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Puxei novamente meu braço, ele apertou mais.

— Isso demonstra respeito e eu tenho que ter isso pelo meu chefe. Não é mesmo? Você não impôs isso ontem?

Ironizei. Ironizei muito.

Ele fechou a cara e seu semblante mudou.

— Esse teu jeito é impossível.

Ele rebateu.

— Mais do que o seu?

— Garota..

— Isso aqui machuca, tem como o SENHOR, me soltar pra eu ir fazer o meu trabalho como você mandou?

Debochei, dando um aumento na voz na palavra "senhor.

Seus olhos, que à momentos atrás estavam abertos e brilhantes, se fecharam e queimaram.

— Você tem toda razão, você é só uma puta à quem me deve respeito. Muito respeito.

Ele falou, empurrando meu braço para trás e soltando.

Desabei por dentro.

Por fora, torci o nariz. Passei as mãos pelo meu braço, que estava totalmente vermelho. Peguei o meu pior olhar de desprezo e lancei para ele. Abri a porta, com força e saí, batendo.

Um nó enorme se formou em minha garganta e eu engoli. Respirei fundo e fui em direção as roupas.

Após pega-las, desci pro banheiro do andar de baixo, o de cima estava ocupado.

Vitória e Vitor estavam na sala, ela falava ao telefone e ele estava olhando pro nada.

Passei direto e coloquei as coisas no banheiro. Antes de tomar banho, fui até a cozinha, estava com sede. Peguei um pouco de água e coloquei no copo, bebendo.

Me virei e levei um susto. Vitor estava parado na porta da cozinha, me olhando.

Levei minha mão direita ao peito, aquilo realmente tinha me assustado. Ele começou a rir.

— Se assustou?

Perguntou ele, com um sorriso no rosto.

— Sim.

Me limitei a falar aquilo. Fui até a pia e passei uma água com sabão no copo. Coloquei no escorredor de louça e me direcionei até a porta. Vitor estava fechando a passagem, parei de andar.

— Me dá licença, por favor?

Pedi.

Ele tirou o corpo, deixando um lado estreito para passar.

Eu fui caminhando e passei por ele, que segurou minha mão. Olhei-o, parando de andar e puxei minha mão.

— Calma, loirinha. Você é uma gata, sabia? E muito educada. O que mais você tem aí?

Ele provocou e pegou em minha mão de novo.

— Na..

Gustavo abriu a porta do terraço bruscamente e encarou nós dois, de cima a baixo. Ele parou o olhar em nossas mãos. Vitor segurava ainda.

Gustavo arqueeou uma sobrancelha, fechando a porta atrás dele.

— Atrapalho?

Ele perguntou. Seu tom irônico soou.

— Sim.

Vitor respondeu.

— Não.

Falei, por cima.

— Parece que atrapalhei mesmo.

Ele insistiu.

A cara de Gustavo de quem havia comido e não gostado era nítida. Em um português claro, ele estava puto da vida.

Puxei minha mão e encarei Vitor, ignorando Gustavo.

— Obrigada, Vitor. Com licença.

Dei as costas a todos e me direcionei para o banheiro.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora