CAPÍTULO 32

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SAM

Já faz dias que estou no hospital, Mon sempre esteve comigo, só ia em casa quando era realmente necessário, ela me ajudou muito nesses últimos dias, Mon é a única pessoa que tenho ao meu lado e sou muito feliz por ter ela comigo, eu a amo.

Percebi que nesses dias ela ficava muito no celular, às vezes até saia do quarto para falar no celular, algo que me incomodava. Eu perguntava do que se tratava, mas ela falava que eram coisas do trabalho, que não precisava eu me preocupar.

Hoje finalmente chegou o dia de irmos embora, estou encostada no leito, esperando Mon terminar de arrumar as coisas. Ela me deu uma roupa mais confortável para vestir, trouxe para mim um conjunto de moletom preto e tênis branco. Mon olha para mim e se aproxima, colocando um boné preto na minha cabeça.

- Eu já te falei que você fica linda de boné? - Perguntou sorrindo, segurei sua cintura com um sorriso em meus lábios.

- Sim, sempre que uso - Ela volta a ajeitar o boné em minha cabeça.

- Está pronta para ir? - Assenti.

- Desde o primeiro dia que eu estive aqui - Ela se afastou para pegar a bolsa onde estava arrumando algumas coisas.

Ao sairmos da sala, um médico veio em nossa direção.

- Bom dia, Mon, podemos conversar um minuto? - Ele parece um pouco nervoso, olhei para Mon ao meu lado.

- Claro dr. Roger, o que deseja? - O médico olha para mim rapidamente, voltando sua atenção para Mon.

- Minha esposa falou que já tem uns dias que tem uns homens vigiando a casa - Olho para Mon tentando entender o que está acontecendo - Vim aqui te pedir para falar para eles saírem de lá, sabe, estão assustando meus filhos e minha esposa - Ele fica ainda mais nervoso, enquanto eu fico ainda mais confusa, mas nada falo.

- Fico feliz que tenha tomado uma decisão sensata, doutor, como pode ver, Sam teve alta hoje, então hoje mesmo irei falar para eles que não é mais necessário ficarem por lá - Vejo ele suspirar aliviado, quero perguntar para Mon o que está acontecendo, mas sei que esse não é o momento certo - Você fez o que eu mandei? - Mon está com a postura totalmente diferente de momentos atrás.

Ela está mais séria e firme nas palavras, continuo admirando a mulher ao meu lado.

- Sim, os dados de Samanun já foram deletados do nosso sistema - Ela pensou em tudo, se preocupou em não deixar meus dados para não correr riscos, ele olha para mim  nervoso, mas com um sorriso leve - Fico feliz pela sua recuperação - Eu nada falo.

Depois de mais algumas palavras trocadas por eles, continuamos nosso caminho.

Durante alguns dias percebi que Mon estava impaciente com algumas coisas, a mesma não me falava nada, mas agora no carro olhando ela dirigir, ela parece mais calma.

- Pode me explicar que conversa foi aquela com o médico? - Decido perguntar porque está martelando minha mente não saber de nada, ela olha para mim e volta a atenção para o trânsito.

- Ele ameaçou chamar a polícia para prender você e...

- O que?! - Fico surpresa.

- Calma, eu tive uma conversa com ele e resolvi tudo, está tudo bem - Não gostei de saber disso.

- E o que ele quis dizer com os homens na casa dele? - Perguntei.

- Eu ameacei a família dele - Fico muito surpresa com o que ela acabou de falar - Então, mandei uns homens para lá, eu não poderia correr o risco dele chamar a polícia, eu estava  com muita raiva - Ela diz, enquanto entra em uma esquina focada no trânsito.

- Você deu ordens para homens ficarem de vigia? - Abro um sorriso olhando para ela, Mon para em um sinal - Então, você vai trabalhar comigo? - Perguntei com expectativa, ela me olha - Sabe, eu quase morri - Parei de sorrir para tentar convencer ela, sinto que é o momento certo - Se você estivesse ao meu lado acho que não teria acontecido isso.

- Amor, você é péssima tentando convencer, sabia? - Ela volta a atenção para o trânsito - Eu resolvi bastante coisa nesses últimos dias.

- Percebi - Disse com frustração olhando para janela.

Mon simplesmente ignorou meu pedido.

- Eu quero que você me escute com atenção - Olho para ela que estaciona o carro, estranhei ao notar que ela nos trouxe para seu trabalho, eu nem percebi distraída - Eu tenho uma reunião rápida com a Beer, preciso assinar um contrato - Ela respira fundo para continuar - O contrato é para deixar ela à frente, eu vou ficar mais na máfia com você do que aqui - Não consigo segurar o meu sorriso - Mas quero que saiba que nem sempre vou poder estar lá, vou ter que vim aqui algumas vezes.

Puxo ela para um beijo, eu sempre quis Mon ao meu lado, saber que ela vai ficar comigo me deixa muito feliz.

- Eu te amo, eu te amo - Falo entre os beijos, ela sorri, mas fica séria e se afasta um pouco.

- Tem mais uma coisa - Mon pega o celular e procura algo para me mostrar.

- Mon, o que é isso? - Perguntei retoricamente, eu só quero entender o porque ela está me mostrando a foto do homem que atirou em mim - Explica - Volto a olhar para ela.

- Os incompetentes não conseguiram pegar ele no dia que ele atirou em você - Mon diz com raiva - Eu vou ter uma conversa com cada um que foi com você, e não te protegeu como devia - Fico com raiva, eu não vi o que aconteceu, não imaginava que esse idiota ainda estava por aí depois de me dá um tiro, sinto meu sangue ferver - Ei? - Ela me chama, com certeza já sabe que eu estou ao ponto de explodir - Eu não sai do hospital por muito tempo, fiquei ao seu lado, mas isso não quer dizer que eu não mandei irem atrás dele.

- O que?...

- Amor, ele já foi pego uns dias atrás, mandei irem atrás dele e se não conseguissem até eu voltar, eu não ia responder por mim, e ele só não foi morto porque eu estava cuidando de você - Eu estou paralisada, perdi muitas coisas nos últimos dias - Mas ele está me esperando, acho que me lembro bem de você falando que ele me queria, não é? - Assenti lentamente - Ele vai me ter, só não vai ser como ele gostaria, agora vamos, estou atrasada.

Eu nada falo, estou em choque por saber que ela conseguiu fazer tudo isso em pouco tempo.

Marcou reunião, contrato e ainda mandou irem atrás do responsável que atirou em mim, eu não sei o que está acontecendo com minha esposa, mas eu estou gostando muito.

....

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