Capítulo 63

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POV HARRY

Acordo com o som da campainha. O relógio do telemóvel marca a meia noite em ponto e pergunto-me quem seja. Lentamente ergo o meu corpo que há minutos estava relaxado. Sinto uma leve dormência nas minhas pernas e sento-me no sofá para me recuperar.

Esfrego a minha cara tentando dissipar o sono para longe. As pancadas na porta bem como o som estridente da campainha não param e espero bem que seja importante para estarem aqui a estas horas da noite a fazerem este basqueiro. Alevanto-me  o mais rápido possível cogitando todo o tipo de ideias malucas que me passam pela cabeça, para estarem a fazer este frenezim.

Abro finalmente  a porta. Fico perplexo quando visualizo diante de mim a figura da Ana. O seu corpo completamente encharcado pela chuva agora mais intensa. O seu olhar preocupado e assustado prevalece em relação aos seus olhos um tanto vermelhos provavelmente de chorar horas a fio, como se alguém tivesse andado a pregar-lhe alguma e eu fosse o seu porto de abrigo. Consigo ouvir leves soluços vindos da sua boca e pergunto-me o que tenha acontecido para ela estar aqui a esta hora e ainda por cima nestes prantos, como  se estivesse completamente acabado por algo que eu estou, com certeza, deserto para saber.

- Ana o que estás aqui a fazer? Tu dev..

Ana - Eu sei que não me vais perdoar Harry, por deus! Eu amo-te! Mas eu preciso de te contar! - Ela acaba por se quebrar Á minha frente e quem me dera não saber o significado das palavras que a mesma despoja em cima de mim.

- Acalma-te primeiro, o que é que se passou? Vamos entrar, anda.

Tento pegar o seu braço para a levar para dentro de casa, mas a minha ação não se realiza pois ela acaba por se ajoelhar á minha frente chorando desalmadamente. O timbre dos seus soluços aumentam e não sei o que fazer. Sinto-me á beira de um abismo. Por ela. Neste estado lastimoso. E eu não gosto nem um pouco do que se estou a presenciar.

- Ana? Mas que raio? Amor anda para casa, tu vais ficar doente e assim falamos melhor, por favor! - Pego o seu pequeno corpo pelos seus braços, acabando por a abraçar. As sua mãos agarram com um tanto de força e estou a começar a ficar enervado por ainda não saber o motivo para ela estar assim.

Ana - Por favor... Promete que não me deixas, promete isso Harry! - A sua voz preenche os meus ouvidos enquanto a balanço suavemente contra o meu corpo, em busca de a tentar acalmar.

- Ana mas que raio de pergunta, o que é que aconteceu? O que é que fizeste? - pego na sua cara olhando nos olhos dela e uma grande onda de nervosismo me preenche.

Ana - Tu não me vais perdoar, tu vais acabar comigo, eu não vou conseguir lidar com isso.. Apenas promete por favor.. - Os seus olhos deslaçam o contacto, fechando-se com força e agarrando o seu cabelo com a mesma intensidade.

- Eu estou a começar a ficar impaciente porra! Apenas conta-me!

Os nossos berros são audíveis pelo bairro inteiro e sei que da que nada temos a plateia da vizinhança para assistir. Mas nada disso me interessa quando o assunto é ela, quando está em jogo tudo por que lutamos juntos, um ao lado do outro. O meu corpo é continuamente preenchido pela água que cai sobre nós, e faz me relembrar aqueles momentos clichés dos filmes de romance que se tornam um pouco pirosos. Mas nada disto é piroso, isto somos nós os dois mais uma vez, penso eu, a começar mais uma discussão no que penso , não ser das últimas. O meu coração bate rapidamente enquanto tento perceber o porquê dela estar assim, o porquê de parecer estar quase a cair num buraco de onde provavelmente eu não a vou conseguir salvar.

- Conta-me por amor de Deus o porquê de estares assim Ana!! - Grito sem qualquer medo.

Estou me completamente a cagar se é de noite, se alguém está a ver ou se estou a ser bruto com ela.

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora