CAPÍTULO 17

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SAM

Nunca imaginei que ficar sem Mon seria algo tão doloroso, uma semana longe dela, na realidade eu nunca imaginei que em algum momento iria ficar sem ela ao meu lado. Os dias parecem passar devagar, mesmo com um sol reluzente lá fora, para mim é como se tivesse nublado, sem cores, porque ela não está comigo.

- Você vai ficar parada olhando para essa janela até quando? - Nam diz, tentando me animar, mas é inútil, eu não consigo me animar com nada - Eu ainda não acredito que você deixou ela ir - Me viro para olhar Nam que está sentada no sofá do meu escritório.

- O que você queria que eu fizesse, Nam? - Perguntei com uma voz baixa, se não estivesse total silêncio com certeza ela não teria escutado minha pergunta.

- Porra, você é uma mafiosa, segurava ela, sei lá - Ela levanta colocando suas mãos na cintura - Prendia, amarrava, qualquer coisa, mas não deixava ela ir.

- Eu nunca agi com ela dessa forma, ela nunca viu esse meu lado sendo direcionado a ela, Nam - Falo com indignação - Às vezes eu realmente penso que eu poderia ter feito algo do tipo - Faço uma pausa sentindo o nó na minha garganta e meus olhos arderem - Mas eu nunca me perdoaria se machucasse ela, eu nunca faria algo contra sua vontade, ela já passou por muitas coisas, assim como eu - Respiro fundo - O que eu faço?! Me fala o que eu faço, por favor, eu não aguento mais Nam! - Ela me olha com uma surpresa, talvez ela nunca tenha me visto tão vulnerável.

- Meu Deus, Sam - Nam está com os olhos tão arregalados que eu posso vê-los saltar para fora a qualquer momento - E eu achando que você era a mafiosa mais temida de todos os tempos, imagina se alguém te ver assim e...

- Foda-se se alguém me ver assim porra, eu quero minha mulher de voltar! - Fico alterada, falo mais alto do que gostaria.

- Agora é a mafiosa que eu conheço - Ela senta na cadeira - Vamos pensar em algo, senta - Caminho para minha poltrona em minha mesa.

MON

Tudo que aconteceu foi demais para mim, eu não sei se algum momento Sam vai me perdoar por pegar algumas coisas alegando precisar de um tempo.

Durante muito tempo me senti fraca, não conseguindo resolver meus problemas e chorando pelos cantos, mas a partir de agora vai ser diferente, eu vou fazer ser diferente. Me olho no espelho e vejo uma nova mulher, uma mulher determinada, e muito, muito linda.

- Tudo isso para encontrar nosso pai? - Olho para trás vendo Richie me olhando da porta do quarto.

Na noite que sai da minha casa o primeiro lugar que pensei em ir foi para casa do meu irmão, e desde então estou aqui com ele.

- Não - Falo caminhando em direção a porta, onde ele está agora dando um espaço para que eu possa sair, antes de sair do quarto olho para ele - Tudo isso é para mim mesma - Faço um carinho em seu rosto com um leve sorriso.

Durante esses dias que estive com meu irmão ele me falou muitas coisas, no início eu fiquei muito mal com tudo, não sei quantos dias eu passei chorando e me perguntando o porque tudo isso estava acontecendo.

Richie me falou que o nosso pai trabalha em uma máfia, o que me pegou de surpresa, nunca poderia imaginar nem em outra vida essa possibilidade, ele me falou que nosso pai não é chefe, mas ele não podia me falar muito porque ele não se envolvia nisso.

(...)

- Você tem certeza disso? - Richie perguntou depois de uma longa viagem parando em um local afastado e discreto, aparentemente onde o nosso pai trabalha - Nós podemos conversar com ele em casa, não precisa ser...

- Tudo bem - Tiro meu cinto já saindo do carro, caminho até a entrada com Richie.

- Espera um minuto - Ele se aproxima do homem que está cuidando da entrada do local, enquanto espero meu irmão olho em volta vendo que isso não se compara ao da minha esposa, com certeza não preciso entrar para ter certeza que a segurança e o poder dela é maior do que quem quer que seja o chefe disso - Mon, podemos entrar eu já expliquei tudo - Assenti logo caminhamos para dentro com o mesmo homem que estava cuidando da entrada.

Não preciso ser uma chefe para ter a certeza de que isso é um ato ridículo, sendo que agora qualquer um poderia entrar aqui com a entrada não sendo vigiada.

Ao entrar em uma sala vejo meu pai sentado conversando com uma mulher que não consigo vê-la direito porque ela está de costas concentrada no que meu pai fala. Ele nota minha presença e acena com um sorriso, mas logo é desfeito por perceber que eu ignoro e apenas a encarou séria.

A mulher levanta, ele acompanha ela levantando também, quando finalmente vejo o rosto dela tenho a certeza que não a conheço, mas uma atitude dela é diferente em relação a mim, ela se aproxima com um sorriso que não me agrada mesmo eu não sabendo o motivo.

- Mon, como é bom finalmente te conhecer. Como está Sam? - Uma mulher perguntando pela minha esposa, isso me irrita no mesmo instante, a encaro seriamente - Aí meu Deus, desculpa minha falta de modos - Ela estende a mão em minha direção - Prazer em conhecê-la, me chamo Nita - Fecho meus punhos em um aperto firme.

Quem essa mulher pensa que é para além de ficar em cima da minha esposa, agir como se estivesse tudo bem com esse sorriso ridículo no rosto?

Me aproximo dela ignorando sua mão que ainda está à espera da minha.

- Da sua parte, infelizmente para você não vai ser um prazer me conhecer Nita - Ela automaticamente abaixa sua mão com uma expressão confusa no rosto, mas ainda assim mantendo o sorriso, dou mais um passo em sua direção - Você não vai mais sorrir depois que eu arrancar seus dentes, seu sorriso me dá ânsia, direcione ele para outra pessoa - Por um momento até a presença do meu pai era inútil, essa mulher deu em cima da minha esposa, meu único pensamento era matar ela nesse momento.

Por dois motivos, o primeiro seria a audácia de chegar perto de Sam e o segundo seria imaginar que ela provavelmente estaria no meio juntamente com meu pai na morte do meu falecido sogro.

....

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