CAPÍTULO 46

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Esse cap contém tópicos sensíveis que podem causar gatilho, se não gostar desse assunto, pule para o próximo.

....

SAM

Eu me encontrava com a corda no pescoço, eu nunca vi Mon tão irritada, nem mesmo na situação com Nita, eu entendo o motivo, eu no lugar dela também estaria assim.

Quando vi Elizabeth com a arma apontada na cabeça da minha esposa o meu primeiro pensamento foi de matar ela ali mesmo. Quando ela falou para eu tirar minhas roupas, eu prontamente me recusei, isso com certeza não me agradava, eu estava chateada, não havia entendido como tudo tinha acontecido, como a arma foi parar nas mãos de Elizabeth.

Quando ela engatilhou a arma eu fiquei com tanto medo que meu coração apertou, eu não poderia arriscar não tinha escolhas, todas as minhas opções eram ruins. Se eu atirasse, não seria em Elizabeth que eu iria acertar, não poderia arriscar ter me aproximado para tentar fazer algo, ela não pareceu estar brincando.

Quando comecei a desabotoar minha camisa, eu não conseguia nem olhar nos olhos da minha esposa, sentia vergonha por ter feito o que fiz, mas eu jamais a deixaria tocar em mim, eu jamais trairia Mon, mas diante de tudo que aconteceu, e quase levar um tiro da minha própria esposa, eu só tinha certeza de uma coisa, eu estava muito ferrada.

Mon pediu ajuda para colocar Elizabeth no porta-malas, mas depois não me deixou ajudar, falando que era melhor eu nem tocar nela, até porque Elizabeth estava em um robe e mesmo com dificuldade, Mon levou ela e colocou no carro.

Fiquei com medo de que alguém visse o que estava acontecendo, mas ninguém viu, a rua era bastante calma e quase sem movimentos. Quando eu pedi para voltar com ela no carro, Mon falou que eu não havia ido com ela então, que eu me virasse e que voltasse andando para pensar melhor em meus atos.

Decidi ir em meu carro, quando cheguei fui para o escritório, Mon chegou primeiro.

Entro no escritório e vejo ela sentada na poltrona do outro lado da mesa, ela está com uma faca pequena na mão, girando devagar a ponta perfurando a mesa. Ela já estava me esperando, me aproximo ficando em pé, enquanto olho para ela.

- Olhando você assim, parece até que vai me matar - Falo com a voz baixa, me assustei quando ela bateu a faca com força na mesa, deixando ela enfiada.

Mon levanta caminhando devagar, e assim que chega em minha frente, ela acerta um tapa forte em meu rosto.

- Como se sentiria se eu tirasse a porra da minha roupa para outra? - Bate novamente em meu rosto, Mon está com tanta raiva, posso ver de maneira nítida o quão irritada ela está, nunca vi ela assim, tento falar alguma coisa, mas não consigo - Sentiu saudades de ficar nua para aquela vadia, Sam? - Mais um tapa.

- Não, você tem que me entender, por favor - Seu olhar é de fúria, o meu rosto arde, mas não me importo - Eu entendo sua raiva, mas não fiz porque eu quis amor, eu fiz porque ela ia te matar.

- Se em algum momento alguém me usar para essas merdas novamente - A voz dela é fria e assustadora, ela não grita, mas mesmo assim, consegue me causar arrepios - Pode me deixar morrer - Mon olha em meus olhos intensamente - Até porque se algo assim ou até pior acontecer, eu com certeza prefiro morrer ao ter que me sujeitar a isso.

- Para de falar assim, eu te amo, não posso nem pensar em estar em um mundo sem você - Me aproximo para tocar no rosto dela, mas ela bate em minha mão, fico frustrada.

- Não me toca, tenho coisas para fazer - Mon sai da sala, respiro fundo e vou atrás dela.

No caminho, todos mostram um grande respeito a minha pessoa, nesse momento eu tenho a certeza que sempre tive, Mon é a única que tem poder sobre mim.

Tudo bem não ser normal?Onde histórias criam vida. Descubra agora