Do nada, ela parou de olhar a janela e virou-se bruscamente, me encarando. Patrícia caminhou até a porta, pisando fundo. Ela abriu, e saiu, batendo com força.
Maluca!
Suspirei e me deitei na cama. Fechei meus olhos e comecei a pensar em coisas aleatórias.
(....)
A porta do quarto se abriu novamente e eu mantive meus olhos fechados. Estava mentalizando uma música, quando a voz grossa de Gustavo escoou por ali, me assutando.
— Levantem!
Me sentei na cama, ligeira e encarei-o.
— Já está na hora de vocês se arrumarem. Tem uma mala na dispensa. Separem suas respectivas roupas, está tudo numerado. Alguma dificuldade?
— Não.
— Ótimo, vão.
Ele estava de costas para mim. Essas costas, com essa jaqueta de couro, preta, era um "aí Jesus" completo. A tatuagem, de uma caveira, em seu pescoço, ô deixava super-sexy.
Concentra.
As meninas se levantaram e caminharam até a porta, saindo. Me levantei depois de alguns minutos e caminhei até a porta. Minha mão ia chegar até a marçaneta mas fui interrompida. Gustavo agarrava meu braço.
Lancei um olhar ameaçador para ele.
— Essa sua mania de pegar no meu braço, oh caralho de asa, ein. O senhor pode me soltar?
Pedi, totalmente irritada e tentei puxar, ele segurou mais forte.
— Por que não colocou a calcinha e o sutiã? Eu não mandei?
— Agora você controla minha roupa?
— Não.
— Então pron..
— Nem a roupa, nem o meu tesão.
Ele respondeu, falhado.
Aquela voz, daquele jeito..
Me arrepiei por inteira. Senti minha respiração mudar na mesma hora. Engoli em seco, virando o rosto e apertando os olhos.
— Que droga, cara. Tem como você me soltar?
Gritei.
Ele começou a rir. Subi meu olhar para seu rosto, pronta pra xinga-lo.
— Caralh...
Não consegui terminar. O sorriso de Gustavo era muito branco e sobre-saia com a sua boca completamente avermelhada. Não tinha um ressecamento naquela boca. Eu só queria beijar, tocar e morder até arrancar.
Minhas pernas bambearam, eu precisava de ajuda. Meu corpo estava começando a dar sinais de desobediência. Eu odiava esse efeito.
Engoli em seco milhões de vezes, tentando me acalmar.
— Me solta, por favor, senhor Gustavo. Pelo amor de Deus.
Estava sem forças até pra falar. Minha voz falhou.
— Para de me tratar como senhor.
Ele pediu, calmo.
Seus olhos não desviavam-se dos meus. Contorci o rosto.
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La puta
RomanceGabriela, uma menina de 20 anos, se vê completamente perdida ao descobrir que sua vida foi uma grande mentira. Forçada a se prostituir para pagar uma dívida deixada por seus pais, ela acaba encontrando paz em situações inesperadas, entrando assim, e...