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Gustavo caminhou até a mim e pegou em meu braço com força.

Ele começou a apertar, causando uma dor insuportável.

Aquilo estava realmente doendo. Minha garganta se fechou e eu gemi com a dor.

—‎ Tá me machucando!

Sussurrei, encarando meu braço, com os olhos lacrimejados.

—‎ É pra machucar!

Ele gritou, apertando mais forte.

Tentei puxar meu braço e a dor aumentou, dessa vez, de maneira insuportável.

—‎ Aí, para, pelo amor de Deus! Tá doendo!!!

Levantei meu olhar, encarando seus olhos e coloquei a mão sobre a dele. Uma lágrima de cada olho desceu minha e eu comprimi o rosto.

A fúria nos olhos dele foi se escondendo e ele foi afrouxando a mão. Nossos olhos estavam presos, em fração de segundos.

—‎ Não!

Ele gritou, desviando o olhar e soltando meu braço. Gustavo me empurrou pra trás e eu cambaleei.

Ele respirava ofegante, caminhando até a mesa, quando chegou perto, soltou um soco nela, um barulho enorme se escoou e eu espremi os olhos.

Passei a mão sobre meu braço, alisando. Passei a mão no rosto e limpei as lágrimas, engolindo em seco.

Me encolhi em um canto, calada e fiquei ô encarando de rabo de olho. Ele estava de costas e controlava a respiração, debruçado a mesa, de punhos fechados.

Ficamos alguns segundos assim, até que ele alisou o rosto. Ele caminhou até a outra ponta da mesa e abriu uma gaveta. Ele tirou um pacote de lenço e um gelol de dentro de um quite de primeiros-socorros. Gustavo passou o lenço sobre a mancha de bebida em sua roupa e foi removendo o molhado. Quando terminou, ele subiu o olhar em minha direção. Eu retribui, desprezando ele com os olhos. Ele logo desviou, comprimindo o rosto.

Silêncio.

Gustavo jogou o lenço sujo encima da mesa e pegou o gelol, com o lenço. Ele deu alguns passos em minha direção e parou na minha frente, estendendo os dois.

—‎ Passa nesse vermelho do braço pra não ficar roxo e se limpa. Toma.

Peguei e comecei a me limpar devagar, ele ficou me observando, parado.

—‎ Tá doendo muito, o braço?

Não, imagina! Babaca!

—‎ Sim.

Respondi, em sussurro.

—‎ Quer que eu passe o gel...

—‎ Não!

Ô encarei, lançando um olhar raivoso e dei um passo pra trás.

Ele não falou mais nada.

Estendi a mão, lhe entregando o lenço e o gelol quando terminei, ele não pegou.

—‎ Me desculpa. Eu perdi a cabeça.

Ele sussurrou.

—‎ Toma.

Ignorei, estendendo novamente.

Ele pegou, jogando na mesa e rapidamente segurou minha mão.

—‎ Eu descontei em você algo que não devia. Me desculpa.

Seu rosto estava com expressão chateada e tudo soou sincero. Estava desarmado.

Me arrepiei ao vê-lo vulnerável.

Um impulso burro tomou conta do meu corpo e eu ô abracei. Ele se manteve rígido por alguns segundos mas logo, me retribuiu, apertando nossos corpos um contra ao outro.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora