CAPÍTULO 6

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MON

Depois que consegui me separar de Nop, senti como se muitos tivessem desistido de mim, ficava em casa o tempo todo por sentir medo. Meus pais ainda estavam ali comigo, eles falavam para eu voltar com Nop, mas não sabiam o que eu passava.

Tudo começou a mudar quando encontrei Sam, encontrar ela foi como se finalmente tivesse encontrado a mim mesma, encontrado a felicidade.

Aconteceram muitas coisas na minha vida, e falar lata Sam me deixava ainda com mais medo. Falei um pouco do que passei quando namorei Nop, e do jeito possessivo dele.

Não falei a parte que mais me assusta, ela saber um pouco de tudo que tive com ele já mostra que ela não gostou nada, como eu imaginei que aconteceria.

- Ele já te bateu? - Ela estava séria, com sua voz ríspida.

- Sam, por favor não...

- Mon, eu vou perguntar só mais uma vez, ele já te bateu? - Se eu mentir ela vai saber na hora, ela me conhece muito bem, e eu sou péssima mentindo.

- Ele já chegou a ser agressivo - Minha voz saiu trêmula, estou com medo, e magoada por lembrar disso.

Sam me surpreende, ela não fala mais nada, e apenas me puxou para um abraço, no seu abraço me senti segura.

Sam faz um carinho no meu rosto, ela era outra pessoa quando se direcionava a mim, suas atitudes, ações, tudo era diferente. Eu amo isso, muitas vezes fui chamada em seu trabalho para controlar sua raiva.

- Tenho coisas importantes para resolver, talvez eu chegue mais tarde em casa, qualquer coisa me liga, por favor se cuida e se alimenta, beba água também, você é péssima nisso - Sam sempre me lembrava de beber água, amo como ela cuida de mim - Eu tenho que ir, eu te amo - Ela me beija.

- Eu também te amo - Deixo mais um selinho.

A caminho para o trabalho, respondo algumas mensagens de Beer, minha secretária. Ela falou que temos que fazer algumas entregas hoje, e que mais clientes queriam marcar horário.

Meu celular vibra novamente, acho que é Beer.

Número desconhecido.

Número desconhecido: Finalmente consegui seu número, querida.

Um frio começa a tomar conta do meu corpo, não é possível que seja ele, meu coração acelera, tento procurar uma maneira de encostar o carro, ao conseguir, mando uma mensagem.

Mon: Quem é?

Número desconhecido: Falando assim você me magoa, não sentiu minha falta? Adoraria te ver novamente. Onde posso te encontrar?

Mon: Você é louco se acha que vou perder meu tempo com você, Nop.

Nop: Eu já falei você não tem escolha, você tem sorte por eu ainda não ter feito nada, mas se quer que tudo siga como combinamos, me fala onde te encontrar.

Me dou por vencida.

Mon: Me encontra no restaurante na hora do almoço, eu te mando o endereço.

Nop: Boa menina, vejo que ainda obedece.

Quando finalmente chego no trabalho vejo Beer, ela está com um café na mão, ao se aproximar me oferece.

- Você está com a cara péssima - Ela diz, enquanto me acompanha.

- Obrigada pelo café - Mesmo diante disso tudo, eu só quro distrair minha mente - Não quero falar sobre isso agora, vamos focar no trabalho, pode ser?

- Sim, como quiser - Respondeu gentilmente.

(...)

Vejo que já é hora do almoço, penso seriamente em fugir, escolhi um lugar público, pego o celular para mandar o endereço para ele.

Quando chego vejo que ele já está me esperando, ele abre o sorriso que me dá ânsia, me sento sem falar nada.

- Está linda, roupa social combina com você - Eu amava usar roupa social assim como Sam, só que diferente dela eu prefiro saias, mas isso não importa agora.

- Fala logo o que você quer - Falo sem paciência.

- Você não vai almoçar? Viemos para almoçar também.

- Olhando pra sua cara me faz perder a fome, o único motivo de ter escolhido um restaurante é pela minha própria segurança - Eu sabia qua Sam poderia me proteger, mas nesse caso, eu não queria que ela soubesse o que Nop tem pra usar contra mim.

Quero resolver tudo isso de uma vez por todas sozinha, eu preciso tentar.

- Eu quero voltar com você, e não quero sair daqui sem ter a certeza disso - Ele diz, suas palavras não me surpreende.

- Eu não sei se notou mas eu sou muito bem casada, e amo minha esposa.

- Vou te mostrar uma coisa - Fico confusa - Eu preciso te lembrar que você não tem escolha, você fugiu uma vez, mas não vai fugir de novo - Ele mostra o visor do celular, mesmo depois de muito tempo ele ainda insistia nisso - Para não ser tão ruim como você acha, eu vou te dar até amanhã a noite - Ele sorriu vitorioso - Bom, já que não quer comer, eu vou resolver outras coisas, te vejo amanhã a noite, estou com saudades - Ele sai, me deixando em pedaços com o que vi.

(...)

Chego em casa primeiro, tomo um banho e tento comer algo.

Durante esse tempo fico pensando no que fazer diante da situação que me encontro, tenho que encontrar uma maneira para resolver isso.

Mando uma mensagem para Sam, perguntando se ela vai demorar, mas logo vejo minha esposa entrando em casa, ela parece cansada.

Vou rapidamente ao seu encontro.

- Oi amor, você parece cansada - Beijo ela, envolvendo meus braço em seu pescoço - Senti sua falta.

- Eu também senti sua falta, como foi seu dia? - Sam sempre pergunta como foi meu dia, amo quando ela faz isso.

Falo o que aconteceu, menos a parte que encontrei Nop, sinto que ela não precisa saber desse detalhe agora

Sam tirou com cuidado meus braços que envolvia seu pescoço, começando a caminhar com as mãos nos bolsos, ela ficou séria, isso me deixa  preocupada.

- Eu achei que confiava em mim, eu prometi te proteger, cuidar de você - Fico confusa ao ouvir suas palavras, não sei onde ela quer chegar - Mas mesmo assim, eu não entendo você falar como foi seu dia, mas esconder que teve um encontro com seu ex.

Em choque, é assim que me encontro, mas como eu pude pensar que ela não saberia, como eu pude cogitar isso?

Às vezes eu esquecia quem realmente era Sam, a mafiosa mais temida.

Agora me encontro encurralada, com minha esposa com raiva diante de mim.

Deixa sua estrelinha.

Tudo bem não ser normal?Onde histórias criam vida. Descubra agora