Capítulo 72

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Capítulo 72

|Morgana narrando|

Quinze horas e trinta minutos.
Terminei de arrumar minhas sete malas e coloquei elas na camionete que Tobias conseguiu com um amigo motorista.
— Quanta coisa, meu Deus! — Passei a mão na nuca e Luan riu.
— Por sorte arrumamos tudo hoje mesmo! — Suspirou aliviado.
— Preciso deixar essa carta para Tobias entregar ao meu irmão! — Peguei o envelope sobre a mesa.
— Tobias é gente fina, ele vai entregar a carta, fica tranquila! — Beijou meu rosto e eu assenti, pegando minha bolsa.
— Vamos para o aeroporto já? — O olhei e ele concordou com a cabeça.
— Vamos, preciso avisar que estamos indo de mudança! — Disse e eu assenti, concordando com a cabeça.
Terminamos de organizar algumas coisas e saímos direto para o aeroporto. Tobias nos levou em um carro e a mudança foi na camionete com o outro motorista. Eu ainda não acredito que estou fazendo isso, parece que algo vai dar errado, parece que não vamos conseguir e isso me apavora.
— Queria me despedir da minha avó, das minhas alunas! — Suspirei, me encostando melhor no banco do carro.
— Nós vamos voltar! — Luan segurou minha mão e beijou o dorso da mesma.
Chegamos no aeroporto por volta das quatro horas e quinze minutos. Eu estava ansiosa e nervosa com tudo que estava acontecendo. Parecia tão rápido e tão maluco, tanta coisa aconteceu em um único dia. Meu irmão descobre meu caso com Luan, Luan diz que me ama e agora vamos fugir.
— Vamos em um avião particular! — Luan colocou as mãos no bolso e eu o olhei confusa.
— Mas não íamos em vôo comercial mesmo e...
— Eu menti, porque tenho certeza que você não iria aceitar! — Coçou a cabeça e eu o olhei boquiaberta. — Eu pareço um mero pintor de quadros, Morgana, mas tenho tanto dinheiro quanto Benjamin!
— Eu não vou desistir agora, mas você podia ter me dito a verdade! — Cruzei os braços.
— Desculpa! — Segurou meu rosto e beijou minha testa. — Não vai mais acontecer de novo!
— Hum! — Semicerrei os olhos na sua direção. — Vou ao banheiro rapidinho, me espera aqui! — Pedi e ele assentiu.
Entrei no banheiro e procurei um box desocupado. Peguei meu celular e haviam várias ligações do meu irmão. Não vou retornar e não vou atender nenhuma outra. Preciso pensar mais em mim, esse é meu momento de nascer de novo ao lado de outra pessoa.
Saí do box e assustei ao ver Dolores encostada na bancada da pia.
— O que você está fazendo aqui? — Ajeitei minha bolsa no ombro.
— Vim me despedir, senhora! — Ironizou, cruzando os braços e me lançando um sorriso cínico.
— Me poupe, Dolores! — Fui passar, mas ela me puxou pelo braço.
— Não vou deixar você fugir e se sair por cima depois de ter ferrado minha vida! — Disse entre os dentes.
Me soltei com força e a empurrei.
— Cuida da sua vida, que da minha, cuido eu! — Apontei o dedo na sua cara.
Mais uma vez tentei sair do banheiro e ela me puxou pelo braço. A empurrei contra o enorme latão de lixo e fiz com que ela caísse sentada no chão. Corri na direção da porta principal do banheiro, tirei a chave e saí trancando a mesma. Deixei a chave por fora e me afastei o quanto antes.

...

A MULHER DO MEU IRMÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora