Paloma me olhou, prendendo o riso. Arregalei os olhos, assustada. Ela balançou a cabeça, para que eu continuasse.
— Desculpa, é. an. Gabriela.
Ele assentiu, rindo e olhou para Paloma.
— E o seu?
— Paloma, meu amor.
— Que delícias eu tenho aqui.
Ele comentou, sorrindo.
Paloma levou as mãos até a coxa dele.
— Vou me retirar, você pagou apenas por ela, está entregue.
Avisou, tirando as mãos da coxa do homem e encarando-o.
Eu estava quase me jogando nos pés dela e pedindo pra que ela ficasse ali. Entrei em mini-pânico por dentro.
Paloma se levantou e o homem segurou em seu braço.
— Fique, quero as duas.
Pediu.
— Pague.
Provocou ela.
— Agora!
Rebateu, Paloma gargalhou.
— Não vai se arrepender.
Ela acariciou o rosto dele, piscando um olho e foi chamar Vitória. Eles se direcionaram para uma sala e o homem entrou.
Meu nervoso ficou irregular, aumentava e abaixava. Eu não sabia mais, na verdade.
Tirei o canudo, e virei a bebida inteira.
(....)
— Consegui, vamos gata!
Veio Paloma, saltitante, depois de alguns minutos.
— Conseguiu o que?
— Não te deixar sozinha, pelo menos hoje.
Santo Deus, eu vou ter um troço!
Pisquei meus olhos e começamos a subir as escadas, ao topo, fomos andando por um corredor cheio de portas e ela parou em uma, rodando a maçaneta. Paloma me deu espaço e eu entrei devagar, analisando tudo com o olhar. Era um quarto grande, com paredes vermelhas, cheio de espelhos, tinha uma janela de fundo, uma banheira e ao lado, um banheiro, a cama era de casal, redonda, no teto, mais espelhos.
Paloma sentou-se na cama, dobrando as pernas e apoiando seus braços.
— Tenta disfarçar o seu nervosismo, gata, acho que ele tá percebendo.
Alertou.
Engoli em seco.
— Não to conseguindo.
— Mana, mas é preciso.
— Isso não é o que eu quero. Nunca me imaginei e agora estou aqui, meu Deus!
Desabafei, colocando as mãos sobre o rosto. O nó na garganta queria sair, mas engoli.
— E você acha que é o que eu queria?
Perguntou.
Fiquei em silêncio.
— Óbvio que não, estamos no mesmo barco. Eu só estou tentando fazer tudo direito pra sair logo, porque se a gente não fizer isso direito, vem cobrança. Preços altos demais.
Ela orientou.
Me controlei, passando a mão pelo rosto.
— Vou tentar disfarçar.
A maçaneta girou e o homem entrou, nos olhando.
Respirei fundo e virei-me para ele, dando um sorriso forçado.
Caminhei até a cama e Paloma sorriu, sentei ao lado dela e cruzei minhas pernas também, apoiei minhas mãos na cama e joguei meus cabelos para trás, igual a ela.
Ela me encarou, aprovando e depois virou seu olhar para ele.
— Somos suas!
Provocou ela.
O cliente deu uma breve risada e logo, mordeu os lábios.
— Que sorte a minha.
Minhas pernas tremeram e apesar do meu sorriso nos lábios, eu queria sair correndo dali.
Era tarde demais, eu havia virado uma puta.
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La puta
RomanceGabriela, uma menina de 20 anos, se vê completamente perdida ao descobrir que sua vida foi uma grande mentira. Forçada a se prostituir para pagar uma dívida deixada por seus pais, ela acaba encontrando paz em situações inesperadas, entrando assim, e...