Superman - Eminem.

Chapter 22 - The Hamlet's tragedy.

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Cheryl Dorian, Michigan 2001.

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Estacionei ao lado de fora, embaixo de uma árvore, era tarde de sexta-feira, tinha colocado um vestido rosa claro e saltinhos brancos, meus cabelos ficaram soltos e passei uma maquiagem leve, alguns acessórios pratas e minha bolsa também branca, dei uma rápida checada no meu reflexo pela janela do carro e sorri satisfeita, começando a andar em direção a entrada.

Eu estava animada para assistir Kate atuando, além do que Hamlet era uma das obras mais famosas do mundo do teatro, pesquisei um pouco sobre isso em casa.
Quando cheguei na porta apresentei meu ingresso para a Ticket Taker, que carimbou no espaço livre e liberou minha entrada, meu assento era o B-09, escolhi um lugar bem na frente para ver tudo de pertinho e não perder um detalhe sequer!

Quando adentrei senti a atmosfera acolhedora me envolver, era simplesmente lindo!
O lado de dentro era coberto de luzes suaves e sombras, onde o aroma suave de veludo e madeira polida flutua no ar.
Fui recebida por um saguão elegante, decorado com pôsteres antigos de peças famosas e cartazes de espetáculos atuais. O ambiente é aberto e arejado, com uma sensação de antecipação e expectativa pairando entre os espectadores.

Ao passar para o interior da sala de espetáculos propriamente dita, a atmosfera muda.

Era cercado por paredes adornadas com detalhes ornamentais, desde balaustradas e cortinas até frescos pintados no teto. O palco, iluminado apenas por uma luz suave, parece tanto um ponto focal quanto um mistério, aguardando ser revelado.
As fileiras de assentos estão dispostas em um padrão que se inclina suavemente em direção ao palco, cada um oferecendo uma visão única do espetáculo que está prestes a começar.

As pessoas ainda estavam desorganizadas, alguns em pé e conversando, outros comprando aperitivos em algumas pequenas lojinhas que o próprio lugar oferecia, a peça começaria daqui a cerca de 20 minutos.

Sorri docemente ao ver uma figura conhecida, era o Sr. Hall, estava ali comprando pipoca, quando me viu veio logo até mim.

- Senhorita Dorian, que bom ver você por aqui, com tem passado? - Sorriu.

- Eu estou bem, não poderia perder o espetáculo, minha melhor amiga faz uma das Protagonistas! - Sorri como uma mãe orgulhosa. - E o senhor está bem?

- Estou sim, obrigado por perguntar... Sua amiga é mesmo uma atriz do elenco? Quem sabe eu não consigo um autógrafo pra minha esposa depois, não é mesmo? Ela e meus filhos adoram teatro, eu decidi acompanhá-los. - Brincou, rindo de leve. - E como tem estado no trabalho? Soube que tem se adaptado muito bem.

- Foi um pouco difícil no início, mas agora estou conseguindo pegar o jeito... Inclusive eu queria agradecer o senhor por me dar essa oportunidade, está sendo muito importante para mim! Eu sei que não tenho muita experiência... Mas estou fazendo oque posso. - Um sorriso sincero surgiu nos meus lábios.

- Não há de que, Cheryl... E não seja modesta, Marshall me disse que você está conciliando tudo muito bem e que é uma excelente secretária. 

A última parte de sua frase me deixou bastante surpresa... Marshall, aquele mesmo Marshall que eu conhecia tinha me elogiado pro empresário dele?!?

Não é possível, ele me despreza!

- Sério? Ele disse isso mesmo? - Perguntei incrédula.

- Disse sim, está até pensando em te contratar de forma permanente, eu fiquei bem surpreso, Marshall não é de sair por aí distribuindo admiração, ainda mais contando que vocês dois tiveram um desentendimento no começo. - Explicou, e a cada frase eu ficava mais chocada. - Mas é bom que tenham conseguido resolver seus conflitos, ficaria feliz de ter você em nossa equipe... Agora se me dá licença eu tenho que encontrar minha esposa e as crianças, elas devem estar procurando nossos assentos, é uma pena vocês não terem se conhecido, Brianna iria adorar conversar com você! - Falou com um sorriso amigável, sorri de volta enquanto me despedia.

Mas por dentro ainda estava perplexa, sentia um misto de surpresa e até mesmo felicidade.

Mas uma coisa eu queria entender... Se ele estava falando sério e Marshall realmente gostasse do meu trabalho, então porque ele me tratava daquele jeito? Sempre me irritando e me provocando.

Bem, todas essas dúvidas teriam que ser respondidas depois, agora eu tinha um espetáculo para assistir!

[...]

Eminem, Detroit, 2001.

[...]

Rodava na cadeira do escritório de um lado para o outro, já tinha organizado as canetas por ordem de tamanho, apontado todos os lápis, feito uma corrente de clips de metal, tudo isso por conta do tédio... Droga a hora não passava nunca!

Não me lembro desse lugar ser tão fodidamente chato sem ter como perturbar a Cheryl, aposto que ela está se divertindo na tal peça, só espero que não tenha sido uma desculpa pra sair com o novo namoradinho dela.

Tinha passado o dia inteiro compondo algumas rimas, também busquei em vários arquivos e documentos alguma pista do desgraçado da minha equipe que estava me roubando, não achei nada, era como tentar pegar fumaça, mas depois que eu reforcei a segurança das minhas contas a alguns dias ele tinha parado de conseguir realizar transferências anônimas, oque me deixava menos puto por pelo menos um tempo.

Mais tarde levei Hailie pra casa da mãe, ela estava dando mais trabalho pra ficar com Kim, hoje mesmo chorou não querendo ir, confesso que sentia um aperto no coração, deve ser fase... Ela ainda está se acostumando com esse lance do divórcio.

Eu até poderia ir embora considerando que não tenho mais nada pra fazer aqui, mas como minha loirinha não estava casa não via muita graça em ir, também não tenho nada pra fazer lá.

Resolvi me levantar para esticar um pouco os ossos, caminhei pela gravadora cantarolando e assobiando.
Parei em frente a sala de Cheryl, pensei um pouco... E se eu desse uma breve bisbilhotada no que a minha secretária anda fazendo? Estava tão desocupado que até isso serviria para me distrair.

Antes de abrir a porta verifiquei se não tinha ninguém envolta, quando entrei já fui logo mexendo em seus livros sem graças, alguns enfeites na mesa, documentos e papéis que não me interessavam... Vasculhei suas gavetas, pegando alguns chicletes de menta que ela guardava em uma latinha e os colocando na boca.

Porém oque me chamou mesmo a atenção foi um álbum que eu encontrei na última gaveta, diversas fotos dela com sua família, algumas com oque eu acreditava ser a mãe e o pai dela, outras com um garoto, devia ser irmão ou primo.

Senti algo bater em meu pé, quando olhei para baixo vi que uma das fotografias havia deslizado das páginas, me abaixei para pegá-la, ia a colocando de volta no lugar, quando meus olhos pousaram na imagem.

Era Cheryl, dessa vez sozinha, parecia mais recente. Estava sentada em um banco de praça, usava um vestido branco com detalhes turquesa e seus cabelos estavam voando no rosto, estava sorridente e a luz do sol refletia em seus olhos azuis claros.

Merda, ela é absurdamente linda! Porque tem que ser tão irritante?

Não sei por quantos minutos fiquei encarando seu rosto, mas quando escutei um barulho ao lado de fora rapidamente larguei o álbum e fechei as gavetas, guardando a foto dela que estava em minhas mãos no bolso da calça.

Provavelmente eram as meninas da limpeza que estavam passando do lado de fora, melhor eu dar no pé antes que elas me encontrem aqui, com todo o respeito elas são umas fofoqueiras de primeira classe, se vissem que eu estava xeretando oque não era da minha conta amanhã mesmo todo mundo estaria sabendo.

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