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Eminem, Detroit, 2001.
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- E elas eram coloridas e brilhantes, papai! - Hailie dizia animada, contando-me sobre seu dia no parque e sobre encontrar borboletas pelas árvores.
- É mesmo, meu amor? Aposto que eram tão lindas quanto você! - Sorri ternamente, escutando ela rir de forma doce ao outro lado da linha.
- Você vem me buscar hoje, papai? - Perguntou num tom curioso.
- Claro que sim, princesa, mais tarde o papai vai estar aí pra te buscar, agora eu estou ocupado aqui... Sabe como é, aquela coisa chata de gente adulta. - Falei de forma simples pra ela entender, fazendo-a rir novamente.
Como eu amava aquela risada.
- Então tá bom, papai! Eu vou te fazer um desenho bem bonito e te dar de presente!
- Tenho certeza que vai, minha loirinha... Agora o papai precisa desligar, tá bom? Mais tarde a gente conversa, pode ser?
- Sim!! Tchau, papai, te amo daqui atéééé a lua! - Enfatizou com doçura.
- Tchau, loirinha, também te amo! - Não pode deixar de rir de leve, antes de desligar o telefone e o colocar novamente no suporte.
Eu tinha maior parte da guarda de Hailie, Kim só poderia vê-la aos fins de semana, ficou decidido isso com o juiz após todas as comprovações do envolvimento dela com drogas.
Oque eu sinceramente ainda acho pouco, pra mim aquela vadia drogada poderia ficar bem longe da nossa filha, ela não tem responsabilidade nenhuma pra passar sequer o final de semana sem cheirar pó, quem dirá pra cuidar de uma criança.
Mas uma coisa eu juro: Se minha filha se machucar, eu garanto que vou fazer de tudo pra foder a vida dela.
Bom, melhor eu focar no que eu preciso fazer aqui, não aguento mais escutar o nome daquela putinha, minha cabeça já está cheia com ela e os advogados dela enchendo meu saco e metendo mais processos na minha bunda.
Um cafézinho ia até que bem agora, eu preferia vodka, mas não posso entrar portando bebidas no prédio desde que fiquei bêbado e mijei na cadeira do empresário da Christina Aguilera quando ele veio fazer uma reunião aqui.
Outra vagabunda.
Já sei, vou interfonar pra minha doce secretária, ela tem que servir pra alguma coisa afinal, hoje ainda estou pegando leve com ela, a primeira vez que eu vou a chamar em um tempo considerável que ela já está aqui.
- Mas isso só porque é o primeiro dia dela, não vou ser tão bondoso sempre! - Pensei alto, sorrindo de canto enquanto pegava o interfone na mesa.
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Cheryl, Detroit, 2001.
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Já eram quase 17:44 e eu ainda estava limpando aquela maldita sala, isso porque cheguei aqui as 15:00 em ponto!
Errada estava eu de pensar que era só jogar algumas coisas fora, e pronto! Quanto mais eu limpava mais lixo aparecia, já devia ser o 3° ou 4° saco que tralhas que eu tirava daqui de dentro.
E o pior, nenhuma sequer alma pra me dar uma força, nem as faxineiras do prédio quiseram limpar aqui, agora eu já sei o porque.
Teve uma senhora simpática chamada Lilian, quando fui buscar os materiais de limpeza ela me auxiliou e depois me ajudou a limpar e organizar um pouco da bagunça, mas ela ia embora as 17:00 horas, fazia algum tempinho que ela tinha saído.
Estava terminando de limpar, tudo está bem diferente do começo, diria até que é outra sala.
Os livros organizados nas estantes limpas, o chão também limpo e encerado, tinha tirado as cortinas velhas e gastas, ia providenciar algumas novas e limpas e trazer amanhã.Também limpei a mesa, tirei todo aquele lixo e xícaras que tinham encima, alguns enfeites quebrados, papéis e etc...
Deixei como nova!Por sorte os móveis não estavam danificados nem gastos, a qualidade da madeira era muito boa.
Estava apenas terminando de limpar os vidros da janela, quando escutei o telefone tocar sobre a mesa, me fazendo dar um pulo de susto e quase cair da cadeira em que estava em pé, me equilibrando e me esticando toda pra alcançar os vitrais mais altos.
- Ahh que susto! Mas que coisa alta! - Falei comigo mesma, levando uma das mãos ao peito.
Desci do banco, colocando o pano e o produto de lado, caminhando até o telefone que toca insistentemente e o atendendo.
- Escritório do senhor Marshall Mathers, aqui é Cheryl Dorian, no que posso ajudar? - Cumprimentei.
Não fazia idéia de quem era ao outro lado da linha, porém mais cedo quando a recepcionista estava fazendo minha carteirinha de identificação ela atendeu o telefone assim, se estava certo eu que não ia mudar para errar, né?
- Ah olha só, até que está aprendendo rápido, não é? - Revirei automáticamente os olhos ao escutar a voz de quem estava ao outro lado da linha.
Ele era tão insuportável que eu conseguia adivinhar que estava com aquele sorriso idiota na cara.
Respirei fundo, tentando manter a naturalidade, querendo ou não ele é meu chefe, um chefe bem babaca, mas meu chefe.
- Oi, Senhor Marshall, precisa de alguma coisa? - Falei casualmente.
Ele parecia parecia morder alguma coisa pelo barulho irritante dos dentes, devia ser uma caneta.
- É, preciso. - Falou simplista. Era o meu trabalho, mas juro que só porque era pra ele minha vontade era não fazer.
Mas como disse, era o meu trabalho.
- Claro, e o que o senhor precisa? - Falei passando uma das mãos pela testa, já esperando por sua primeira de muitas vontades que eu teria que realizar.
Tinha uma carinha de mimado.
- Que você venha até a minha sala. - Falou sem revelar muito o motivo, me fazendo franzir o cenho.
- Preciso levar algum documento ou...
- Estou esperando, não demore. - Nem deixou eu terminar de falar e já desligou o telefone na minha cara.
Fiquei parada atônita por alguns instantes, dando uma risada breve e incrédula.
Estava começando a me acostumar com sua mal educação.
O jeito seria ir logo, antes que ele encontre mais um motivo pra reclamar e encher a minha paciência, mal cheguei e já estou me arrependendo.
Talvez refazer o semestre inteiro da faculdade não fosse tão ruim.
Isso se eu tivesse dinheiro, o que eu obviamente não tenho.
Tentei arrumar um pouco os cabelos antes de sair pela porta e começar a andar até a sala dele, o que me desanimava por ser uma baita caminhada, estava acabada, levando em consideração que passei o dia inteiro limpando aquela sala imunda, agora quem estava imunda era eu.
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Superman - Eminem.
Fanfiction"O caos é apenas o início de uma nova ordem..." ────୨ৎ──── Cheryl e Eminem eram como água e óleo, sempre se repelindo, desde o dia em que seus caminhos se cruzaram naquele escritório ambos criaram um duelo mental, onde suas discussões eram sempre ac...