Tudo bem não ser normal?

CAPÍTULO 66

SAM

Eu nunca me senti assim em toda a minha vida, não parecia real nada que estava acontecendo, parecia um sonho, a cada dia que passa só aumenta a certeza de que eu quero ser mãe.

Imaginar que daqui alguns meses ela vai estar carregando nosso bem mais precioso e muito, muito linda com a barriga grande me deixava muito feliz e ansiosa. Eu fiquei pensando nisso durante todo o procedimento, e agora eu tenho a certeza, eu estou mais do que preparada, nós estamos prontas.

Estávamos a um passo da nossa felicidade, o nervosismo tomou conta de mim, Confesso que Mon mesmo nervosa estava mais calma do que eu, ela segura o teste começando a tirar o resultado do envelope. Estou com esperança, eu tive esperança durante todos esses dias.

- Olha primeiro, por favor - Estou tão nervosa que não consigo olhar o resultado primeiro. Mon assentiu emocionada enquanto começa a olhar o resultado. Mas de repente sua feição mudou, o que não me agrada - O que foi? - O rosto da minha esposa fica de uma forma que nunca vi antes, como se brilho dela estivesse sumido - Deixa eu ver - Pego o resultado da sua mão.

Meu coração fica em pedaços, começo a sentir uma dor descomunal, eu não posso acreditar no resultado.

Negativo.

- Amor... - Mon me chama tentando me tirar do mundo que me coloquei assim que vi o resultado - Amor, por favor olha para mim - Mon está mal, mas pela sua reação com certeza eu estou pior - Sam respira, por favor - A falta de ar começa a ser ainda mais forte.

Sem pensar muito, saio correndo da sala abruptamente, parando de correr apenas quando chego na área externa do hospital, tento puxar meu ar. A doutora Torres tinha explicado que não poderia dar certo na primeira vez, mas eu tinha esquecido completamente desse detalhe, para mim já estava tudo mais do que certo.

- Por que? - Pergunto para mim mesmo, enquanto coloco a mão em meu peito tentando de forma inútil tirar a dor do meu coração.

Me aproximo com pressa até meu carro e entro, fecho meus olhos e só agora percebo que estava chorando. Sempre foi difícil algo ser motivo das minhas lágrimas. Escuto batidas na janela.

- Sam, olha para mim - Eu ainda estou com meus olhos fechados, abro meus olhos devagar e olho para Mon, a porta do carro já está aberta e eu nem percebi ela abrindo. Ela  está chorando assim como eu, saio do carro.

- Desculpa por ter saído... - Começo a me sentir mal por ter saído e deixado ela para trás, eu sei que Mon não está bem também - Eu não deveria...

- Vem cá - Mon me puxa para um abraço - Eu entendo sua atitude, não se preocupe com isso - Ela se afasta para me olhar.

- A culpa é toda minha, eu sou a culpada, meu óvulo não é bom o bastante... - Começo a falar me sentindo mal e tudo voltando a realidade - Desculpa por não poder te ajudar a realizar nosso sonho...

- Amor, nós podemos tentar novamente e...

- A gente pode ir embora, por favor - Não falo nada a respeito do que Mon falou antes. Estou com medo, não quero sentir essa dor que vai fazer parte de mim durante muito tempo, não quero sentir ela novamente se der errado de novo.

Entramos no carro com destino a nossa casa.

MON

Passou uma semana desde o resultado negativo da gravidez, eu sofri e ainda sofro, mas eu tenho esperanças de que com as outras tentativas possa dar certo. Mas minha esposa estava com muito medo de passar pelo mesmo que passamos, eu entendo ela e respeito o seu tempo.