Capítulo 84

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XXX - Onde é que está a minha filha!?

O pai da Ana entra pelo hospital não se preocupado com o restante que esperava na sala de espera. O seu rosto transpira de desespero quando nos cerca a mim, á minha irmã.

Estou como nunca estive antes. Perceber que ela estava com aquele monstro destrói-me por dentro. Cada parcela de mim. É culpa minha a ter deixado com ele. Se eu a quisesse mesmo teria lutado mais por ela e, ao contrário disso, apenas me revoltei como um estúpido.

A Ana sempre foi alguém que merecia uma atenção especial. Extra. Não é toda a gente que nasce já com um passado claustrofóbico. Cheio de lamentações e desastres. Ela é do tipo que se comove com tão pouco. Que faz tano por quem não merece. Eu não a mereço. Não mereço o seu amor. Ninguém merece. Ela é daquelas flores delicadas, em que mal tocas e ela fica murcha.

Sinto-me um traste. Sinto que deveria ter feito mais. Por ela. Por mim. Por nós.

Gemma - Ela está a ser observada e a fazer exames. Entro á pouco mais de uma hora - Decide acabar com o silêncio, respondendo ao pai da Ana.

Nem palavras tenho, quanto mais coragem para enfrentar a realidade, Dura.

Sr. Carlos - E não sabem de nada? Como é que vocês a acharam? 

O pai da Ana encontra o meu olhar atento e percebe a minha dor. Estou de rastos. Sinto como tudo tinha desabado assim que vi a filha dele naqueles prantos. Foi como se toda a minha vida tivesse sido sugada em termos de segundos.

Gemma - O Harry e eu estávamos preocupados. Assim que chegámos a sua casa e entramos... A Ana já estava inconsciente e.. - O seu choro soa.

- Eu tratei da saúde dele. Prometo que justiça irá ser feita e que ele não vai sair imponente. Prometo por si e pela Ana - Toda a raiva sai de mim e dito o que sinto olhando fervorosamente para o pai da Ana.

Sr. Carlos - E onde é que ele está!?

- Neste momento com a policia a prestar depoimento - Arremeço as mãos uma contra a outra estalando os ossos. Esse gajo vai pagá-las á séria.

Acabamos por falar mais um pouco e contar melhor de como tudo aconteceu. Os meus pais acabaram por virem ter connosco como igualmente a Cláudia e a melhor amiga da Ana, a Constância. 

Ela acabou por me reconfortar e dizer que tudo iria ficar melhor. Falou-me que tivera uma conversa com a Ana naquele mesmo dia e, que, a mesma estava para ir acabar tudo com o Michael para voltar para mim.

Só Deus sabe a coragem e força que tenho para lidar com esta situação. Quem deveria estar no sitio da Ana, deveria ser eu e não ela. E o difícil desta questão é, sequer, se ela irá conseguir ultrapassar isto. É complicado, não é algo dito normal que nos aconteça. É um assinto grave que merece atenção.

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Meia noite. Estou aqui já á provavelmente três horas com o restante da família da Ana e os meus pais e a Constância. Estou acordado. Não consigo comer. Beber. Falar.

Está tudo tão intenso que ninguém é capaz de se pronunciar. Estamos apenas á espera de respostas e incansavelmente olho para o corredor longínquo que está á minha frente. Ansioso que chegue alguém que seja capaz de nos transmitir o que se passou. Se ela está bem. 

É só isso que eu espero. Que ela esteja bem. Que possamos a estar juntos sem que nada ocupe o nosso lugar. Que finalmente tudo tenha um fim e que possamos ser felizes, isso se assim ela quiser.

XXX - Familiares de Ana Alexandre? 

Sr. Carlos - Estamos aqui! - Acena esperando que o médico se dirija até nós - Diga por favor doutor que a minha filha está bem! - Ansiosamente espera pela resposta do mesmo. Todos estamos.

XXX - Bem, desde já boa noite, a condição da menina é má e um pouco lamentável. Indicia caso de abuso e contém inúmeros hematomas e concussões.

Gemma - Oh meu deus - Chora escondendo a cara no meu ombro.

XXX - Só queria mesmo saber se a menina Ana tem namorado.

Todos olham para mim como quem diz " És tu! ".

Sr. Carlos - Bem, este é o Harry, é o namorado dela.

XXX - Então nesse caso necessito que me sigam até ao meu escritório por favor.

Acabamos por seguir o tal médico por entre o hospital. Olho para todos os quartos tentando verificar se Ana não está em nenhum. Entramos dentro do gabinete do médico.

XXX - Bem, sentem-se. O que temos para falar é algo sério e penso que demore um tanto - Acena para as cadeiras diante dele e depressa nos sentamos.

Sr. Carlos - Por favor, diga-me que ela não tem mais nada sério. A minha filha já passou por tanto - Exclama angustiado.

XXX - Por favor trate-me por Lucas. O caso da sua filha é complicado. Como anteriormente referi, ela tem vários hematomas por todo o corpo e concussões, tanto na cabeça como nas costelas. Provavelmente partiu uma delas, o que causou a dificuldade ao respirar. Estão agora a terminar os exames dela, mas suspeito que essa mesma costela tenha perfurado o pulmão direito dela.

O meu coração treme trémulo afligindo-me. Estou sem reação.

Dtr. Lucas - E por outro lado, num desses exames, á parte abdominal reparamos em algo, daí ter perguntado se a mesma tinha algum namorado ou algo do género - Dirige o seu olhar na minha direção.

- E o que encontrou? - Falo intrigado meio a medo.

XXX - Sei que a Ana, tendo em conta o registo, tem 20 anos. Presumo que tenha a mesma idade que ela - Não estou a entender nada - Por isso mesmo, digo até ao senhor para ter calma e ouvir o que tenho a ouvir Sr. Carlos. Nós encontrámos um embrião e segundo algumas análises e testes, a Ana estará grávida aproximadamente de 3 meses mais ou menos.

E o desespero que sentia, toda a ansiedade se dissipou. Toda a infelicidade que sentia as poucos se derretia. 

Eu vou ser pai. 

A Ana  vai ter um filho meu.

É impossível não gostar deste sentimento. Do pequeno que eu não reconhecia ser o meu tudo assim como ela.

Estou incapaz de lidar.

Sr. Carlos - O quê!?

O seu olhar conduz até ao meu e não é um olhar desapontado ou triste. Ele sabe perfeitamente que eu a mereço. Sabe de todas as formas ou feitios de como eu a consigo fazer feliz. 

De como ela está em segurança comigo.

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Aiiiiiiiiiiiiii a bombaaaaa!!!!

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«««All The Love»»»

Only Angel |PTOnde histórias criam vida. Descubra agora