CAPÍTULO 29

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SAM

Estou em meu escritório com meu copo de whisky, que se tornou uma das minhas melhores companhias. Caminho calmamente pelo escritório, enquanto penso no que Mon falou mais cedo.

Ela parecia muito preocupada, tudo que ela viveu nos últimos dias foi muito intenso para ela, meu pensamento é interrompido com batidas na porta para logo depois do "entra" Tee passar por ela.

- Vim avisar que vamos sair em alguns minutos - Assenti uma única vez - O dia foi muito agitado, essa vai ser a última negociação de hoje, tem certeza que quer ir? É tranquilo, sempre fazemos isso sem problemas - Termino de beber meu whisky e encaro Tee em minha frente.

- Sim, tenho certeza - Me direciono até a mesa para deixar o copo vazio em cima - Faz tempo que não vou - Olho para ela novamente - As mercadorias já estão prontas?

- Sim, também organizei alguns homens, sairemos em alguns minutos - Assenti.

- Avisa para  Nueng que quero ela aqui o mais rápido possível - Tee sai da sala.

Volto a sentar em minha cadeira, aproveito para responder minha esposa, que me mandou mensagem o dia todo, tamanha é sua preocupação. Um leve sorriso enfeita meus lábios, realmente trabalhar na máfia é muito perigoso, o fato dela estar preocupada me deixa feliz de alguma forma, mas tento deixá-la calma, essas coisas sempre são bem organizadas e quase nunca dá errado, agora não vai ser diferente.

Escuto batidas para logo ver Nueng pedir licença e entrar, faço um sinal para ela sentar.

- Tenho certeza que você já imagina o porquê de está aqui agora - Disse, mudança minha postura.

- Sim senhora - Mesmo que pouco, consigo sentir um nervosismo vindo dela.

- Você cuida de uma boa parte das minhas festas, contratos e tudo mais. Você chegou a falar com as novas strippers sobre Mon? - Perguntei.

- Não senhora, peço desculpas por isso, já informei para não chegarem perto da sua esposa, isso não vai acontecer novamente - Assenti lentamente.

- Espero que não aconteça, caso contrário, as consequências vão ser todas suas, não quero ninguém chegando perto ou olhando muito para minha esposa, fui clara? - Pergunto seriamente, não quero uma cena como a da última festa acontecendo de novo.

- Sim senhora - Nueng responde, ela não consegue manter o olhar nos meus.

- Pode ir - Ela levanta, saindo não antes de uma leve referência respeitosa.

Me arrumo para sair, envio mais uma mensagem para Mon, que não para de se preocupar, vou usar isso contra ela depois. Começo a sorrir da minha ideia, à noite vou usar essa preocupação para ela trabalhar ao meu lado, vou falar que ao meu lado ela pode estar sempre de olho em mim e pode ficar mais tranquila com isso.

(...)

Já tem um tempo que estamos a caminho do local, Tee me passou as informações sobre o outro chefe de uma outra máfia, ela falou que ele estava a procura de uma mercadoria de melhor qualidade, ou seja, a minha.

Depois de um tempo, entramos em um lugar mais discreto.

- Certo, essa é uma negociação tranquila, não precisa de muito show, vamos lá e terminar com isso - Falo pegando minha arma, olhando as munições para em seguida deixá-la pronta e colocá-la em minha cintura - Steven fica no carro e espera, três homens e Tee me acompanham, dois ficam na entrada observando qualquer movimento suspeito, o lugar é pequeno, da para ficar de olho - Todos confirmam que entenderam.

Passei a mesma informação para os outros homens que vieram no outro carro, depois fomos em direção ao local.

Ao entrar vejo um homem em um terno e logo sei que ele é o chefe, ele está acompanhado por mais dois homens, que estão usando roupas normais.

- Você como sempre exagerando - Ele diz, se referindo a dois dos meus homens na entrada e mais três comigo, incluindo Tee, como se isso fosse grande coisa para mim.

- Eros - Nome ridículo - Não quero que fale comigo como se fôssemos amigos, viemos para negócios, não quero perder meu tempo com coisas irrelevantes - Sou direta no que quero.

- Certo - Ele coloca uma maleta em cima de uma mesa - Aqui está todo o dinheiro - Ele abre.

Mas antes mesmo de abrir, eu sei que nessa maleta não tem nem a metade do valor da minha mercadoria, começo a ficar irritada.

- Acredito que você tenha o restante - Ele finge não entender, para logo sair um sorriso ridículo do rosto.

- Sim eu tenho - Ele pega rapidamente sua arma e aponta para mim, no mesmo instante meus homens fazem o mesmo, os outros dois que estão com ele, também estão apontando suas armas - O restante está aqui - Ele balança sua arma.

Um sorriso sai dos meus lábios, enquanto balaço a cabeça negativamente, o que deixa ele confuso.

- Como pode ser chefe de alguma coisa sendo tão idiota? - Minha voz sai firme, enquanto encaro o homem em minha frente, Tee se coloca em minha frente.

- Você sempre se acha a melhor! - Ele grita, enquanto continuo olhando para ele por cima do ombro de Tee, que continua a apontar a arma em sua direção - Eu planejei isso para acabar com você, para tomar tudo que é seu, sua desg...

- Seu plano é ridículo, mas já era de se esperar de uma pessoa tão baixa - Olho em seus olhos, deixando ele com a raiva ainda maior, ele sorriu.

- Eu vou tomar tudo que é seu, principalmente aquela sua esposa - Uma raiva toma conta do meu corpo.

Como ele ousa?! Pego minha arma e empurro Tee para que ela saia da minha frente.

Quando atiro na direção dele, ele corre para trás de um dos homens que está com ele, atiro novamente derrubando um dos seus homens. Ele sai correndo se escondendo atrás de algumas coisas, o que impede que meus tiros acertam ele.

A essa altura, com certeza meus homens já cuidaram do que ficou para trás, faltando apenas esse merda que não tem coragem de me encarar.

- Seu desgraçado, eu vou te matar, você nunca mais vai falar dela! - Tee me acompanha, faço um sinal para ela ir pelo outro lado.

Atiro outra vez me irritando mais ainda, esse filho da puta sabe se esconder. Ele atira algumas vezes, mas me protejo, vejo mais dos meus homens chegando, o lugar é horrível, tem bastante coisa, o que impede de encontrá-lo mais rápido

Vejo um movimento à minha direita, quando me viro rapidamente escuto um tiro, sinto meu corpo cair com uma dor forte em meu abdômen, coloco minha mão e vejo sangue, muito sangue, escuto mais alguns tiros, Tee corre e tenta me levantar.

- QUE MERDA - reclamo da dor imensa que estou sentindo.

- Chefe você está perdendo muito sangue, meu Deus, temos que ir o mais rápido possível - Tee diz muito preocupada, mas não consigo entender mais nada, estou sentindo muita dor.

O meu pensamento é ela, eu não posso deixá-la, ela não pode ficar sem mim.

- Tee avisa pra Mon... - Falo com dificuldade - Avisa o que aconteceu e que eu a amo - E as únicas coisas que sinto são lágrimas da dor e o medo de deixá-la - Avisa pra ela... - E é a última coisa que falo antes de ficar inconsciente

....

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Tudo bem não ser normal?Onde histórias criam vida. Descubra agora