Capítulo 109

467 13 0
                                    

Capítulo 109

|Morgana narrando|

Eu e Luan começamos uma interminável discussão e ele continuava correndo com o carro, só diminuiu a velocidade quando escutamos o barulho da sirene dos carros de polícia. Escutei meu celular tocando e um número desconhecido apareceu na tela.
— Alô?? — Olhei pra trás e o carro estava mais próximo.
— Para esse carro agora, Morgana! — Benjamin esbravejou do outro lado do telefone. — PARA O CARRO! — Gritou.
— PARA VOCÊ DE SER MALUCO, SEU DOENTE! — Gritei e Miguel tentou pegar meu celular. — Sai, Miguel!
— Me dá isso aqui! — Miguel tentou mais uma vez e eu bati em sua mão.
— Acabou pra você, Benjamin! Já coloquei a polícia atrás de você, entendeu? A.C.A.B.O.U.
— Eu quero você e a bebê, não vou fazer mal nenhum pra vocês duas. — Sua voz saiu embargada e eu engoli seco. — Eu me entrego pra polícia se você parar o carro, Morgana!
— Para o carro, Luan! — Pedi e ele me olhou pelo retrovisor.
— Eu não vou parar, Morgana! — Esbravejou.
— PARA O CARRO OU VAMOS ACABAR SOFRENDO UM ACIDENTE, QUER MESMO ACABAR COM A VIDA DA SUA FILHA? — Esmurrei o banco e todo mundo ficou em silêncio.
Luan foi diminuindo a velocidade e encostou o carro no acostamento. Os outros três carros pararam quase atrás de nós e a polícia fez o mesmo.
— Vou descer sozinha, fica aqui com a bebê! — Entreguei Madalena pra minha avó e abri a porta do carro.
— Eu vou junto! — Luan murmurou.
— NÃO! — Gritei e ele me encarou. — Por favor, fica aqui! Me deixa resolver isso.
— Inferno! — Esmurrou o volante.
— Isso não vai dar certo! — Miguel negou com a cabeça e eu desci do carro.
Benjamin desceu do carro e eu pude ver uma faixa no seu braço, provavelmente por causa do tiro.
— NÃO SE APROXIME DA GAROTA OU VAMOS ATIRAR! — Ouvi o delegado gritando e Benjamin não deu ouvidos.
— Deixa. — Fiz sinal para o delegado e ele franziu o cenho. — O que você quer, Benjamin? — Fechei a mão com força quando ele se aproximou.
— Me deixa ver a bebê! — Murmurou.
— Deixa Madalena fora disso, fala logo o que você quer! — Esbravejei.
— Que você me perdoe!
— Benjamin...
— Se você me perdoar... eu entro em uma clínica de reabilitação, faço o que você quiser! — Seus olhos marejaram e eu engoli seco.
— Te perdoar não significa que iremos voltar! Eu já refiz minha vida. — Respondi e ele abaixou a cabeça, deixando as primeiras lágrimas escaparem. — Você é o culpado de tudo isso! Você acabou nosso casamento, com o nosso amor! Eu lutei até não aguentar mais, fui forte, tentei reerguer nosso casamento, mas você simplesmente me humilhou, me violentou da pior forma possível, me abandonou e me traiu!
— Eu me arrependi. — Soluçou.
— Sinto muito. — Respondi e ele voltou a me olhar. — Me deixa viver minha vida, eu tenho uma filha pra criar, tenho sonhos pra realizar. Segue seu caminho, procure um tratamento.

...

A MULHER DO MEU IRMÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora