Chapter 78 - I know P|2!

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[...]


Cheryl Dorian, Detroit, 2001.


[...]


- O que você descobriu? E porque estão tão tensos?...

A pergunta foi feita, e a resposta dela foram longos instantes de um silêncio ensurdecedor, que misturava-se ao olhar de desconfiança de Robin.

Engoli o nó da garganta, respirando fundo e desviando o olhar para Philip, que encontrava-se pálido e paralisado.
Mais uma vez fitei o computador, e apenas quando tive absoluta certeza do que estava lendo, que tornei a atenção a Robin.

- Me admira o senhor não saber... - Comecei, olhando-o dos pés a cabeça. - ... Ou melhor, me admira o senhor fingir que não sabe!

E na mesma hora, seu semblante mudou, seus olhos escureceram-se e seu cenho permanecia franzido em confusão.

- O que?... - Riu em disfarce. - Do que está falando, Cheryl? Acho que não estou entendendo a onde a senhorita está querendo chegar...

- Não mesmo? - Levantei às sobrancelhas. - Tudo bem, eu te explico!... - Pigarreei. - ... Senhor Hall, desde quando tem roubado a conta bancária de Marshall? - Dei-lhe um sorriso sarcástico, olhando-o com nojo.

Confesso, eu custei a acreditar, mas o que eu li não mentia, isso porque todos os endereços e-mail estavam cadastrados como "Robert D. Hall", provavelmente ele pensou que seria o último suspeito nisso tudo, até porque até onde sabíamos ele era o que estava mais ajudando Marshall a resolver essa situação.

"Ajudando"

Mas sinceramente... Era até um pouco óbvio, não?
Quem mais teria acesso a todas as informações assim de bandeja?
Ele, claro... Era o empresário, sabia da maneira em que os investigadores iriam agir, a forma que deveria realizar cada coisa...

Era improvável, mas não impossível.

Além de tudo, alguém tinha que estar por trás disso, alguém de dentro... Philip não surgiria do nada, teria que ter a ajuda de alguém para embarcar nesse meio.
Philip precisava de alguém da equipe para contratá-lo e liderar essa armação toda, e é claro... Ninguém suspeitaria de Robin.

E apenas quando Hall teve a certeza de que não poderia enganar-me, olhou em meus olhos como se quisesse me esganar ali mesmo.

- Porque você tem que me dar tanto trabalho, Cheryl? - Bufou frustrado, caminhando pela sala ainda sem tirar os olhos de mim. - Se eu soubesse que me daria tanto prejuízo, jamais teria aceitado a proposta de Carter para te colocar aqui dentro! - Balançou a cabeça em lamento, mas em momento algum negou coisa alguma.

- É até engraçado... Você querendo falar sobre dar prejuízo aos outros, um pouco hipócrita, não? - Juntei as sobrancelhas. - Sinceramente, Robin... Eu jamais pensaria isso de você, sempre admirei seu trabalho e fiquei muito grata quando me contratou, mas agora vejo que não passa de um pilantra! - Cuspi as palavras, sem esconder a decepção iminente em meu tom de voz.

- Não me culpe, Cheryl! Eu não sou um monstro! Quando te ajudei foi um gesto sincero, não tinha interesse algum... Mas quando eu poderia imaginar que esse maldito rapaz te conhecia e que estragaria tudo?! - Esbravejou, apontando o indicador para Philip, que permanecia atônito. - Lamento estragar suas expectativas sobre mim, garota... Mas nem tudo é como parece, todos nós temos nossos pecados, aliás tenho meus motivos para ter feito tudo isso...

- Motivos?! Essa é a pior desculpa que eu já escutei em toda a minha vida, Robin! Nada é motivo o suficiente para fazer o que você fez!

- Para mim enriquecer é um ótimo motivo, não importa o que eu tenha que fazer para conseguir isso!
Você deve estar pensando que eu tenho muito dinheiro por conta do meu trabalho, e de fato não posso reclamar da vida que levo... Mas sabe, Cher, algo dentro de mim insiste em dizer que nunca é o suficiente, sempre temos a ambição por mais e mais... - Aproximou-se o necessário para que eu sentisse sua respiração contra minha nuca. - ... Você não entenderia, é ingênua demais para isso... Mas agora que já sabe sobre tudo já pode sentir-se aliviada, é uma pena que não vá contar nada a ninguém.

Superman - Eminem.Onde histórias criam vida. Descubra agora