— Menina, onde você estava? O que está fazendo aqui parada? Os convidados vão morrer de fome e sede.
Cida gritou, nervosa, entrando na cozinha.
Soltei um risinho assustado.
Ela estava muito engraçada, lembrei da mamãe, seu jeito bateu com o de Cida, estérica e sempre aumentando os problemas com as palavras.
— Eu estava te procurando, cadê as bandejas?
Perguntei.
— Estão em cima do carrinho ali, criatura do céu.
Ela apontou.
Se fosse uma cobra te picava! Estavam na sua cara, lerdona.. — zombou meu subconsciente
Eu tive que concordar com ele.
Caminhei rápida e peguei logo duas bandejas. Seria mais difícil de oferecer mas eu fiquei bastante tempo trancada aqui com aquela louca, precisava recompensar.
Sai da cozinha e comecei a servir. Fiz meu percurso calmamente, afinal, eram duas bandejas.
Quando esvaziei minhas bandejas, fiz meu caminho para voltar á cozinha. Eu estava bem perto da porta quando alguém me derrubou com as taças semi-cheias para lavar. Ainda continham um pouco de líquido que os convidados não quiseram beber ou ficou quente, e eles foram direto para minha roupa. Eu caí sobre o chao.
Olhei para cima, pronta pro vocabulário baixo.
Não! Ah não, não, não, jesuzinho do céu
Gustavo me fuzilava com os olhos, frazi minha testa.
— Puta que pariu, você não garota!
— Digo o mesmo, garoto.
Acabei soltando no calor do momento. Juro que me arrependi.
Ele passou as mãos sobre o rosto e alisou a barba rala que habitava ali.
— Some da minha vista!
Ordenou, suspirando forte.
Só aí eu vi que tinha molhado ele também e tinha sido pior, o terno dele era escuro mas havia ficado cor de barro. E por dentro, o blusão branco havia acabado.
Levantei-me devagar, minha roupa estava ensopada, olhei para ela, sem saber o que fazer.
— Porra, você também tá toda suja, sua idiota!
Ele deu um grito entre os dentes.
Minha vontade era voar em seu pescoço.
— Oh, eu não sou surda e nem cega. Não precisa gritar, eu to vendo.
Eu estava cansada de ter paciência com todos os babacas desse lugar.
— Não é surda e nem cega, né? Mas é burra. Vem comigo.
Ele sussurrou raivoso e pegou em meu braço, puxando forte. Era a hora de morrer.
Passamos pelo mesmo corredor do dia em que machuquei e logo depois ele abriu a porta do mesmo escritório em que fiquei naquele dia. Ele me jogou porta à dentro bruscamente e bateu ela.
Gustavo me encarou com uma fúria no olhar e eu me arrepiei toda, agora eu havia ficado com medo.
Engoli em seco, e ele fechou o punho, enquanto respirava forte.
— Papai do céu, se o senhor está me ouvindo e se eu for morrer agora, que seja uma morte rápida e não dolorosa, amém e até logo, porque eu espero estar com o senhor. Ave Maria das pessoas que derrubam as coisas em cima de um patrão psicopata, ajudai-me.
Sussurrei minha reza.
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La puta
RomanceGabriela, uma menina de 20 anos, se vê completamente perdida ao descobrir que sua vida foi uma grande mentira. Forçada a se prostituir para pagar uma dívida deixada por seus pais, ela acaba encontrando paz em situações inesperadas, entrando assim, e...