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— Entra.

O segurança ordenou, apontando pra porta.
Eu estava trêmula, não consegui sair do lugar, pisquei duas vezes, olhando pra porta e pensando se daria pra correr. Seria em vão.

Depois de muito pensar, me virei pra ele e dei um sorriso forçado:

— Será que assim... você não poderia me dizer, talvez, só por soltar, quem está lá dentro?

Ele revirou os olhos e bufou.

Mas que filho da... revirou os olhos pra mim! É mole?

— Entra, garota!

— Santo Deus! Você não pode ser gentil?

Ok, eu abusei da paciência dele.

Sai da frente e ele passou igual uma bala, abrindo a porta. Ele me puxou, mais uma vez pelo braço. Eu cambaleei pra dentro da sala feito um jato e quase cai, mas ele me segurou.

— Bem que você falou que ela era difícil. Está aqui.

Levantei meu olhar e Vitor estava sentado na cadeira. Ele sorriu, debochado e passou o olhar sobre meu corpo, engoli em seco mais uma vez.

— Pode sair, Danilo. Obrigado.

Relutei em tirar minhas unhas do palitó do segurança, mas ele conseguiu puxar.

Não Danilozinho, lindinho, fica. Não me deixa aqui sozinha com el...

O segurança caminhou até a porta e saiu. Minhas pernas bambearam ao sentir o olhar de Vitor fixados em mim.
Eu estava super-nervosa e ele me encarava sorrindo, sem falar nada. Resolvi me adiantar:

— Então Vitor, você quer falar comigo? Algum problema?

Vitor manteve seus pés cruzados e jogados por cima da mesa, ele rodava uma caneta em suas mãos. Seu olhar não saía de mim e seu sorriso maldoso estava começando a me incomodar. Ele estava super sexy, mas aquele silêncio todo estava me dando nos nervos.

Gotas de suor começaram a brotar na minha testa, e eu levantei a mão, limpando. Minha perna direita automaticamente começou a se remecher. Modo convulsão ativada.

— Falar? Ah, Gabi. Falar não é bem o que eu quero com você.

Ele soltou essa bomba sobre mim com a voz rouca e irônica. Meu estômago se embrulhou de nervoso e eu só pensava em correr.

— Eu. Vitor, eu..

O dicionário havia sumido do meu corpo. Eu havia voltado a ser um bebê que não sabia usar as palavras.

Vitor tirou os pés da mesa e levantou, estremessi. Ele jogou a caneta sob os papéis que estavam ali e sorriu mais ainda:

— Você não fez nada. Literalmente nada.

Eu estava me estressando com tanto nervosismo.

— Por que disso então?

— Justamente porque você não fez nada... ainda!

O tom malicioso em que ele usou, fez eu me arrepiar por inteira, e o ruim disse era que: não foi um arrepio bom.

Eu já havia capitado um pouco do rumo daquilo ali, só não queria acreditar. Queria correr e pensei na possibilidade de ter cinco mil seguranças do lado de fora.
Eu não queria nada naquela sala, tudo ali me lembrava Gustavo. A mesa, a caneta, o cheiro, tudo. Não! Ali não dava pra mim.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora