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Subi as escadas correndo e avistei o banheiro de longe com sua porta aberta. Aquele banheiro de cima me convidou a entrar e desabar.

Corri em sua direção,  quando entrei, bati a porta com força e me virei, apoiando-me nela

Pensa, pensa, pensa....

Fiquei ali, na porta, estática, por alguns minutos.

[....]

Caminhei até a pia e me olhei no espelho, molhei minhas mãos, depois levei elas até meu rosto e alisei-o. Pausei minhas mãos em minha boca e lembrei-me.

Gustavo..

Tudo aquilo tinha sido tão real. Eu estava perdida e confusa. Eu sabia o que tinha significado para ele mas para mim, por incrível que possa parecer, tinha sido diferente.

Ele sorrir, beijar, transar com ela agora. Ele poderia estar fazendo isso agora, com ela.

Espremi meus olhos, ao pensar na hipótese e soquei a pia, com força.

— Aí!

Sussurrei, sentindo a pressão do azulejo se chocar com meus ossos.

Respirei fundo e fechei a bica. Precisava de um banho.

É claro que, Gustavo nunca iria deixar sua noiva por mim, que trabalhava para ele. Eu não contava com isso. Esse sentimento confuso que estava aqui dentro, precisava parar.

— Burra, burra, burra, mil vezes, burra!

Repeti, frustrada.

[....]

Liguei a água e deixei ela cair sobre meu corpo. Aquilo me acalmava.

Depois de ficar um bom tempo ali, saí, peguei a toalha e me sequei. Penteei meus cabelos, antes de sair, deixando eles soltos. Minha barriga roncou, eu estava cheia de fome.

Me direcionei até a porta do banheiro, eu estava enrolada toalha e ajeitei ela, antes de sair. Abri a porta e levantei meu olhar para o corredor. Meu ar sumiu.

Gustavo estava a minha frente, com as mãos apoiadas na maçaneta do escritório. Ele me olhou, da cabeça aos pés e contorceu os lábios, me arrepiei, ele também.

Oh meu Deus!

O controle da minha respiração, foi embora. Já estava totalmente descontrolada, só com aquilo. Era tão pouco e muito, ao mesmo tempo. Aqueles olhos pretos estavam em chamas e eu, também.

Como saí do lugar e anda, mesmo?

Minhas pernas bambas não saíam do lugar. A mão dele, não saía da maçaneta e ele não se movia, assim como eu.

Tudo ao redor, chamava o corpo dele para mim, dentro de mim.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora