Capítulo 91

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Harry estava de costas para mim. Neste momento estava de tronco nu, já a abrir o botão das calças para se ir deitar.

Eu permanecia especada a olhar para ele, conrinuando sentada na cama como há precisamente cinco minutos desde que entrara no quarto depois do jantar com os pais dele.

Emoção era uma das coisas com as quais muitas das vezes nem eu própria conseguia lidar. Sentir que as outras pessoas estavam felizes com o que eu conseguira alcançar era dificil. Quantas vezes, aquelas com quem partilhavamos os momentos mais importantes das nossas vidas, nas nossas costas falavam mal de nós ou desejavam nos mal?

Felizmente, agora, estou rodeada de pessoas que são o oposto disso. Tirando o facto do Michael como é óbvio, mas isso já é outra história.

Os pais dele felicitaram nos e via se na cara deles o entusiasmo de virem a ser avós. Claro que com a nossa idade, deveria mos ter tido mais cuidado mas a realidade é que as coisas não se medem aos palmos. Se aconteceu é porque teve de acontecer. Estava destinado. Assim como eu e o Harry provavelmente estamos.

Nada dissera, embora. O seu tronco esculpido por deuses e repleto de tatuagens continuado virado na direção oposta a mim, dando a visão da imensidão das suas costas bem estruturadas e perfeitamente musculadas.

O Harry não faz parte daqueles rapazes todos musculados, com grandes biceps ou que treina esforçadamente nem, tão pouco daqueles franzinos que deixam a vida seguir a sua maneira de ser.

Ele é.. Intermédio? Ele faz um pouco de tudo. Corre, de vez em quando luta box ou joga um pouco de ténis ou até mesmo futebol. E não. Não é por gostar dele, mas ele lida com tudo de maneira perfeita.

É como se ele próprio fora esculpido por algum deus, que o torna tão bom. Tirando aqueles pés não é? Mas até mesmo isso eu gosto, pudera.

Aquelas tatuagens preenchem a sua pele, em alguns recantos da mesma. Cada uma com o seu significado. Cada uma com um tipo de dor diferente ou até mesmo algumas conjuntas com algo por de trás, um dor volnerável que o tenha levado a fazê-las. Nunca fiz nenhuma tatuagem. Sempre tive medo de agulhas mas, talvez, um dia ganhe o desejo e a coragem de puder finalmente fazer uma. Não digo uma grande, não. Mas talvez daquelas pequenas com pequenos símbolos ou até mesmo frases, de algo que me relembre de algo bom pelo qual passei ou pensei, ou de algo que me faça relembrar de alguém. A minha mãe por exemplo.

Harry não tem aquela complexidade de fazer por fazer. Percebo isso de cada vez que adormecia em cima do seu peito ou acordava e ocasionalmente o meu olhar pairava por exemplo no seu peito ou então nos seus braços.

Á primeira vista, parece algo desconexado, mas quando olhamos com atenção percebemos que realmente aquilo se dirige a alguém ou a alguma coisa que lhe desperta oy despertou a atenção. E, não existe mais nada no mundo mais interessante do que olhar para cada uma daquelas tatuagens. Cada uma o descreve. Traça a sua personalidade. E é nisso que eu gosto dele. Livre e de bom espirito.

Harry - Não te fartas de me olhar? - Cita ainda de costas voltadas para mim.

Se eu me cansasse aí seria outra história. Se tu soubesses..

- Não. Porque haveria?

Respiro fundo e fecho os olhos. Isto não vai acabar em discussão e muito menos eu e ele vamos voltar as costas ao sentimentos que nos pertence aos dois.

Foco-me então na minha respiração e nos pequenos sons que pairam pelo cómodo.

Harry - Não sei. Talvez por.. Talvez por estares à espera que eu diga algo ou que tencione resolver as coisas.

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora