Chapter 29 - Don't go away!...

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[...]


Eminem, Michigan, 2001.


[...]


Não sei oque Proof fez com o idiota que estava encarando a Cheryl, só sei que deu certo porque lá vinha ele, praticamente arrastando a garota até a minha mesa.

- Meu amigo Marshall! - Sorriu. - Não é verdade que sua garganta está seca? 

- Oque? - Franzi o cenho confuso.

- Viu? Ele está bem, não está precisando de nada... Agora se me dão licença eu vou fa...

- Ahhh na verdade o Proof tem razão, eu estou com bastante sede! - Sorri de forma sarcástica ao vê-la tentando escapar de mansinho.

Ela bufou derrotada, se virando para mim com tédio, enquanto Proof nos deixava a sós com um sorriso cheio de insinuações.
Apenas levantei o dedo médio para ele como resposta.

- Tudo bem, do que o senhor precisa? - Deu um falso sorriso, pegando um caderno pequeno e uma caneta no bolso de seu avental.

Ela deveria é me agradecer, hoje eu nem perturbei ela... Não muito, tem dias que eu sou muito pior, ultimamente até que estou pegando leve.

- É um pedido complexo, acho que vou até me sentar. - Sorri satisfeito, sentando em um dos bancos do bar e pegando um tipo de cardápio de bebidas da casa. - Deixa eu ver... Acho que eu vou querer um drink preparado com Jägermeister... - A observei anotar. - ... Não, deixa pra lá... Quero Whisky com soda. - Me lançou um olhar sério, riscando a bebida do caderno quase furando a página com a ponta da caneta, oque me fez sorrir discretamente. - Se bem que uma boa tequila parece perfeito... Ou será que eu peço uma garrafa de vodka? Também dá pra pen...

- Marshall! - Disse me interrompendo irritada. - Se o senhor não se importa eu tenho outras mesas para atender, será que dá pra escolher logo?! 

- Ihh... Calma lá doçura, eu sou um homem indeciso. - Sorri ironicamente. - Mas tudo bem, só me traz uma garrafa de vodka então. - Dei de ombros.

- Obrigado! - Disse quase que aliviada, revirando os olhos e saindo em direção ao estoque do bar.

Eu em, mas que nervosinha.


[...]


Poucos minutos depois Cheryl voltou com a bebida nas mãos, veio até a minha mesa e colocou a garrafa sobre o mármore, murmurando alguma coisa antes de dar meia volta e tentar sair.

- Ahh espera um pouco, Cheryl... Acho que prefiro a tequila. - Falei antes que ela se afastasse totalmente.

Quando se virou novamente em minha direção, pude ver seus olhos queimando em irritação, oque fez um sorriso amplo se prostrar em meu rosto, se aproximou novamente com uma tomada de ar profunda.

- Mas se o senhor pediu vodka... - Pegou a garrafa da mesa, a estendendo em minha direção. - ... É vodka que o senhor vai tomar. - Seu sorriso soou mais como uma ameaça.

- Mas se você é uma garçonete e é paga pra me servir... - Empurrei de volta a garrafa para ela. - ... É isso que você vai fazer. - Sorri, falando no mesmo tom.

Ela estreitou os olhos, e com um gritinho abafado de raiva pegou a garrafa, quase me obrigando a segurá-la, eu empurrava para ela e ela empurrava de novo para mim, enquanto discutíamos. 

- Já chega! O senhor está testando a minha paciência a dias! Você vai tomar essa bebida nem que eu tenha que fazer isso descer pela sua goela! - Falou determinada, empurrando a garrafa contra meu torso.

- Eu não vou tomar isso, Cheryl! Porque você não para de ser teimosa e vai buscar logo oque eu te mand... - Arregalei os olhos ao perceber oque tinha acabado de fazer.

Empurrei a garrafa com tanta força que rolha frouxa soltou para o lado com o impacto, derramando assim uma boa quantidade de líquido gelado na camiseta dela.

- Puta merda... - Cobri a boca com as mãos tentando controlar a risada.

Admito, dessa vez não foi a minha intenção, mas estava completamente satisfeito, me sentia vingado pelo dia em que ela jogou café na minha roupa.

Bem que dizem que tudo oque vai, volta.

Ela levantou as mãos se afastando e abrindo a boca chocada ao olhar para camiseta molhada.
Ficou sem reação por alguns instantes, mas logo seus olhos estreitos se voltaram em minha direção furiosamente, ela jogou a garrafa na mesa vindo até mim e me agarrando pelo colarinho da blusa, me fazendo rir descontroladamente.

- Eu estou cansada de você, Marshall! Sempre com sua brincadeirinhas de mal gosto que sempre estragam tudo! Eu te odeio, te odeio, te odeio!! - Me sacudia com raiva, esbravejando ainda mais irada conforme eu ria da cara dela.

- Me odeia porque? Não é culpa minha se você é uma desajeitada! - Me soltei dela ainda gargalhando.

- Porque você não cala a boca? - Bufou, me esgueirando para o lado e se virando para o balcão, pegando alguns guardanapos para se secar. - Maldito idiota... - Sussurrou consigo mesma.

Parei de rir um pouco a observando analiticamente, fiquei assim por alguns minutos, me aproximando devagar dela, até que suas costas estivessem encostadas contra mim.

- Fala sério, Cheryl... Você pode até negar, mas sabe que adora escutar minha voz. - Sorri provocativamente, afastando seus cabelos longos para o lado, deixando sua nuca livre. - Eu posso falar mais pertinho do seu ouvido se quiser... - Sussurrei contra sua orelha, a observando se arrepiar inteira.

Não estava passando na minha mente fazer alguma coisa com ela, só estava querendo provocar e tirá-la do sério mesmo.
Mas no momento em que se virou para mim e me olhou nos olhos com todo aquele ódio reprimido, todas as minhas idéias foram repensadas.

Droga, lá estava eu nessa merda de novo...

A vagabunda me deixava quente.

Tão quente que o calor da boate e a música alta pareciam me sufocar.

- Você deveria aprender a ficar quieto, Marshall! Sabia que você fica bem melhor quando não está por aí falando pelos cotovelos?! - Me empurrou novamente para longe dela, sua voz um pouco falha.
Não imaginei que ela fosse se afastar assim tão rápido, mas saiu a passos apressados pela multidão, entrando por uma porta a qual eu deduzi ser um banheiro.

Porra... Porque ela sempre faz isso? A todo momento ela parece querer fugir de mim, em todo lugar, a toda hora.

Não posso negar que alguma coisa nela mexe comigo, eu não sei oque é, não sei oque me puxa para ela mesmo a desprezando com cada fibra do meu ser!

Dei um gole no resto de álcool que sobrou na garrafa, respirei fundo, semicerrando os olhos e saindo atrás dela pela boate.

Você não vai escapar de mim, Cheryl, não hoje.


[...]
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