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Me vi em um lugar com tudo branco.

Por onde quer que eu olhassez havia aquele oco. Parecia um filme de terror surrealista.

— Onde eu to?

Gritei. O som de eco se escoou para todos os lados.

— Tem alguém aí?

Mais uma vez, o eco tomou conta do lugar e agora, da minha cabeça.

Uma dor de cabeça forte invandiu meus pensamentos e um buraco negro se abriu no chão. Comecei a cair, tentando me segurar no escuro, enquanto gritava.

O bagulho foi abaixando e a dor de cabeça almentando.

Me despertei, ouvindo o silêncio. Tentei abrir meus olhos e a claridade de uma luz forte, em um teto, incomodou minha vista. Fechei os olhos, apertando e fui abrindo devagar.

Analisei meu corpo e eu estava em uma cama, com um monte de fios e perfurações no corpo. Minha boca estava seca e todo meu corpo estava dolorido e com câimbra.

Olhei pro lado e vi minha mãe em um pequeno sofá. Ela dormia, toda torta e com um semblante cansado.

— Mamãe?

Tentei chamar, minha voz saiu falha. Meu corpo estava todo fraco, eu mal conseguia me mexer.

Ela continuou dormindo.

Traguei a saliva e quando ia chamar novamente, a porta se abriu e Edgar me encarou, arregalando os olhos.

— Gabriela? Meu Deus! Um milagre. Enfermeira! Enfermeira!

Ele saiu, gritando.

Na mesma hora, minha mãe deu um pulo, vindo até minha cama.

— Filha! Meu deus! Céus! Obrigada, meu Deus! Obrigada!

Ela comemorava, me encarando emocionada e pegando em minha mão.

Passei a língua sobre meus lábios, estavam muito secos e eu estava um pouco tonta. Franzi um pouco o cenho e virei meu olhar pra ela.

— Mamãe, que saudade. O que tá acontecendo?

Perguntei, rindo fraco.

Uma enfermeira, muito bonita por sinal entrou na sala, acompanhada de um médico.

Mamãe se afastou e ela começou a verificar um aparelho ao meu lado.

O médico se aproximou, sorrindo e colocou um aparelho gelado em meu peito.

— Boa tarde. Você se recorda de seu nome?

— Sim, claro.

Respondi, ainda fraca.

— Está conseguindo nos enxergar direito? Quantos dedos tem aqui?

— Sim. Quatro.

Falei, rindo.

Ele deu um leve sorriso e a enfermeira começou a verificar meu corpo.

— Dona Gabriela, você nos deu um susto de sete meses, ein.

A enfermeira informou.

Na mesma hora fiquei confusa e arqueei a sombrancelhas.

— Oi?

— Você ficou em coma, durante sete meses. Seu estado era muito grave. Veio melhorando a duas semanas atrás e agora está conosco.

Ela respondeu, rindo.

Arregalei meus olhos, recordando-me de tudo.

— Gustavo! Onde está Gustavo?

Tentei gritei, levantando o corpo. O aparelho começou a apitar.

— Filha, por Deus, não faça muito esforço.

Mamãe pediu.

— Cadê o Gustavo?

Tentei gritar novamente.

— Dona Gabriela, seu estado ainda requer muita preocupação. Por favor, não fique agitada deste jeito. Sua mãe irá lhe explicar tudo. Por agora, se acalme e descanse.

O médico pediu.

Engoli em seco, me encostando na cama.

— Bom, dona Rosana, eu vou pedir alguns exames e continuar com a medicação, ok? Por agora, está tudo bem e ela é muito forte, está reagindo de forma positiva.

Ele explicou, em alto e bom som.

Edgar me encarava, no fundo da sala. Seu semblante fechado e preocupado permanecia ali.

Mamãe, o médico e a enfermeira saíram da sala, conversando.

Ela me olhou, antes de bater a porta.

— A mamãe já volta.

Avisou, saindo.

Respirei fundo, virando meus olhos para Edgar. Ele foi se aproximando devagar e pegou em minha mão.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora