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Meu dedão esquerdo latejava, parecia que ia saltar.

Ouvi um barulho de porta se fechando, bruscamente, vindo da cozinha.

Meu coração acelerou na mesma hora e eu fiquei encarando para ver se vinha alguém.

Alguns minutos e nada. Foquei em meus dedos, disfarçando e por cima dos ombros.

Decidi colocar gelo e fui mancando até a cozinha.

A porta, agora, estava fechada e não tinha ninguém na cozinha.

Nossa, desceu só pra fechar uma porta esse capeta.

Bufei, revirando os olhos.

Fui até a geladeira, peguei a forma de gelo e uma sacola na bancada. Botei alguns cubos e amarrei a sacola.

Impulsionei meu corpo, subindo na bancada da cozinha e sentei-me ali. Pus meus pés pra cima e pressionei o gelo no dedão machucado.

— Aí, treco gelado.

Reclamei.

Fiquei alguns minutos ali.

A porta do terraço se abriu e aquele cheiro de perfume invadiu o lugar. Gustavo saiu de lá, me encarando. Me dei conta de que estava fazendo o mesmo. Disfarcei, olhando o gelo.

— Você se machucou?

Perguntou ele.

— Só bati o pé no sofá sem querer.

— Dez minutos sozinha e isso.

Ele brincou e sorriu.

Meu Deus, ele sorriu?

Concentra porra.

— Engraçadinho.

Ri.

— Toma mais cuidado, garota. E vê se vai sentar em algum lugar que dê, vai quebrar a bancada.

Ele avisou.

Pode ser em você? QUE? Não, pensamentos parem.

— Tá me chamando de gorda?

— Não, só estou falando que bancada não é lugar de se sentar.

— E onde é?

Perguntei, impulsivamente.

Nossos olhos queimaram se encarando e ele mordeu os lábios.

Gustavo enrrigeceu o corpo e passou as mãos sobre o rosto.

— Sofá, cadeira...

Ele respondeu e depois engoliu em seco.

Me recompus e soltei o gelo. Saí de cima da bancada e fui caminhando até a porta da cozinha.

— É.

Passei por ele, frustrada com a resposta. Gustavo segurou em meu braço, fazendo meu corpo voltar para trás. Ele me pressionou na parede, fechando meu corpo com os braços.

— Sofá, cadeira, eu.

Ele responde, firme e mordeu os lábios.

Minha respiração foi a loucura. Encarei seus olhos e lábios.

— Para com isso, senhor.

Sussurrei.

— Eu já to me irritando com esse teu jeito. Não tem senhor nenhum aqui.

Ele sussurou de volta.

Seus olhos pareciam entrar dentro do meu corpo. Aquele olhar remexia tudo dentro de mim, eu só queria arrancar a roupa dele e a minha. Uma pena, eu não podia.

— Me deixa sair.

— Não.

— Me deixa sair, Gustavo.

Gustavo deslizou as mãos sobre meu braço devagar, ele aproximou sua boca e  mordiscou meu lábio, chupando em seguida.

Eu queria para-lo mas meu corpo não me obedecia.

— Não quero, você também não quer.

Meu coração ia sair pela boca agora, eu tinha certeza.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora