Chapter 16 - Oops!...

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[...]


Cheryl Dorian, Michigan, 2001.


[...]


- 6 dólares de gorjeta? Amiga, tem certeza que está seguindo minhas dicas?! - Tasha riu atrás do balcão, servindo uma dose de vodka para um homem no bar, e me vendo voltar de uma das mesas com os pratos sujos e colocar o dinheiro no bolso, uma merreca de gorjeta.

Fazia uma semana e meia que eu estava trabalhando na boate, eu confesso que no começo estava meio receosa, mas depois que me adaptei ficou tudo bem mais divertido, não tinha ao certo uma posição definida, em geral todas as garotas ali faziam de tudo, desde fechar o caixa até limpar as mesas e atender os clientes.

Achei que não fazia muito meu perfil, mas era melhor do que eu pensava e não tinha muitas dificuldades... O lado ruim é que também não tinha um horário definido para ir embora, eu entrava as 19:00, algumas vezes ia embora ás 23:00, porém outras só saía de lá 1:00 da manhã.

- É mais difícil do que parece! Esses caras são muito pão duros! - Reclamei me sentando um pouco, minhas pernas estavam exaustas e meu humor não estava muito bom.

- Tem que lembrar do que eu te disse, tem que sorrir pra eles, mas não muito, bêbados se excitam fácil. - Falou enquanto limpava o balcão e lavava alguns copos, servindo mais bebidas a outros caras.

- A Cher não tá conseguindo se concentrar, Tasha, ela tá muito preocupada com o chefe mala dela. - Joy disse rindo, enquanto passava até nós, indo pra cozinha pegar os pedidos de outra mesa.

Hoje o movimento estava fraco, isso porque era quarta-feira, aqui lotava mesmo nas sextas e aos finais de semana.

- Ahhh saquei... Ela tá ocupada demais pensando no rapper gostosão. - Sorriu maliciosamente, dando uma piscadela que fez com que eu desse uma risada breve.

- Eu penso nele sim, todos dias me imagino o xingando de todos os nomes... Esses dias eu sonhei que empurrava ele da escada! - Sorri ao lembrar.
- Ele é um saco, juro! Esses dias eu atrasei 4 minutos e ele disse que ia anotar e mandar pro empresário dele, sem contar que ele me faz subir e descer escadas o dia inteiro pedindo um monte de coisas sem sentido, cópias de documentos que ele mesmo pode fazer e também a droga do café que ele me faz buscar toda hora do outro lado da rua! - Bufei impacientemente, passando as mãos pelo rosto. - Ah! E tem a cereja do bolo! Ele me pediu pra fazer um relatório com todos os horários de ensaio, reuniões, entrevistas, viagens e mais um monte de coisas dele do mês inteiro, e quer tudo pra amanhã!

Eu estava atolada de coisas pra fazer, tinha as matérias e as provas da faculdade, meu emprego como secretária, depois meu emprego na boate, tentava estudar um pouco em cada minutinho que tinha livre no trabalho... Além disso estava tentando focar no meu trabalho de publicidade, estou pensando  em alguns pôsteres, quem sabe um blog de divulgação na internet, alguns comerciais na TV... O bom é que ele já é um artista influente, não vai ser tão difícil promover um show dele, que seria daqui a algumas semanas.

- Você é um anjo, Cher, eu não ia conseguir aguentar nem por 5 minutos! - Joy disse voltando da cozinha com a bandeja nas mãos, dando dois tapinhas em meu ombro antes de voltar a servir as mesas.

- Uma vez eu soquei a cara do meu chefe em Atlanta... Peguei 6 meses de liberdade condicional e 32 horas de serviço comunitário, tem sorte de conseguir manter a calma, não sabe o quanto é ruim passar o dia inteiro varrendo ruas e visitando clínicas de reabilitação, sem contar que as reuniões são um saco! - Foi a vez de Tasha dizer, jogando fora algumas garrafas de vidro vazias. 

- Bom... Não posso me dar o luxo de ser presa, do jeito que Marshall é, ele ia me processar até a tampa, e ultimamente eu não estou tendo dinheiro nem pra pagar a conta de gás. - Ri, me levantando e pegando meu caderninho e uma caneta, pra voltar a anotar os pedidos.

Estava ficando mais tarde, agora que os clientes começavam a chegar de monte e a música ficava mais alta.

É melhor eu voltar a trabalhar, afinal dinheiro não cai do céu.


[...]


Eminem, Michigan, 2001.


[...]


Eu não sei exatamente em que momento da minha vida eu decidi que seguir as idéias do idiota do Proof era cabível, mas cá estou eu, indo em uma casa noturna em plena quarta-feira.

Só estou vindo porque ele encheu a porra do meu saco a semana inteira, ele pensa que eu não sei que ele quer vir só pra ficar de olho na garota que ele tá afim e que trabalha lá, pelo oque ele me disse eles se conheceram em uma festa em L.A.

Como Jenny disse pra mim que poderia cuidar de Hailie hoje a noite, eu vim, estava sem nada pra fazer, mas ia tentar não beber tanto e arranjar uma gata pra mim transar sóbrio, só me lembro de beber muito nas últimas vezes e acordar com alguma vadia na cama, nem recordava os detalhes fodidos da noite.

- Não sei porque ainda caio nas suas merdas. - Falei descendo do carro e analisando a boate em nossa frente.

É, de longe já vi melhores, essa está caindo aos pedaços, mas oque importa é oque tem dentro.

- Tô te falando, irmão, aqui só tem gostosa! E o bom é que não é muito conhecida, não vai ter fãs enchendo o saco essa noite. - Sorriu animado, dando um soco fraco no meu ombro e andando até a entrada.

Pelo menos nisso ele tem razão, as vezes ser famoso é um saco.

Entramos e logo uma garota ruiva pediu nossas identidades e nome completo, Proof falou tão rápido que até eu tive dificuldade pra entender, olhava frenéticamente para os lados, provavelmente em busca da garota que ele veio ver, mas depois dele repetir algumas vezes ela conseguiu anotar e nós entramos.

- Cara... Você sabe se virar, eu vou procurar minha garota, beleza? - Proof riu, antes de se afastar como um cachorrinho no cio, me fazendo rir e revirar os olhos, assentindo com a cabeça.

Agora é comigo, acho bom as gostosas dessa boate começarem a aparecer.


[...]
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