CAPÍTULO 108

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SAM

- Oi, Sam, vim buscar o Chinzinho  - Passo por Nam com passos firmes, ignorando sua presença. Às vezes, ela vinha buscar Chin, mesmo ele tendo um carro - Ei! Vai me ignorar mesmo? - Ouço seus passos rápidos se aproximando e sinto sua mão segurar meu braço, mas puxo, livrando-me do seu aperto.

- Agora não, Nam! - Ela me encara, confusa, tentando entender o que está acontecendo.

Eu tinha acabado de descobrir que levaram Mon. Já sabia o endereço e estava organizando uma invasão. Quero minha mulher de volta.

- O Chin não vai com você!

Volto a caminhar, sentindo a raiva pulsar.

- Sam? O que está...

- Levaram minha esposa! - Nam me encara, assustada.

Ela nunca me viu tão irritada, mas a notícia de que Mon foi levada também a pega de surpresa.

- Não me atrapalhe, vai embora - Minha voz sai cortante. Não quero ser rude, mas, nesse momento, nada importa. Não quero ninguém no meu caminho.

Dou meia-volta para continuar andando, quando sinto um impacto nas costas e braços envolvendo meu corpo. Nam me abraça.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu, mas acho que você não está pensando direito - Tento me soltar, mas ela me aperta mais firme - É a Mon. Eu sei que você vai trazê-la de volta, mas precisa pensar. Não faz nada sem ter certeza... Sam.

Meus punhos se fecham, tremendo de raiva.

- Quem... Quem levou ela? - Sua voz sai quase num sussurro, mas carrega uma firmeza que me faz parar por um segundo.

- Uma outra mafiosa, e eu vou matá-la! Estou indo fazer isso agora. Não quero usar minha força com você, então me solte!

- Tudo bem - Sinto Nam me soltando aos poucos, mas ela não sai do meu caminho - Você sabe quem ela é? Quero dizer, conhece as intenções dela... Ou as armas que ela tem?

Olho para ela, tentando entender suas palavras.

- Esses negócios de máfias... - Ela faz um gesto vago com a mão - Eu não entendo muito bem, mas sei que você tem força suficiente para acabar com qualquer máfia ou pessoa. Só que, se Mon está com ela, agir assim, invadindo de repente... Não sei. Acho perigoso.

Respiro fundo, irritada. Desabotoo alguns botões da minha blusa, tentando aliviar a tensão enquanto ouço o que Nam está dizendo. Suas palavras, inesperadamente, me fazem refletir.

- Não esqueça que sou esposa do Chinzinho - Ela me encara com firmeza, como se dissesse que entende mais do que aparenta.

Agora faz sentido. Chin deve ter falado sobre isso com ela. Suspiro e dou meia-volta, decidida. Já sei o que fazer.

- Chin! - Encontro-o treinando luta. Ele rapidamente ajusta a postura e baixa a cabeça em sinal de respeito.

- Sim, chefe.

Caminho até ele com passos firmes.

- Quero que faça uma coisa para mim. Me acompanha agora.

Sem hesitar, ele me segue até o escritório. Abro uma gaveta com arquivos detalhados de vários mafiosos. É claro que nunca lidamos com ninguém sem saber tudo sobre ele ou ela. Retiro a pasta da Jane, e nela há informações não só sobre ela, mas também sobre quem trabalha para ela. Passo o dedo rapidamente pelos nomes até encontrar o que quero.

Jogo a pasta sobre a mesa e aponto para uma página específica, olhando para Chin.

- Aqui. Essa é Lux, o braço direito da Jane. Ela tem uma namorada, Liz - Arranco o papel da pasta e entrego para ele - Nesse papel está o endereço. Vai atrás dela. Quero Liz aqui o mais rápido possível.

Tudo bem não ser normal?Onde histórias criam vida. Descubra agora