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Cheryl Dorian, Detroit, 2001.
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Quando minhas costas entraram em contato com a superfície dura atrás de mim senti como se uma corrente elétrica houvesse percorrido meu corpo, transformando todo meu ódio e fúria em uma mistura intensa que causou uma combustão de sentimentos confusos e controversos dentro de meu ser.
Eu o odiava, o repudiava... Mas por que não conseguia me afastar mesmo levando em conta tudo isso?
A cada segundo que suas mãos grandes e fortes delineavam meu corpo sentia minha pele se esquentando mais, tentei me afastar me debatendo sobre ele, mas foi em vão, pois seu aperto sobre mim ficou ainda mais firme.
Senti seus olhos azuis penetrando minha íris, seu olhar fez com que o resquício de bom senso que ainda queimava dentro de mim se esgotasse.
Consegui soltar uma de minhas mãos, fazendo o loiro me empurrar mais, quase como se fosse me fundir com a parede, garantindo que eu não escapasse.Mas não era minha intensão me afastar, e eu me condenava por isso.
Passei os dedos por um de seus ombros, apertando-o de leve, dedilhei seu pescoço arranhando sua nuca com minhas unhas afiadas fazendo seus pelos eriçarem.
- Porra, Cheryl... - Sussurrou contra meu rosto, seus lábios roçando nos meus, seus toques se tornando mais ousados, sua mão esquerda apertando minha bunda como se quisesse arrancar-me um pedaço.
Meu rosto corou e um gemido baixo soou de minhas cordas vocais, o dando ainda mais liberdade para se aproximar, sem tirar os olhos da boca dele por sequer um segundo.Minha mente estava um caos, por um lado minha sanidade gritava para que eu parasse com isso, por outro a vontade tomava conta de mim incentivando-me a continuar.
Seus lábios que já estavam próximos aos meus foram quebrando cada vez mais a distância, meu coração parecia querer saltar por minha garganta, minhas mãos suavam frio com a ansiedade de tê-lo em contato comigo.
Mas quando estava prestes a selar sua boca na minha, batidas foram desferidas na porta.
O barulho pareceu me acordar do transe em que a pouco estava presa, arregalei meus olhos e o empurrei para longe de mim, ele ligeiramente se afastou, parecendo tão confuso e incrédulo quanto eu.
- Pode entrar... - Tossiu tentando recuperar a postura, caminhando até sua mesa.
Quando a porta se abriu revelou Michelly, ela olhou para nós dois por alguns instantes, levantando uma das sobrancelhas.
Droga, será que ela percebeu algo?!?
- Está tudo bem? - Pareceu desconfiada ao olhar para a camiseta manchada de Marshall e os quadros jogados no chão. - Bom, que se dane, não sou paga pra isso... - Deu de ombros, ela sempre estava de mau humor. - O senhor Hall pediu para avisar que precisa de vocês lá embaixo em cinco minutos para a discussão com os investidores.
- T-Tá... Tudo bem, já estamos indo. - Engoli seco e dei um meio sorriso forçado, a observando revirar os olhos e sair da sala.
- Eu... Eu já vou descer. - Falei para Marshall, que estava tirando o moletom sujo e respondeu com um aceno breve de cabeça.Saí do escritório as pressas, meu rosto estava tão quente que eu devia estar mais vermelha que um tomate!
Andava a passos apertados, murmurando frases e amaldiçoando a mim mesma diversas vezes.Mas oque eu tinha na cabeça?!? Eu fui lá pra brigar com ele e acabei deixando esse idiota me agarrar?...
Não entendia mais a mim mesma, eu não gostava nem um pouco dele, tenho certeza que ele também sentia o mesmo... Mas uma coisa não saía da minha cabeça:
Oque aconteceria se aquela porta não tivesse sido aberta?...Eu teria mesmo o beijado assim... Tão fácil?...
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Eminem, Detroit, 2001.
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Quando entrei na sala de Robin vi um monte dos possíveis investidores pro próximo show.
Estava até animado pra conversar com eles, alguns dos patrocínios me interessavam e muito, mas depois do incidente com Cheryl minha mente só estava focada em uma coisa: Nela.Eu não sei que porra aconteceu comigo, ela chegou lá berrando, jogou café na minha camiseta... A questão é que eu não suportaria isso se fosse com qualquer outra pessoa, já demiti várias das minhas secretárias por muito menos.
E ela não é diferente, não tem o porque dela ser!
Mas aquele corpo, seu cheiro, suas mãos delicadas tocando minha pele... Porra, isso me deixava tão fora de mim que nem consegui me afastar na hora.
Tentei buscar por respostas na minha própria cabeça, afinal eu a desprezava!E a solução mais convincente a esse dilema era o simples fato de que eu era um homem e ela uma mulher, ela me provocou e meu corpo reagiu como reagiria com qualquer outra vadia.
Foi tudo biológico, nada mais, eu continuava odiando Cheryl e ela continuava me achando um filho da puta. É assim que tem que ser, e vai ser.Mas era inegável que a vadiazinha ficou toda excitada, aposto que saiu de lá toda molhada.
Pensar nisso me deixava animado, mas novamente reforço minha teoria: Biologia.Observei o espaço da sala, os cumprimentei e fui procurar uma cadeira.
Tinham várias vazias, mas meus olhos se fixaram em Cheryl, que cobria o rosto com um caderno como se estivesse lendo alguma coisa, quase enfiando a cabeça nas páginas. Mas a coitada disfarçava tão mal que o caderno estava de cabeça pra baixo.Sorri de canto ao ver um lugar vazio bem ao lado dela, se ela estava achando que agora eu ia ficar evitando sua presença ela estava BEM enganada, isso é coisa de moleque virgem.
- Não vai prestar atenção no que estão falando? - Sorri, falando baixo pra não atrapalhar o andamento da conversa entre os acionistas.
Ela abaixou o caderno lentamente, revelando primeiro seus olhos arregalados e depois seu rosto corado.
Parecia incrédula com a minha inconveniência.- Ah... Eu? É... Eu.. Vou, vou sim... - Tentava agir naturalmente mas era óbvio o quão desconfortável estava em se sentar ao meu lado.
- Sujou minha camisa inteira, sabia Cheryl? Era uma das minhas camisetas favoritas, espero que não manche... - Sussurrei em seu ouvido, passando um dos braços sob seus ombros.
Admito, era hilário fazer isso de propósito e vê-la cada vez mais envergonhada, se afastando e ruborizando ainda mais.
- Você sabe que mereceu! Não pense que vai fazer com que eu me sinta culpada! Sinceramente, você deveria crescer, Marshall! - Disse num sussurro irritado, tentando não chamar a atenção dos outros.
- Isso não é nem o começo do que eu ainda vou fazer com você, Cheryl... - Desdenhei numa promessa firmada, rindo ironicamente.
- Vai em frente, não tenho medo de você Marshall! - Me olhou nos olhos com convicção e desafio, sem demonstrar estar nem um pouquinho intimidada.
Eu ainda ia fazer com que ela engolisse as próprias palavras, ela me tira do sério mais do que qualquer pessoa no mundo.
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Superman - Eminem.
Fanfiction"O caos é apenas o início de uma nova ordem..." ────୨ৎ──── Cheryl e Eminem eram como água e óleo, sempre se repelindo, desde o dia em que seus caminhos se cruzaram naquele escritório ambos criaram um duelo mental, onde suas discussões eram sempre ac...