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Medo resumia todos os meus sentimentos naquela hora. Era a minha mãe e eu simplesmente não fazia nada.

Levantei mais uma vez e me grudei naquela porta.

— Eu estou perdendo a paciência. Vamos lá, seja boazinha comigo e eu serei com você. Me diga, onde está sua filha, caralho?

Mas... sou eu? eu sou a filha. Santo Deus!

Entrei em desespero.

Ele quer conversar comigo?

Claro Gabriela, você vai entrar aí e ele vai falar: Olá minha flor, aceita uma xícara de café? Eu bati na sua mãe e estou procurando você porque sou muito amável e quero conversar.

Meu subconsciente as vezes me matava.

Comecei à andar de um lado pro outro, roendo minha unha e procurando soluções.
Estava nervosa. Ficando louca também.

Voltei a porta, tentando ficar quieta e manter a calma.

— Eu não sei onde ela está, ela saiu. Eu já disse. Não sei.

Minha mãe disse com a voz muito baixa, quase falhada.

— Puta que pariu!

Esbravejou ele.

— Vitor, por favor, eu te peço que me deixe resolver isso. Me deixe resolver isso tudo, vou pagar ao seu chefe tudo que lhe devo, só me deixe resolver isso sem envolver minha fi...

— Você não está entendo mesmo né? Você não está entendo que eu quero a porra da sua filha? Meu chefe não quer saber mais do seu pagamento, Rosana. É melhor você calar essa maldita boca!

As batidas de vidros caindo no chão e coisas sendo chutadas não paravam.

— Eu vou embora mas amanhã volto e quero sua filha aqui, está me ouvindo? É muito bom que ela esteja, se não você vai pagar com a merda da sua vida. Outra coisa, nem ouse fugir, vou botar homens vigiando a sua casa e você sabe que ele te acha, não tente nada. Já pode se sentir no bbb, está sendo vigiada.

Passos vinham se aproximando da porta, entrei em pânico. Olhei pros lados e corri para o armazenamento de lixo, me trancando lá dentro.

Nunca havia corrido tão rápido na minha vida, meu coração parecia que ia sair pela boca.

Será que ele me viu? Santo Deus!

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora