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Aquele silêncio constrangedor tomou conta de tudo. Sentia os olhos dele em mim como se tivesse me tocando.

Me recusei a subir meu olhar para encara-lo. Já havia passado humilhações demais por hoje. Não precisava ver seu olhar de desprezo e superioridade.

Aquilo me desconcertava, me desconfortava.

Eu não queria mais ser a menina fraca para ele, nem pra ninguém.

Confesso que, falar que todo acontecido não havia me deixado encarecida de um abraço sincero, aí já era outro assunto. Eu precisava de um conforto.

Precisava de algo parecido com o abraço que demos no escritório, no dia da recepção.

Noivo -‎ meu subconsciente alertou.

Sim, eu sei. Droga!

Respirei fundo e olhei-o de relance. Me encarava ainda, parado como um poste e um pouco distante de mim.

Que silêncio tenso!

Gustavo cruzou os braços, separando as pernas e tossiu falsamente, para que eu subisse o olhar.

Sem ar fiquei, com a postura dele. Fiquei um pouco inquieta e cocei meus pulsos.

Oh calor repentino que estava fazendo nesse escritório, senhor!

— Você não vai parar não?

Ele indagou, me perguntando e deu um passo á frente.

Não se aproxime, por favor, por favor..

— Eu? Oi? Não vou parar? Com o que?

Franzi minhas sombrancelhas, subi meu pescoço e me inclinei. Precisava fingir que estava tudo bem.

Postura. Pernas, não fiquem bambas por qualquer olhada desse homem, comportem-se garotas!

— De me arrumar problemas!

Completou, irritado.

Abusado, que problemas eu ô arranjo? A culpa nem foi minha. Eu estava pronta para xinga-lo.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora