Chapter 44 - Mockinbird P|3!

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[...]


Cheryl Dorian, Detroit, 2001.


[...]


- Lamento, mas só familiares e parentes podem entrar. - Negou-me com a cabeça, continuando a escrever em um prontuário.

Eu saí do escritório e dirigi até o hospital, como disse não era muito longe, cheguei lá cerca de alguns minutos depois.

Agora estava no balcão de atendimento da sala de espera, que era lotada por pessoas doentes, crianças chorando e idosos tossindo.

- Por favor, moça... Me deixa entrar! Eu prometo que vai ser uma visita rápida! - Quase que implorei, a olhando ansiosamente.

Ela soltou a ficha, fitando-me por alguns instantes e olhando em volta.
Parece que ela é uma boa pessoa... Talvez entendesse.

- É amiga da família?... - Questionou, e eu assenti com a cabeça.

Ah... Acho que eu devo ser quase uma amiga dele, não é?

- Por favor... - Supliquei, esperançosa com o olhar pensativo que me lançava.

- Então... - Respirou fundo, pegando um tipo de adesivo crachá na gaveta. - ... Tudo bem, vou te deixar entrar!

- Muito obrigado, moça! - Sorri aliviada, e ela retribuiu o gesto com um aceno doce.

- Agora me diz seu nome e sobrenome.

- Cheryl, Cheryl Dorian... - Ela anotou nas linhas do papel, entregando-o para mim.

- Cole isso na camiseta para se identificar, eles estão no quarto número 6, fica no terceiro corredor a esquerda. - Instruiu, conforme eu colava o adesivo em minha roupa.

Expressei minha gratidão mais uma vez, antes de começar a caminhar pelo hospital a procura de Marshall.

Era um hospital grande, e também muito cheio, perdi as contas de quantos médicos e enfermeiras já vi, além de algumas pessoas sendo levadas as pressas para o pronto socorro.
Cruzes que desespero! Até desviei os olhos para o chão ao ver um cara sendo guiado para a emergência, continha uma faca cravada nas costas.

Melhor eu nem olhar, não tenho estômago para essas coisas.

Quando cheguei no leito indicado, me aproximei a passos mais lentos e incertos até a porta, que estava aberta.

Parei no batente, e ao olhar para dentro vi Marshall, sentado em uma poltrona ao lado da maca onde a filha estava deitada.
Sua cabeça estava baixa, e ele parecia perdido ao fitar os próprios pés.

Tão concentrado que demorou a notar minha presença, porém assim que o fez dirigiu os olhos para mim.
Ficou em silêncio por alguns instantes, parecia surpreso em me ver, o que me fez pensar se na verdade não tivesse sido uma má ideia estar aqui...

- Cheryl?... - Levantou as sobrancelhas, um pouco atônito.

- Oi... Eu... Eu pensei que talvez você quisesse falar com alguém e...

Me interrompeu, se levantando e vindo até mim a passos apertados.
E foi minha vez de se chocar, sentindo-o me envolver num abraço apertado.

Mas nem pensei duas vezes antes de fazer o mesmo, abraçando-o de volta, ainda mais forte.

Acariciei suas costas, seu rosto foi em direção ao curva do meu pescoço, fazendo assim sua respiração descompassada tocar minha pele.

Não sei... Parecia um pouco desesperado por isso, tanto que perdi a noção do quanto tempo ficamos assim, cada vez com seus braços me pressionando mais contra si, em busca de maior contato.

Superman - Eminem.Onde histórias criam vida. Descubra agora