Chapter 7 - Bitches are always bitches!

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[...]


Eminem, Detroit, 2001.


[...]


Saí da sala furioso, batendo a porta com força e andando pelos corredores até chegar no elevador.

Que se foda então!
Se ele quer contratar malditas vadias oportunistas o problema é dele, mas uma coisa é certa: Eu não vou ficar sentado observando Robin acabar com a minha carreira.

Talvez eu tenha pegado um pouco pesado com a garota, confesso que estava puto por conta de tudo que estava acontecendo nas últimas semanas, a imprensa encima de mim, um filho da puta da minha própria equipe que eu não faço ideia de quem seja me extorquindo, sem contar a pressão da gravadora pra lançar novas músicas até o próximo mês.

Ah! Também tem a vadia da minha ex-esposa me processando até a tampa por conta dessa porra de divórcio!

Eu sei, eu sei... Não é culpa da tal Cheryl, não precisava ater descontado nela, até pediria desculpas, mas depois que ela deu aquele showzinho pra chamar a atenção e pagar de boa moça meu remorso foi todo embora. Ela tem que se foder mesmo, quem manda ser tão petulante!

Apertei os botões do painel, insatisfeito com a demora pra chegar no andar do térreo, mal vejo a hora de ir para casa, minha filha está na cidade nos últimos dias e a agenda lotada me impede de ficar com ela, me sinto meio culpado por isso mas não tem muito o que fazer a respeito.

Por falar nela, escutei o telefone tocar em meu bolso, quando peguei olhei para o identificador de chamadas, era Jenny a babá de Hailie.

- Alô? - Atendi com estranheza, ela não era de me ligar, ainda mais as sextas-feiras as quais ela sabia que eu costumava voltar tarde para casa.

- Ah oi, senhor Marshall! Me desculpe te telefonar agora... É que aconteceu um imprevisto. - Escutei a voz dela do outro lado da linha. - É a senhorita Kim, ela está aqui de novo... - Sussurrou ao telefone.

Mas que merda! Parece que todo mundo tirou o dia para me importunar hoje!

Franzi o cenho, bufando impacientemente e passando a outra mão pela testa.

- Mas o que caralhos essa vagabunda está fazendo na minha casa de novo?! Eu não disse pra você não deixar ela entrar?! Não é possível que ninguém daí seja competente o suficiente pra impedir essa drogada de passar pela porta! - Esbravejei num tom mais alto do que planejava, ouvindo a porta do elevador se abrir e saindo com pressa.

- Me desculpe, senhor... Eu tentei! Mas o porteiro deve ter liberado a entrada dela de algum jeito, eu juro! A Hailie ficou insistindo pra mim deixar a mãe entrar... - Ela disse num tom quase desesperado.

Respirei fundo, não era culpa dela, afinal, Kim que era um pé no saco.

- Tá, tá bom, eu resolvo isso, estou indo pra casa! - Disse balançando a cabeça e pegando as chaves do carro no bolso e indo em direção ao estacionamento.

Percebi que ela ia pronunciar algo, mas desliguei o telefone, não estava com paciência pra escutar ninguém falando na minha orelha.

Me sentei no banco do carro, dando um suspiro pesado, acendi um cigarro que estava jogado no porta luvas juntamente a um isqueiro, tragando e olhando fixamente para a parede de tijolos do estacionamento.

- Merda!... - Exclamei frustrado, dando um tapa no volante, fazendo uma buzina alta soar pelo local.

Esse estresse estava realmente me matando.

Terminei de fumar, jogando a bituca pela janela e colocando a chave na ignição, dando partida e começando a dirigir sem muito critério pelas ruas de Detroit, passando reto por um ou dois sinais vermelhos, mas quem se importa?


[...]


Quando cheguei, estacionei o carro dentro do condomínio, o porteiro liberou minha entrada, aliás, sorte dele que eu estava mais preocupado com outra coisa agora, caso contrário o teria xingado inteiro por continuar permitindo aquela vagabunda de entrar na minha casa.

Subi de elevador para ir mais rápido até a cobertura, coloquei minha digital no sensor que destravou a porta.

Quando entrei, já vi a loira folgada esparramada no meu sofá, era muita audácia mesmo.

Fechei a porta numa batida forte, na televisão passavam alguns desenhos, provavelmente Hailie que estava assistindo, fui até Kim no sofá, a balançando bruscamente pelo braço, fazendo ela acordar no susto.

- Vai, levanta, aqui não é a porra da sua casa. - Vociferei num tom sério e impaciente, pegando as merdas dela que estavam espalhadas pelo chão, como bolsa, celular, casaco, e até uma garrafa de vinho que essa puta folgada havia pego da mina coleção.

Ela ainda meio zonza, provavelmente bêbada, se sentou no sofá com os olhos semi fechados, tentando se acostumar com a luz do fim da tarde, me olhou meio desnorteada, passando uma das mãos pelos cabelos loiros.

- Que droga, Marsh... Não precisava me acordar assim!... - Ela bocejou num tom manhoso, como se fosse me convencer com seu jeito dissimulado.

- Vai logo, caralho! E não me chama assim, porra, você nem deveria estar aqui, ou eu preciso te lembrar que você está me fodendo na justiça pra depois aparecer na minha casa como se nada tivesse acontecido, sua puta cínica! Eu não sei o que você está fazendo, se tem acordo com algum empregado dessa casa ou se está chupando o pau do porteiro pra ele te deixar entrar! Só sei que aqui você não pisa mais! Vaza! - Esbravejei já sem paciência alguma pra Kim ou pras merdas dela, jogando as coisas no colo da garota, que se levantou indignada, me olhando como se quisesse me esganar.

- Mas que merda... Quem você pensa que é pra falar assim comigo?! Eu juro pra você que eu vou... - Indagou irritada, mas eu a interrompi a empurrando sem muita delicadeza em direção a porta.

- Vai o que?! Meter outro processo no meu rabo?! Vai em frente, porra! Eu não ligo, só sei que se você voltar aqui de novo vai se arrepender, sua vadia! - Proclamei, apertando um pouco mais o braço dela, a olhando nos olhos firmando minha ameaça.

Ela nada fez, apenas me olhou com desdém, se soltando bruscamente de mim, saindo pela porta com um suspiro impaciente.

Quando enfim fechei a porta, respirei fundo um pouco menos nervoso, escutei a vadia gritar algo como "Vai se foder" ao lado de fora, mas não dei muita importância.

Peguei o controle e desliguei a TV, eram quase sete da noite, tinha acontecido tanta coisa hoje que eu mal me lembrei de Hailie, que por falar nisso devia estar no quarto brincando.

Subi as escadas, indo até a porta no fim do corredor, bati duas vezes mas não tive resposta, então resolvi entrar.

Vi a pequena loirinha deitada no tapete cor de rosa, envolta de si vários brinquedos e pelúcias, concerteza havia pegado no sono enquanto brincava, já que dormia tranquilamente mesmo que de mal jeito no chão.

Sorri de leve, me aproximando a passos cautelosos para não acorda-la, me agachando no chão e a pegando lentamente nos braços.

Ela se remexeu um pouco, mas não acordou totalmente, apenas o suficiente pra me olhar com os olhinhos inocentes e sonolentos e sussurrar um "Boa noite, papai" antes de cair no sono novamente.

A lavei para sua cama, a colocando deitada no colchão e a cobrindo com o edredom, passei as mãos por seus cabelos loirinhos, observando seu rostinho angelical com um sorriso terno nos lábios.

Hailie era a coisa mais preciosa da minha vida, a única pessoa que me restou, e quando eu estava com ela tudo parecia se acertar, como se os problemas sumissem.

- Boa noite, meu amor, papai te ama muito. - Sussurrei dando um beijo na testa dela e andando até a saída do quarto, desligando a luz e deixando a porta semi-aberta para se caso ela acordasse e precisasse de alguma coisa.


[...]
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