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— Estão esperando o que pra entrar?

Perguntou ela.

Todas começaram a entrar e eu travei.

Santo Deus, eu não posso fazer isso.

— Gabriela, vem, ela vai brigar contigo.

Sussurou Paloma, me puxando.

Engoli em seco e comecei a andar, enquanto ela me guiava.

Chegamos no que parecia ser o centro da boate. Tinha várias e várias meninas sentadas em mesas diferentes, com caras diferentes. Algumas com apenas um cara, outras estavam com dois ou mais. Umas com caras aparentemente velhos, outras estavam com novos, uns muito bonitos, para o meu espanto. Havia de tudo, até casais. A esquerda, tinha um bar enorme, com luzes e bancos unitários que estavam cheios também, com pessoas sozinhas e um copo de alguma bebida na companhia.

Eu estava em choque, trêmula, paralisada, engolia em seco de dois em dois minutos.

Paloma voltou a me puxar, fomos em direção onde as meninas estavam. Senti olhares sobre mim e tentei observar o lugar.

Acho que eu estava ficando louca e paranóica.

Balancei minha cabeça e voltei a prestar atenção nos meus passos.

Entramos em uma sala, cheia de bancos brancos, e bem escura, só tinham luzes coloridas fixadas nos bancos.

Havia numeração de um ao cinco encima dos bancos, cada uma das meninas sentou em um e eu fiquei olhando para o quinto, que ficou vazio.

— Senta aqui, Gabi. É o seu.

Falou Manuela.

Fui até ele e me sentei.

— Fica tranquila, relaxa. Qualquer mesa que você pegar hoje, vou tentar ir com você. Ok?

Sussurrou Paloma.

Suspirei aliviada.

— Obrigada. Mesmo.

Agradeci verdadeiramente.

Observei aquele lugar, eu estava muito distraída com meu nervosismo. Não parada de me mexer e não estava entendendo nada.

Me assustei quando uma luz forte ascendeu minha cadeira.

Ai meu pai, será que eu quebrei essa merda? Porra, nem um dia e já fazendo besteira.

Levantei, analisando a cadeira, quando a porta se abriu e Vitória entrou na sala sorridente. Virei meu corpo pra ela, enquanto caminhava até mim.

— Gostosinha, você já está fazendo sucesso. Consegui arrecadar pelo seu primeiro diazinho, carne nova. Olha, que maravilha?!

Ela falava comemorando.

— Nojenta.

Sussurei.

— O que?

— Nada.

Respondi, sorrindo amarelo.

Queria sair dali correndo, de qualquer maneira.

Ela passeou seu olhar em mim e fechou um pouco o sorriso.

— Mesa 19. Patrícia, vai com ela e ensine tudo o que precisar.

Me desesperei.

Pedi ajuda com o olhar para Paloma, e ela levantou da cadeira.

— Vitória?

Chamou Paloma.

— Oi, bebê?

— Será eu poderia ir com a Gabriela? Ao invés da Patrícia?

Vitória me olhou, pensativa.

— Por que?

— Eu me sentiria mais confortável e agradaria mais seu cliente se for a Paloma.

Argumentei, me metendo.

Ela ficou alguns minutos pensando.

— Bom, tanto faz. Pode ser você, então, Paloma. Só vão e rápido, ele está esperando.

Ela deu de ombros e virou-se, saindo.

Eu agradeci em pensamentos a Deus mil vezes.

— Está pronta?

Perguntou Paloma, me estendendo a mão.

— Não, mas vamos logo.

Agarrei sua mão, caminhando.

— Assim que se fala, garota!

— Boa sorte, gata.

Desejou Manuela, assenti agradecendo e saindo dali.


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