Tudo bem não ser normal?

CAPÍTULO 65

MON

Esse final de semana fomos à festa que Sam precisava comparecer. Mas ela vai somente quando for realmente necessário, e claro, comigo ao seu lado.

Eu estava muito nervosa, hoje viemos falar com a dra. Torres, Sam não estava diferente de mim, com certeza ela está mais nervosa do que quando me pediu em namoro. Tínhamos chegado ao hospital, agora estávamos falando com a doutora, olho para minha esposa ao meu lado e seguro sua mão.

- Você pode explicar novamente sem usar esse jeito complicado que vocês costumam falar? - Minha esposa pede, a dra. Torres sorriu levemente.

- Aconselho Sam tomar as injeções para retirar o óvulo e colocar na Mon, para assim gerar com um doador com características do interesse de vocês - Ela explica gentilmente - Acho bem interessante dessa forma, vai ter um pouco das duas, será uma ligação ainda mais forte - Olho para minha esposa com um leve sorriso, céus, ela está quase chorando.

- Achamos perfeito assim doutora, na primeira vez que viemos você fez todos os exames necessários - Ela percebe que estou nervosa, os exames são para saber como estamos, se não estivermos bem, não vai ser possível seguir com os procedimentos.

- Todos os exames foram feitos - Ela começa a pegar alguns papéis - Vocês estão bem, hoje mesmo podemos dar início ao procedimento - Aperto a mão da minha esposa.

- E por onde vamos começar doutora? - Sorri ao ouvir a voz de Sam, ela está tão emocionada, vê-la assim me deixa muito feliz, estamos exatamente iguais.

- Vamos começar as injeções, vamos fazer durante três ou quatro semanas, nesse meio tempo, vocês podem escolher um doador e depois podemos fazer a primeira tentativa para poder engravidar - Nesse momento ela nos olha mais seriamente - Quero adiantar que nem sempre a primeira tentativa dar certo, já teve procedimentos que deram com a segunda, terceira, falo isso porque se vier acontecer para estarem preparadas.

- Está tudo bem, vamos estar sim - Olho para Sam, que parece ter ficado preocupada com o que acabou de ouvir.

E seguimos assim, Sam começou a tomar as injeções, seriam durante algumas semanas até a primeira tentativa, estamos com grandes expectativas.

Meu irmão falou que queria me ver, então depois de sairmos do hospital fomos a um restaurante onde falei para ele me encontrar. Fizemos nossos pedidos, foi o tempo do Richie chegar, ele ficou surpreso ao ver minha esposa, acredito que achava que eu estivesse sozinha.

- Oi Richie, está tudo bem? Você parecia preocupado - Levanto para abraçá-lo - Senta, vamos conversar - Ele senta na cadeira, minha esposa ignorou a presença do meu irmão, nem parece que estava sorrindo para o vento minutos atrás.

- Na verdade eu não estou muito bem - Meu irmão começou a falar - Eu estou preocupado, Irin está diferente, eu não sei mais o que fazer - Richie parecia aflito, ele sempre falou comigo quando suas coisas estavam no limite.

- Diferente como? - Sinto Sam passar o braço em minha cintura me puxando para mais perto, o assento permite isso, então dá para eu ficar perto dela tranquilamente, sigo seu olhar e vejo uma mulher me encarando, apoio minha cabeça no ombro de Sam  - É tão grave assim? - Volto a atenção para meu irmão.

- Ela está diferente desde quando chegou de viagem - Richie faz uma pausa, parece com vergonha de continuar - E quando fui buscá-la no aeroporto a levei para minha casa, ela falou que estava cansada e queria ir para casa dela, mas eu estava com saudades então insisti - Sinto um beijo de Sam em minha cabeça, ela com certeza continua olhando a mulher do outro lado. Richie toma um pouco de água para continuar - Mas quando fui ter um momento mais íntimo com ela, vi marcas no seu corpo - Ajeito minha postura rapidamente, atitude que até Sam acha estranho - Eu acho que ela me traiu - Fico em choque, meu irmão pode ser muitas coisas, mas sempre valorizou um relacionamento.