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Gustavo deu espaço para que Vitor continuasse.

- Então, era só isso. Manuela e..

Ele deu espaço para que eu falasse meu nome, debochando.

- Gabriela!

Respondi, seca.

Senti um olhar sobre mim que me dava calor só de pensar. Sabia muito bem quem me olhava nesse momento.

Me ajeitei no sofá e passei as mãos sobre minha testa.

Jesus, apague a luz.

Respirei fundo e levei os olhos fixos ao chão.

- Então, Manuela e Gabriela, para a cozinha: ensine-a o que for preciso, nessa recepção tem que estar tudo perfeito. Se não sair tudo perfeito, a cobrança vai vir. O resto, suba para o quarto.

- E ninguém vai trabalhar hoje.

Gustavo se pronunciou.

Subi meu olhar rapidamente, espantada.

- Como assim, Gu? Elas tem que ir lucrar o de hoje.

Vitória também se pronunciou, parecia indignada.

- Não quero ninguém cansado para hoje à noite, quero elas completas e não exaustas. Amanhã elas vão mais cedo para a boate e ganham o de hoje. E não quero contestação, Vitória.

Ele explicou e deu seu corte.

O semblante dela mudou e ela cruzou os braços.

Acho que alguém se irritou rsrsrs

- Agora, suba quem tem que subir, e vá para a cozinha quem tem que ir.

Eu me levantei para ir de encontro a mão de Manuela, que estava estendida para mim.

Senti uma mão segurar meu braço.

- Coloca uma calcinha e um sutiã. Esse vestido está uma covardia.

Gustavo sussurrou, rapidamente e largou meu braço.

Encarei seus olhos e ele mordiscou o lábio.

Aí, filho da puta....

Minha perna tremeu e eu me arrepiei.

Ninguém tinha visto, me desviei dele e peguei a mão de Manuela.

(......)

Nós fomos para cozinha uma e quarenta da tarde, saímos de lá cinco e meia.

Ela me ensinou como por cada talher, como se portar na frente dos convidados, como equilibrar as bandejas e servir. Aprendi tudo bem rápido.

Quando acabamos, me sentei sobre a bancada e soltei um suspiro.

- Nossa, to cansada.

Reclamei, passando as mãos sobre o pescoço.

- É assim mesmo. Pelo menos Gustavo foi bondoso uma vez na vida e não mandou nós fazermos trabalho duplo.

- Bondoso que nada, ele não quer é fazer feio pros convidados dele. Mas amanhã vamos ralar duas vezes mais. Filho da puta.

Contestei.

Manuela assentiu, concordando e ficamos guardando as bagunças.

Quando me virei para pegar o resto dos objetos sobre a mesa, Gustavo entrou na cozinha.

Ele passou feito uma bala, sem olhar para nada e destrancou a porta do terraço. Entrou e puxou a porta, batendo ela com força.

O barulho alto explodiu pela cozinha.

- Êta lasqueira! Bom humor da porra.

Sussurrei.

- Garota, segura essa língua.

Manuela me repreendeu.

Ri e voltei a ajudar.

(....)

Terminamos de guardar tudo e subimos. Quando entramos no quarto, as meninas estavam deitadas e em silêncio. Menos Patrícia, estava em pé, olhando fixo janela à fora. Deu pra perceber que ela estava longe. Me sentei na cama e fiquei observando ela.

La putaOnde histórias criam vida. Descubra agora