Chapter 80 - Kill the pain.

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[...]


Cheryl Dorian, Detroit, 2001.


[...]


Corri mais do que minhas pernas poderiam aguentar, depositei toda a minha disposição em perseguir Philip por toda essa gravadora.

E sinceramente, não me lembro de sentir tanto incômodo assim apenas para correr...

Ele era tão rápido que a todo instante lutava para que ele não conseguisse me despistar, entrava em todos os corredores e descia todas as escadas, gritando para que ele parasse.

- Para com isso, Philip! Sabe que não vai adiantar fugir agora! Já sabemos de tudo e você só vai piorar as coisas para si mesmo! É melhor que colabore! - Gritei, apoiando-me no corrimão da escada de emergência, lutando para manter-me de pé.
Minha respiração estava falha, e senti uma pontada absurdamente dolorida em meu abdômen, levei uma das mãos a barriga tentando suportar o desconforto. - Vamos logo, Cher... Não pare agora!... - Sussurrei, encorajando a mim mesma, e tentando ignorar qualquer tipo de impedimento físico.

É o estresse... Só pode ser, isso está me matando!

- Esquece! Não posso me entregar assim de bandeja, Cheryl! Por favor me entenda! - Gritou, conforme eu retomava a correr atrás dele.

Não dei importância aos seus protestos, permanecia concentrada em não deixá-lo sair ileso, e o acompanhei em sua corrida até chegarmos no estacionamento dos fundos da gravadora.

Foi ali que o vi dirigir-se até um dos carros, movia-se freneticamente, porém seu erro foi demorar a encontrar as chaves dentro dos bolsos de sua roupa.

Foi naqueles curtos segundos em que ele ficou parado, que consegui reunir forças para alcança-lo, e então quando estava perto o suficiente avancei em sua direção, agarrando as chaves de suas mãos e segurando-as o mais forte que pude, tentando arrancá-las de suas mãos.

- Não vai sair daqui! - Esbravejei, tentando recobrar o fôlego.

- Porra, mas porque você sempre tem que estragar tudo?! - Ele gritou incrédulo, empurrando-me diversas vezes de um lado para o outro, cada vez que me sacolejava meu corpo era jogado com brusquidão e sentia minha costas batendo contra o carro, entretanto em momento algum eu larguei do objeto, determinada a pegá-lo. - SOLTA ESSA MERDA, CHERYL! SOLTA ISSO AGORA! - Ameaçou altivo e sem paciência.

E mal tive tempo de captar o minuto exato em que ele me empurrou com tanta força que caí com tudo no meio da calçada, batendo com força a cabeça em um poste que ali estava, e enfim soltando-o.

Quando o impacto foi desferido contra minha testa, não dei muita importância... Na verdade acho que estava tão eufórica que sequer senti nada.
Não entendi o porque ele me olhou com os olhos tão chocados, quase como se tivesse acabado de cometer um crime horrível... Hesitando em aproximar-se, mas permanecendo atônito onde estava.

Mas o que...?

E mais uma vez, aquela dolorida pontada em meu abdômen, agora muito mais forte que a primeira.
Meus olhos foram tomados por lágrimas, tive a impressão que meus pulmões estavam sendo comprimidos e um grito estridente ecoou por meus lábios trêmulos, um grito involuntário.

E a cada vez a dor piorava.

A essa altura lutava para respirar e meu choro era mais que desesperado, não conseguia mover-me, apenas me contorcia em um tipo de cólica agoniante que paralisou todos os outros sentidos do meu corpo.

Superman - Eminem.Onde histórias criam vida. Descubra agora