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— Você pensa em ter uma família?

Edgar perguntou, quebrando o silêncio enquanto alisava minhas costas.

— Não é minha prioridade. Quem sabe.

— Por que não é sua prioridade?

— Porque não penso nisso, oras.

Tentei fugir, incomodada.

Edgar agarrou meu rosto, inclinando e encarou meus olhos.

— Qual sua prioridade? Isso aqui?

Insistiu ele.

Respirei fundo e saí de seus braços. Levantei e fui até a mesinha, pegando meu vestido. Ele continuou me encarando.

— Você pensa em ter mais filhos?

Perguntei, cortando-o.

Ele respirou e foi até mim, me impedindo de colocar o vestido.

— Penso, com você. Vamos, agora? Aí eu te tiro daqui e vamos casar.

Gargalhei assim que ele terminou de falar bem alto. Edgar agarrou minha cintura e segurou meu vestido em suas mãos. Ele me encarava sorridente, enquanto eu gargalhava.

— Você faz minhas noites.

Comentei, respirando e tirando suas mãos da minha cintura.

— Por que isso seria tão engraçado assim? E se eu te pedisse em casamento?

— Você nem me conhece, Edgar e eu não poderia sair daqui pra me casar.

— Por que?

— Edgar, chega.

Falei, irritada. Puxei o vestido de sua mão e comecei a coloca-lo.

— Não entendo porque você não gosta de falar sobre você. Pensa que eu não percebo que você corre disso?

Aquela insistência de Edgar me irritava completamente. Continuei calada. Terminei de colocar o vestido e calcei meus saltos. Fui andando até meus anéis e coloquei também.

— Se você percebe, não deveria insistir. Tenho motivos.

— Quero saber quais são eles.

— E eu não quero que você saiba quais são eles, respeite.

Rebati, sem pensar. Tinha sido totalmente grossa. Mas aquela insistência toda me irritava dos pés a cabeça. Eu queria me abrir com ele, contar tudo e me estressava eu não poder fazer isso.

— Desculpa.

Ele pediu, terminando de abotoar a camisa.

Engoli em seco e um clima pesado se instalou. Depois de alguns segundos em silêncio, caminhei até a porta e pausei, encarando ele.

— Então eu vou descendo, você vem?

— Não, vou tomar um banho ainda, pode ir lá.

Ele respondeu.

O semblante de Edgar chateado era nítido.

— Ok, boa noite, Edgar.

— Boa noite, Gabriela.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora