Chapter 5 - Welcome, Cheryl!

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[...]


Cheryl Dorian, Michigan, 2001.


[..]


Me olhava no espelho do meu quarto, estava nervosa, e se essa agência não aceitasse que eu ajudasse no projeto? Sr.Carter me falou que talvez eles não quisessem meu serviço, e estivessem procurando por alguém um pouco mais experiente, afinal, eu só era uma estudante que nunca havia trabalhado em um algo grande, eu tinha experiência com publicidade graças a alguns estágios que eu fazia, mas eram sempre marcas pouco conhecidas ou até mesmo alguns restaurantes comuns.

Espantei os pensamentos ruins de minha mente e fui me trocar, coloquei uma blusa de manga longa preta social, calças jeans brancas e um sapato também preto, deixei os cabelos soltos e um pouco mais arrumados do que de costume.

Ainda bem que Kate havia saído mais cedo, afinal se ela me visse vestida assim me obrigaria a trocar imediatamente minhas roupas.

Desci as escadas do condomínio e cumprimentei o porteiro, assim que ele liberou o portão saí em direção a um ponto onde pudesse ver os carros passando, assim seria mais fácil de pegar um táxi já que emprestei meu carro para Kate buscar as coisas na faculdade.


[...]


Paguei o motorista e desci do carro, olhei para aquele imenso prédio em minha frente, era uma estrutura muito bonita, que refletia os carros passando na estrada movimentada por ser totalmente adornada em espelhos. Adentrei e fui recebida por um homem que trabalhava no local, expliquei que precisava ir até o escritório do Sr. Robin Hall, que pelo o que eu entendi era o empresário, eu não sabia se eu me sentia lisonjeada ou preocupada no dele me tudo me entrevistar pessoalmente, achei que seria alguém da equipe responsável por isso. O assistente explicou as informações de como chegar até a sala dele e me indicou um elevador.

Conforme o elevador ia subindo eu ia tentando decorar as coordenadas que o rapaz havia me passado para que eu não esquecesse e me perdesse naquele lugar enorme.
"Andar 7, bloco 8, número 456, andar 7, bloco 8, número 456..."

Chegando no andar solicitado, caminhei um pouco observando as inúmeras portas de madeira que haviam no corredor, admirei algumas esculturas antigas que decoravam os cantos das paredes também como os apoios de batentes de mogno, me encantei por alguns quadros renascentistas que haviam no lugar, eu não imaginei que seria assim, tudo tão bonito, parecia até um tipo de museu.

Até enfim achar, escritório número 456, respirei fundo antes de bater na porta, e assim que bati um homem abriu, era alto e magro, usava um terno preto, tinha cabelos grisalhos marcando a idade evidente por algumas marcas de expressão.

- Você deve ser a senhorita Dorian certo? - concordei assentindo com a cabeça e ele abriu espaço para que eu passasse.
- Sente-se. - disse ele puxando uma cadeira para que eu me acomodasse.
- Sou Robin, Robin Hall - ele estendeu a mão para mim e eu prontamente o cumprimentei.
- É um prazer te conhecer senhorita Dorian. - disse ele se sentando em sua mesa que ficava na minha frente.

- Igualmente senhor Hall. - disse amigavelmente, tentando passar um ar de seriedade por mais que meu coração estivesse pra saltar pela boca.

- Bem vejo aqui que você cursa comunicação social publicitária, não é mesmo? - falou colocando os óculos e se recostando na cadeira, verificando meu currículo. Provavelmente o Sr.Carter havia feito uma ficha com todas as minhas informações para o entregar.

- Isso mesmo. - Disse de forma confiante, balançando os pés inquietamente.

- Tem alguma experiência na área?- dessa vez ele soltou os papéis e me olhou sério esperando minha resposta.

- É... Não muitas... Mas já trabalhei fazendo propagandas para algumas marcas. - falei.

Eu não deixei muito claro, afinal acho que ele não ia colocar muita fé em mim se eu falasse que o único trabalho que eu fiz foi pra um restaurante michuruca em uma esquina qualquer de Windsor.

- E porque eu deveria te deixar trabalhar conosco? - Me questionou sério.

Uau, era realmente uma entrevista de emprego.

- Bem... Porque eu concerteza faria o meu melhor! E o senhor pode confiar em mim... Sei que não tenho muita experiência, mas tenho força de vontade de sobra! - Determinei convicta.

Minha maior motivação era tentar economizar e não repetir em apenas uma matéria, eu não aceitaria pagar o semestre inteiro apenas porque o Sr. Carter é um velho mimado que precisa urgentemente aprender a agir de acordo com a idade que ele tem.

Já estava um pouco cética da credulidade do empresário em minha frente, já que a única coisa que ele fazia era me encarar com aqueles olhos estreitos. Ele pensou por um tempo mas por fim disse

- Tudo bem... Acho que será uma boa oportunidade para você, vou te dar esse voto de confiança, afinal, Carter é meu amigo e ele me contou sobre sua atual situação, e sobre como precisa de nota na matéria dele. - Por fim falou retirando um peso de minhas costas, claro que eu não pude pensar no imenso castigo que deveria ser ter Carter como amigo, Deus me livre!

- Muito obrigado senhor Hall! Prometo que não irei te decepcionar! - Falei com um sorriso crescente em minha face.

- Eu só preciso de alguns documentos e...

Fomos interrompidos pelo susto da porta se abrindo brutalmente sem qualquer aviso prévio, de lá vinha um rapaz com um semblante nem um pouco simpático, usava roupas mais largas que seu tamanho, um boné vermelho, correntes de prata no pescoço, mas não muitas, seus braços eram tatuados e continham algumas pulseiras nos pulsos, tinha cabelos loiros platinados, olhos azuis turvos de raiva e impaciência.


[...]
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