119 - extra

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Casa dos Berroflat.

— Rosana, o que vou te contar agora envolve minha vida particular, mas não vou conseguir dormir a noite sabendo o que sei. Que não saía daqui, entendido?

— Sim, senhora.

— Ontem, Patrício e eu resolvemos fazer nosso "dia sem lei". Saímos para beber e no final decidimos fechar com nossa diversão de casal...

Rosana, apenas assentia, prestando atenção atentamente em cada palavra que saía da boca de sua patroa.

— Fomos a uma casa muito conhecida por mim, onde se tem garotas de programas seguras e então, fechamos uma e fomos direcionados ao quarto. Rosana, a menina que foi nos atender era..

Cecília desviou seu olhar de Rosana e sua coragem sumiu, ela não conseguiu terminar, seu coração estava apertado.

As lágrimas nos olhos da empregada não se conteram e rolaram. E com toda vergonha, ela completou para sua patroa:

— Minha filha, não é? Gabriela..

Cecília arregalou seus olhos. Seu espanto em saber que Gabriela lhe contou a verdade, foi enorme.

Incrédula, Cecília caminhou até sua empregada, sentando ao seu lado.

— Como pôde deixar a menina fazer esse tipo de coisa, Rosana? Santo pai, que tipo de mãe você é?

— Eu.. Eu.. Eu a perdi dona Cecília, perdi, eu.. não fui mãe, fui um monstro.

— Como assim, perdeu?

— Na mesa de jogos. Aquela época horrível que eu queria esquecer. A senhora sabe que eu era jovem, como eu era com os jogos. Oh Deus, eu perdi, perdi minha menina.

— Você vendeu-a, Rosana?

— Não senhora, nunca. Perdi-a por dívida, não tive como pagar e eles a levaram de mim, o tráfico de meninas. Me ofereci para ir mas não quiseram e só agora entendi o porque.

Rosana estava em prantos. Cecília pensava com o coração nas mãos na situação da empregada.

— Por que? Por que não falou comigo antes?

A empregada negou com a cabeça, sem ter forças para responder. E então, ela se levantou, andou até os lenços, tirou um e deu para sua empregada, olhando em seus olhos.

— Vamos tirar Gabriela de lá, eu prometo.

Fim do extra.

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