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Puxaram bruscamente a manta que estava em meu rosto, fazendo com que uma claridade insuportável tomasse conta dos meus olhos.

Pisquei-os lentamente, abrindo devagar.

Tinha um homem me encarando, em pé, por volta dele mais três homens, a tal Vitória também estava ali com a mesma cara de bêbada e o sorriso cínico nos lábios.

— Gosto dela.

Vitória debochou, olhando o homem de relance.

Ele pegou por um dos meus braços e me arrastou pra dentro de uma casa enorme. Engoli em seco, me sentindo um lixo sendo arrastada. Minha perna doía, eu gemia de dor, ele parecia não se importar.

Chegando lá dentro, ele me puxou mais forte ainda, subindo umas escadas. O homem abriu a porta de um quarto e me jogou no chão. Quatro meninas se levantaram, me encarando com dó, algo receptivo, de quem já havia passado.

Com os olhos marejados, coloquei a mão sobre a perna, encarando o homem.

— Minha mãe também é uma puta desastrada. Só que menos gostosa que você.

Todos gargalharam, menos as meninas.

Eu abaixei a cabeça, queria responde-lo, xinga-lo e mando-lo para a puta que pariu, mas era provável que a surra que eu acabei de escapar fosse realizada no momento em que eu abrisse meu bico. Continuei quieta.

— Saíam. Me deixe com elas.

Vitória ordenou para os 4 homens.

— Sim senhora, estamos aguardando lá fora.

Os homens saíram e fecharam a porta.

Vitória olhou para todas as meninas, passeava seu olhar lentamente por elas, ela parou em mim, dando alguns passos e abaixando-se.

Confesso que estava com medo. Ela era uma louca.

Meus pulsos pinicavam e eu estava nojenta de tanto suor. Ela desamarrou eles e beijou meu pescoço rapidamente, saindo.

Passei as mãos lentamente sobre meus braços, aliviada.

— Bem, bem, bem, docinho, está é sua nova casa.

Ela gritou, comemorando com as mãos pra cima. A alegria forçada dela era nojenta. Ela rodou e bateu algumas palminhas.

Agora sim, tinha certeza de que essa mulher era totalmente desequilibrada.

— Vitória, ela está machucada.

Uma ruiva se pronunciou, totalmente séria.

— Ah, besteira, Paloma! Minha gata, este é o seu novo lar, e estas, são suas novas colegas de trabalho e família.

Vitória continuou, animada.

— Quem é ela, Vitória? Por que está machucada?

De novo, a menina perguntou. O semblante dela preocupado era nítido.

— Sua nova colega de trabalho, Palominha. Gostosa né? Você terá concorrência agora, gata. Isso é uma bobeira, garanto que vocês resolvem.

— A gente? Ela precisa de um médico.

— Vou indo, minhas putinhas preciosas. Se comportem.

Ela ignorou totalmente tudo dito, mandou um beijo no ar e saiu, batendo a porta. 

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora