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Depois de alguns minutos ali. Me lembrei de Rodrigo, o advogado.

Levantei desesperada do chão e coloquei a carta encima da mesa. Corri até meu telefone-celular e procurei o número dele, ligando em seguida.

Chamou milhões de vezes e ele não atendeu.
Joguei meu celular sob a bancada e corri até meu quarto, abrindo a gaveta da minha mesa de cabeceira. Comecei a procurar o papel com endereço do escritório de advocacia. Eu sabia que tinha posto em algum lugar ali. Não encontrei e fui até meu armário, mexi em algumas coisas e me frustrei, não achando nada.

— Puta que pariu, tem que estar aqui!

Gritei, passando a mão pelo rosto e dando uma pequena conferida sobre o quarto. Visualizei meu casaco ao chão e lembrei, que foi com ele que eu tinha ido ao escritório, corri até ele e conferi os bolsos, logo, achei o papel. Dei um grito, comemorando e soltei o casaco.

Corri até o banheiro e tomei um banho. Voltei, arrumei os cabelos, coloquei uma lingerie, um vestido preto colado e meus saltos vermelhos. Peguei minha bolsa, o papel e joguei meu casaco por cima.

Passei na sala como um jato, desliguei o notebook, peguei meu celular e as chaves, saindo logo em seguida.

(.....)

Parei o carro em frente ao escritório. Saí, fechando e caminhei até a entrada. Dali mesmo, pude avistar a secretária de Rodrigo. Dei passos largos até a mesa dela, que me olhou assustada.

— Bom dia. Por favor, eu preciso falar com Rodrigo, eu não tenho hora marcada mas diga que sou Gabriela Malvarone e é urgente.

Eu supliquei ofegante.

— Bom dia, senhora. Ele se encontra em uma reunião. Eu vou anunciar a senhora e já te dou alguma resposta. Aguarde ali, por favor.

Ela respondeu, calmamente e me apontou o sofá de espera.

Sorri amarelo e fui até o sofá, me sentando.

(....)

Eu batia meus pés, roendo as unhas. Meu nervosismo era nítido para quem passasse ali. De cinco em cinco minutos eu levantava e perguntava algo para a secretária. Pobre secretária, inclusive, eu admito que não teria a paciência dela.

— A senhora pode subir, ele está te aguardando.

Ela me avisou depois de quase quarenta minutos.

Me levantei desesperada, puxando minha bolsa e sorri agradecendo.

Subi de elevador e assim que abriu, corri até a sala dele. Meus pés se embaralharam por conta do salto e eu me recompus antes de entrar.

— Com licença, Rodrigo!!

Falei, entrando. Ele me olhou e fez sinal com as mãos.

— Olá, Gabriela. Quanto tempo. Entre, sente.

— Sim, muito.

Respondi, me sentando.

— Então, em que posso ajudar? Quer um café?

Ele perguntou, levantando e indo até a mesa de café. Neguei com a cabeça.

— Não, obrigada. Então, eu queria pedir uma ajuda. Aconteceram algumas confusões, na verdade a minha vida é uma, você acompanhou um pouco. Enfim, a questão é que eu preciso de um favor, um grande favor, na verdade não sei se você sabe, mas queria, então, eu acho que você pode..

— Gabriela, se acalme. Respire fundo.

Ele interrompeu, rindo e veio com seu café até a sua cadeira calmamente. Ele se sentou, tomou um gole de seu café e me encarou.

Engoli em seco, eu estava me embaralhado toda, literalmente.

— Me desculpa.

— Relaxa. Só me fale diretamente, o que eu posso ajudar?

— O endereço de Gustavo. Quero saber se você sabe alguma coisa, onde ele está, uma pista, qualquer coisa. Eu estou desesperada.

Ele riu, pousando o copo de café encima da mesa.

Rodrigo desviou seu olhar para tela do computador e começou a digitar algo em seu  teclado.

— Fique sabendo você que isso é muito anti-profissional. Mas, eu seria um grande destruidor de reencontros se te negasse isso. Seria quase um pecado e eu quero ir pro céu.

Ele brincou. Agora escrevia algo em um papel.

— C-como, você sabe?

Perguntei, perplexa.

— Gustavo e eu não somos apenas advogado e cliente. Ele é um grande amigo. Toma. Vá atrás dele, vocês são merecedores de terminar com uma boa vida juntos. Boa sorte.

Ele estendeu o papel. Me emocionei, pegando e apertei sua mão.

— Obrigada, Rodrigo!

Ele assentiu com a cabeça e eu saí dali.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora