CAPÍTULO 75

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NARRAÇÃO

ALGUM MOMENTO NO PASSADO

- Vamos para casa? - Sam quebrou o silêncio, a voz suave, enquanto ambas permaneciam deitadas, envolvidas num abraço que parecia recuperar o calor de tempos passados. Mon ergueu os olhos para encará-la, mas não precisou dizer nada. Seu olhar já revelava os pensamentos que lhe atravessavam a mente - Sim, eu bebi - Admitiu, antes que qualquer palavra fosse dita. Sua voz era baixa, quase um sussurro, enquanto os dedos traçavam caminhos delicados pelas costas da esposa - Mas eu tive motivos para isso.

Havia um peso em cada palavra, mas também uma vulnerabilidade que tornava impossível para Mon desviar o olhar.

- Não deveria ter dirigindo bêbada, poderia ter acontecido um acidente - Mon coloca o cotovelo para se apoiar melhor na cama e olhar a linda mulher deitada - Tenho medo até de imaginar o quanto bebeu nesses dias que estive ausente - Sam fecha os olhos sentindo os carinhos que Mon fazia em seu rosto - Eu senti tanto sua falta - Mon aproxima seu rosto para sentir os lábios que tanto desejava. No início foi um beijo calmo, queria matar a saudade que sentiu durante todos esses dias. Mas depois, Mon desceu sua mão devagar a deixando um pouco acima do seio de Sam - Eu não sei como consegui ficar tanto tempo longe de você - Mon impende Sam de falar, voltando a beijá-la com mais intensamente.

Mon passa sua perna em volta de Sam sentada em cima dela, as mãos de Sam encontram sua cintura deixando um aperto firme. O quarto já estava com uma temperatura elevada, em nenhum momento os lábios se afastaram, Sam sentiu seu coração acelerar assim que Mon começou a desabotoar sua blusa.

- Amor... O que... - Mon estava ciente que Sam preferia não ser tocada, mas nem ela mesma estava reconhecendo suas atitudes, seu maior desejo era sentir sua mulher.

- Por favor... - Elas se olhavam com intensidade - Eu...

- Mon! - Mon soltou um suspiro frustrado, esquecendo por um momento que estava na casa de seu irmão. Richie não parava de bater na porta com insistência. A contragosto, Mon se levantou, seus sentimentos misturados. Embora amasse o irmão, naquele momento, a vontade de estrangulá-lo era quase irresistível, mas no fundo, sabia que ele só estava preocupado. Ao abrir a porta, Richie a olhou com uma expressão de preocupação, perguntando suavemente: - Está tudo bem?

- Sim, eu estava arrumando algumas coisas, vou voltar para casa - Richie a olha franzindo seu cenho.

- Mas você me falou que...

- Sim, eu sei - Mon interrompeu as palavras de Richie, mas de maneira gentil, sem ser ríspida - Está tudo bem, sério. Agradeço por se preocupar e por me deixar ficar aqui por um tempo - Ela olhou para Sam, que já estava com a blusa ajustada - Me dá a chave, você não vai dirigir assim - Sam, sem hesitar, entregou-lhe a chave do carro.

Após uma conversa com seu irmão, no qual explicou apenas o essencial sobre o que havia acontecido, elas partiram. O trajeto foi marcado por um silêncio absoluto. Sam não sabia o que dizer, nem como abordar o que havia ocorrido mais cedo. Optou, então, por permanecer em silêncio, entendendo que a felicidade de ter sua esposa de volta já era suficiente. O silêncio, de algum modo, se tornou confortável.

Mon por sua vez, não parava de pensar no que tinha acontecido, ela nunca tocou em Sam nesse sentido, na verdade, ela nunca tocou em nenhuma outra mulher em sua vida. Mas ali, vendo Sam, a saudade e o desejo, a deixou com uma vontade grande de fazer amor com sua esposa, de sentir cada parte daquele corpo.

Com seus desejos e atitudes impulsivas, Mon acabou se esquecendo, por um momento, de um detalhe importante: Sam nunca se entregou a ninguém. Mon sorriu ao perceber isso, sentindo uma satisfação íntima. O pensamento de que ninguém mais havia tocado em sua esposa a deixava profundamente feliz, pois sabia que ela seria a única.

Tudo bem não ser normal?Onde histórias criam vida. Descubra agora