Um dia novo começou. Encontrava-me a admirar o caminho que fazia pela primeira vez a começar a minha nova etapa na universidade. Tudo o que eu mais queria estava a realizar-se. Tudo pelo que lutei. Olhei para o céu, lembrando-me por momentos, no que seria se a minha mãe estivesse aqui ao pé de mim, a incentivar-me em cada passo que dava.
Ela estaria feliz. Eu sei que sim. Tanto em mim, na mulher que outrora me tornei, como igualmente na minha irmã e no meu pai. De pudermos ter encontrado a felicidade no meio de tanta luta cheia de garra e força.
Poderia dizer que a admirava. Nos feitos que ela tinha alcançado enquanto viva. Mas de alguma maneira, mesmo sabendo que não vivi a tempo de presenciar o seu toque, a maneira como expressaria o meu nome, fico contente de pelo menos possuir alguns traços característicos dela.
Sinto a sua presença enquanto a brisa do vento me bate suavemente no rosto.
Se algum dia a pudesse ver, nem que fosse apenas por uma hora, ou apenas dez minutos, não saberia o que fazer. O que dizer. Nada nem ninguém puderá apagar todos os momentos dificeis, pelos quais passei duramente, na minha vida. Ás vezes olho para a sua campa e consigo reconhecer todos os momentos enquanto criança, de quando lá ia.
Ouve uma vez que a minha educadora de infância olhou para mim com uma lágrima no canto do olho. Vi todas as crianças ao meu redor, os meus amigos, contentes por fazerem uma prenda característica, feita pelas suas próprias mãos, para o dia do mãe.
Eu lembro-me perfeitamente que não sentia qualquer pingo de felicidade naquele momento. E foi quando eu reconheci a emoção na sua voz, ao perguntar-me se queria fazer algo especial com ela, que percebi a solidão que tocava em cada canto do meu pequeno coração, naquela tenra idade. Prontamente, dei-lhe a mão e fui com ela para um canto da sala ficando á parte dos meus amigos.
Fizemos uma rosa. As pétalas feitas com papel de lustro vermelho, e a sua estrutura com um pedaço de arame, enrolado em papel de lustro verde. A mesma vinha com um pequeno papel agarrado á mesma. O mesmo expressava um "Amo-te mãe, onde quer que estejas".
No dia seguinte, segui o meu pai e a minha irmã. Paramos ao largo da sua campa e eu depositei a pequena oferenda com um enorme valor emocional, encostada ao pé da sua fotografia.
Nunca poderei agradecer o quão boa aquela senhora foi para mim. Para além de ser apenas uma educadora de infância, ela era muito mais. Preocupava-se sempre muito comigo. E nestes dias especiais, lembrava-se de fazer comigo algo que pudesse guardar na minha memória e, que, pelo menos pudesse retirar um pouco da minha dor, nem que fosse apenas uma lágrima a menos que derramaria.
Segui para dentro do edificio alto. Andei pelos inúmeros corredores que existiam e por um momento senti-me completamente perdida. O Isaac não estava ao meu lado. Inúmeras pessoas passavam ao meu lado, provavelmente raladas pelo facto de estarem atrasadas.
Sinto um encontrão forte e o meu rabo a embater contra o chão duro.
XXX - Oh, desculpa! Estás bem?
Alguns livros estavam estendidos pelo chão, quando encontro uma mão erguida na minha direção. Um rapaz alto, cabelos castanhos assim como os seus olhos e um breve rasto de barba, estava diante de mim a tentar ajudar-me a alevantar.
- Oh eu é que pesso desculpa. Estava aqui parada e...
XXX - Não, eu é que peço desculpa - Sorri - Eu estava cheio de pressa e nem sequer te tinha visto. Chamo-me Michael e tu?
Agarrei a sua mão ficando ao seu lado. Nada a comentar sobre a sua altura. Como sempre sou bem mais pequena, para variar não? Ahhhhh...
- Eu sou a Ana, deixa-me ajudar-te.
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Only Angel |PT
Romantik"A realidade é que não te amo com os meus olhos que descobrem em ti mil falhas, mas sim com o meu coração, que ama o que eles desprezam e apesar do que vê, adora apaixonar-se" Inicio(17-04-2020) Fim (11-09-2021) #229 EM STYLES - 26 de Abril 2020 #2...