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1 mês e meio depois.

Os dias se passaram, eu não tinha a mínima noção de quantos mas pareciam muitos.
Minha vida estava "normal". Quero dizer, aos olhos daqui: normal.

Eu estava aceitando um pouco mais tudo aquilo. Algo como costume realmente tem efeito. Todas as noites: vou a boate e faço meu trabalho, como deve ser.

Edgar, sempre tem seu programa marcado. Era um cliente presente. Voltava todos os dias. As vezes, apenas conversavamos. Uma intimidade muito grande foi criada entre nós. Ele era psicólogo, morava sozinho, divorciado e tem uma filha chamada Eduarda. Curioso era ele procurar prostitutas. Algo que eu iria descobrir o porque ainda.

Já sobre mim, por mais insistente que ele tenha sido, não sabia muito mais que meu nome e o da minha mãe. Ah, sobre a minha infância, ele arrancou algumas coisas como meu desenho favorito e minha inimiga do ensino fundamental.

Atendia cerca de 15 clientes por dia. Uma fila e tanto se formava mas a média que podíamos atender ali eram 10 e eu, atendia 5 á mais todos os dias. Questões de sobrevivência. Queria sair o mais rápido possível.

Mais um dia, acordo naquele quarto. Olho as dorminhocas e uma ideia madura me sobe a cabeça. Saio do quarto devagar, para não acordar nenhuma delas e corro até a cozinha. Procuro ali uma panela grande e uma colher de pau.

Volto devagar pela sala, com sorriso no rosto e quando estou pronta pra subir, a porta da sala se bate e eu grito, deixando cair tudo no chão com o susto.

— Que susto, porra!

Sussurro enquanto recolho minhas coisas no chão, emburrada. Vitor me olhava sorridente.

— Ta assustadinha, é? Devendo? Fazendo algo errado?

— Acho que sim!

Respondo, dando uma risadinha sapeca e piscando o olho.

Vitor franze o cenho e encara a panela.

— Que foi, descobriu receita nova?

Gargalho, mas logo me controlo.

— Não vou usar isso pra cozinhar, bobo.

— Não? Vai fazer o que?

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora