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Havia se passado dois dias. Eu tinha começado no emprego. Edgar me deu uma mesa em sua editora, me deu alguns livros, para que eu estudasse um pouco sobre o trabalho e conseguiu um curso, para me aprimorar no assunto.

Ele montou um mini-blog e eu estava procurando idéias do que e sobre o que escrever.

Ele tinha sido meu gancho e o trabalho era bem fácil. Edgar já tinha uma secretária mas dividiu as tarefas, pois ela ficava muito sobre-carregada.

Eu havia tido apenas um dia de trabalho e já tinha sido completamente gostoso para meu crescimento mental.

Hoje era o grande dia. Eu estava super-nervosa e isso estava nítido. Estava mais desastrada e desconcentrada que o normal. Agora mesmo, tinha acabado de derrubar café em alguns papéis, encima da mesa.

— Puta que pariu, vai ser burra assim lá no inferno.

Remuguei, limpando.

Edgar saiu da sala, com uma caneta em mãos e me olhou da porta.

— Gabriela, vem aqui na sala quando terminar aí.

Ele pediu.

Assenti e continuei limpando tudo.

Alguns minutos depois, joguei o pequeno pano no lixo e peguei minha agenda, indo para a sala dele.

Dei dois toques na porta e abri. Edgar mexia no computador e me olhou de rabo de olho. Encostei a porta devagar e caminhei para perto da mesa.

— Então, Edgar, o Marcelo Lacerda marcou uma reunião com você, às duas, no café da Albuquerque. Ele quer falar sobre a parceria e fornecer algumas modelos de experimento. Se você gostar, el..

— Gabriela!

Edgar interrompeu, levantando a mão.

— To falando muito rápido?

Perguntei, contorcendo o rosto. Ele sorriu e se levantou. Edgar veio até a mim e puxou uma cadeira.

— Senta aqui.

Me sentei e ele puxou outra, sentando na minha frente. Edgar pegou em minhas mãos e encarou meus olhos.

— Você vai ver o Gustavo hoje?

Engoli em seco.

— Sim, eu não queria deixar transparecer, eu juro, mas é que..

— Eu sei, não precisa se explicar. Que horas você vai?

— Às quatro.

— Você quer que eu te leve?

— Não, o advogado dele, Rodrigo Fontes, vai passar lá em casa.

— Ahh, o do hospital.

Ele se recordou.

— Sim, esse.

Edgar ficou em silêncio alguns minutos, acariciando minhas mãos, com o olhar desviado.

— Você sabe a minha opinião sobre tudo isso mas, sabe também que eu sempre vou te apoiar em tudo. Então, não fica nervosa, vai dar tudo certo.

Ele explicou, levantando o olhar.

Sorri, e levei as mãos até seu rosto, acariciando.

— Obrigada, você é maravilhoso.

Edgar tirou minha mão de seu rosto e apertou, beijando em seguida. Ele respirou fundo e se levantou.

— Vai pra casa, Gabi. Amanhã você chega mais cedo e resolve o que era de hoje.

Ele falou, me dispensando. Levantei também, sem contestar, precisava daquilo.

— Vou te passar todos os dados do seu café com o Marcelo Lacerda, e vou deixar sua agenda do dia com a Eduarda, se você tiver alguma dúvida ou precisar de alguma coisa, me liga. Tudo bem?

Ele assentiu.

— Relaxa. Vai com Deus.

Edgar mumurrou, me dando as costas.

Senti sua chateação no ar. Respirei fundo e saí dali.

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Galera, eu estou demorando um pouquinho porque estou consertando o começo da história. Estava muito diferente a escrita e eu acabei ficando com nervoso, tenho o famoso toc. Algumas conversas sem sentido também e a forma que eu escrevia em 2016 era um pouco diferente. Consegui consertar até o cap 51, por isso que estou devagar, de 1 em 1. Me perdoem bebês, como sempre. Beijos!
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La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora