexeu comigo, meu pai sempre foi importante para mim, a única coisa que me fazia não sentir tanta dor era estar focada a todo custo em procurar o responsável e matá-lo com minhas próprias mãos.

Fecho a porta, encostando minhas costas nela, o quarto é preenchido pelos soluços do choro que vem dela não suportando ver tudo que está em sua frente, ela me olha e se aproxima devagar.

- Eu sinto muito - São suas únicas palavras, ninguém melhor do que ela conhece minha dor, meu pai era tudo para mim - Amor, eu sinto muito mesmo, meu Deus... eu não acredito - Ela me puxa para um abraço.

- Seu pai nunca aceitou nosso relacionamento porque ele sabia o risco - Falo depois de um tempo ainda em seu abraço, me afasto com calma, caminho até a cama pegando uma foto dele - Eu não posso ver ele como seu pai agora, você me entende? - Olho para ela - Para mim ele não é mais seu pai, eu preciso tirar essa informação da cabeça - Ela se aproxima, vejo o seu nervosismo.

- O que você quer dizer com isso? - Respiro fundo amassando a foto com minha mão - Sam, por favor...

- Eu quero que você entenda - Toco seu rosto - Eu fiz uma promessa e eu vou cumprir - Ela balança a cabeça se afastando, Mon abriu a porta e saiu com pressa, consigo alcançar ela na porta de saída, seguro seu braço - O que você está fazendo?

- Me solta - Ela pede com súplica, mas ainda assim não solto - Sam me solta agora! - Gritou as palavras, puxo para um abraço, colidindo seu corpo ao meu, mas com cuidado para não machucá-la - Eu tenho que ir lá - Ela diz entre as lágrimas, chorando mais uma vez.

- Eu não posso deixar você ir - Beijo seu ombro - Não posso deixar você longe de mim - Me afasto mantendo minhas mãos em sua cintura, levo uma até seu rosto para limpar as lágrimas, deixo um beijo delicado em seus lábios - Fica comigo?

- Eu não sei - A voz dela é baixa por causa do choro - Eu acho que preciso de um tempo - Franzo o cenho, solto ela devagar.

- O que? - Pergunto mesmo escutando perfeitamente, minha pergunta é por não acreditar no que ela acabou de falar.

- Eu acho que preciso de um tempo, tudo que aconteceu nos últimos dias foi demais para mim - Ela diz entre o choro, enquanto continuo imóvel tentando entender o que eu fiz de errado.

.....
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Tudo bem não ser normal?Onde histórias criam vida. Descubra agora