La puta

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Gustavo!

Olhei pra cima, nossos olhos se encontraram.

— Desculpa.

Ele sussurrou, me encarando com atenção.

Seu corpo estava rígido, ele não me soltava. Engoli em seco e desviei meu olhar, me soltando.

— Não tem problema. Licença.

Saí dali rapidamente. Aquele maldito cheiro de perfume forte me dava reações que eu não me permitia sentir. Sua presença me desconcertava mas se eu pudesse viraria um oficina e me concertava rapidinho. Era NÃO e NÃO pra aquele ser babaca.

Cheguei na sala e me sentei no sofá, não havia ninguém ali, respirei fundo, relaxando.

(...)

Gustavo sumiu. Dei glória a Deus.

Estava distraída, quando Patrícia desceu as escadas pisando forte, eu encarei-a. Ela correu até mim, ofegante.

— Gustavo está aqui?

Perguntou. Estranhei.

O que ela queria com ele toda alvoroçada?

Não te importa, Gabriela, foco.

— Sim.

— Onde?

Ela insistiu, procurando com o olhar. Parecia apressada.

Dei de ombros, respirando.

— Na cozinha, eu acho.

Falei, sem vontade.

Patrícia saiu disparada antes mesmo da minha frase terminar. Minha curiosidade aguçou mas me fiz de desentendida.

O tédio estava tomando conta, avistei algumas revistas encima da mesinha de centro e peguei. Comecei a folhear, com o pensando longe.

Gustavo e Patrícia, Gustavo e Patrícia..

(...)

Passou-se uns 10 minutos e Patrícia saiu da cozinha acompanhada de Gustavo. Me ajeitei no sofá, prestando atenção neles mas disfarçando com a revista. Eles passaram sobre a sala sem falar absolutamente nada e subiram as escadas.

Hurg, eu vou morrer de curiosidade. Caralho de asa!

Joguei a revista de lado e corri até as escadas. Fiquei encarando o topo.

— Vem comer, Gabi, tá pronto.

Me assustei com Manuela e me virei, como se tivesse devendo

— Que susto!

Sorri forçado e fui para a cozinha. Merda!

Durante o almoço, não consegui prestar atenção em nada, comia rápido, uma garfada atrás da outra. Mirela apareceu e sentou-se conosco. Todas estavam á mesa, menos Patrícia. Era minha chance.

— É, vou ir chamar a Patrícia, ela deve estar com fome, né?

Falei, me levantando.

— Gabi, acho melhor você não subir. Gustavo e ela estão trancados no escritório e eles passaram por mim com uma expressão não muito receptiva. Fora que ele não gosta de ser interrompido.

Mirela avisou. Eu queria ir mesmo assim. Precisava saber.

— Mas..

— Gabriela, fica quietinha aí, fica.

Paloma me interrompeu, com uma carinha de quem sabia que eu queria aprontar.

— Aí gente, só ia chamar a menina porque ela deve tá com fome. Então tá!

Me sentei, botando as mãos pra cima e rolando os olhos.

— Aham, sei.

Paloma me encarou. Bebi um pouco do suco, nervosa.

hurg!