Eu ainda estava chateada.
— Depois. Como a senhora mesmo disse pra mim a alguns minutos, tempo é dinheiro. Mais tarde conversamos.
— Gabriela, é muito import..
— Na volta a gente conversa!
Interrompi, saindo.
(....)
Andei muito, fui em várias empresas e fiz algumas entrevistas. Já se passavam das seis horas da noite e eu só tinha recebido sorrisos amarelos com a maldita frase:
"Qualquer coisa entramos em contato."— Que droga, que saco! Santo Deus, eu só quero um emprego.
Reclamei, sentando em uma calçada.
Meus pés latejavam, minha cabeça doía e eu estava com um estresse sobrecarregado. A fome gritava também.Fiquei ali sentada por um tempo.
Quando olhei no relógio, já se passavam das sete, me assustei e levantei rapidamente.Na volta pra casa, foi um verdadeiro inferno, tudo conspirando contra.
Chegando na porta de casa, com a mão grudada á maçaneta, ouvi alguns gritos. Pareciam da minha mãe, fiquei totalmente paralisada e não entrei. Grudei meus ouvidos na porta e fiquei tentando escutar o som que vinha abafado dali.
— Vitor, por favor, fale com o seu patrão para me dar mais uma semana, só mais uma semana, eu irei resolver isso tudo.
— Desculpa Rosana. Meu chefe te deu um mês e o prazo é hoje.
— Vitor, por favor? Tenha piedade.
A voz da minha mãe saiu falhada e eu estava totalmente paralisada.
Que prazo? Prazo de que?
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La puta
RomanceGabriela, uma menina de 20 anos, se vê completamente perdida ao descobrir que sua vida foi uma grande mentira. Forçada a se prostituir para pagar uma dívida deixada por seus pais, ela acaba encontrando paz em situações inesperadas, entrando assim, e...