Capítulo 85

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POV CONSTÂNCIA

Faz precisamente uma semana desde que me encontrei com a Ana. Uma semana de terror que se passou com uma ansiedade frenética. Poucos dias fazem desde que ela acordou e ninguém sabe o que fazer. Tanto o Harry como a família da Ana se sentem incapazes de demonstrar ou dizer a ela seja o que for.

Ela não fala.

Ela não come, muito menos bebe alguma coisa.

Ela apenas encara a parede do seu quarto como se aquilo lhe fosse dar a resposta a todas as questões que lhe pairam na mente. 

Como se as trevas da escuridão da mente dela, poluída pela tristeza, tomassem conta dela.

Ela foi violada.

Pela pessoa em que ela menos acreditava que lhe fosse capaz de fazer tal atrocidade.

A Ana não merecia. Ninguém merece passar por aquela dor, tanto fisicamente como dolorosamente tóxica á nossa cabeça.

O Michael está preso. Em pouco tempo foi a tribunal e foi acusado como culpado. Culpado por ter violentado uma presa. Talvez mais uma das muitas que ele tenha caçado.

Depois de tanto que aquela pobre rapariga passou, mais uma vez lhe passam a perna á frente. Mais uma rasteira. Uma pior que a outra. E sinceramente não sei se ela será capaz de alcançar a felicidade, pelo menos nem que por um segundo, sem sentir o que aquele imundo lhe fez passar.

- Ana? Por favor amiga. Fala comigo - Aperto mais uma vez a sua mão depois de lhe pedir pela milésima vez desde que entrei no quarto, para falar comigo.

A dor nos seus olhos castanhos é visível. Eu própria a compreendo. As mulheres sempre irão acabar por ser tratadas desta maneira violenta. Não digo todas claro, mas em dez mulheres, possivelmente duas ou três passaram por este mal. 

Nunca seremos perfeitos, isso é uma verdade lógica, até porque não existe a perfeição em ninguém. Nem mesmo Eva ou Adão foram, quanto mais esta gente que se julga ser maior do que outras e aproveitar-se da sua fraqueza.

Em todo o julgamento, o Michael só se soube rir. Um riso gélido mas ao mesmo tempo perfurante. Até ao ponto de o Harry se levantar para o espancar. Infelizmente o mesmo não conseguiu pois os policias o deteram antes mesmo dele o poder socar novamente.

Harry... Não quero nem imaginar a dor dele e a sua própria irmã encontrarem a minha amiga naquele estado... Nem sequer o pai da Ana e a Cláudia, embora estejam assim como o Harry e Gemma, a receber apoio psicológico, conseguem expressar o que quer que seja.

Mais uma vez beijo o seu rosto magoado ainda pelos hematomas negros e despeço-me dela em lágrimas.

Quem me dera que tudo isto fosse um sonho. Daqueles que no fundo, acabamos por acordar e reparar que tudo não passa disso. 

Apenas de um pesadelo.

 - Eu sei que és forte Ana. Adoro-te muito - Pouso a mão na maçaneta da porta, rodando-a e saindo olhando-a novamente.


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POV HARRY

- Constância! - Corro o corredor ansioso pela sua resposta.

 Constância - Hallo Harry, ela não falou comigo se é isso que me ias perguntar - Sorri triste.

- Mas porque raio.. - Enrolo o meu cabelo rebelde por entre as mãos, arfando.

Constância - Temos de ir com calma, isto tudo é ainda muito recente por ela, para nós - Pousa a sua mão no meu ombro tentando reconfortar-me.

- O problema é que eu não faço ideia de como a poderei fazer falar - Tento poder encontrar algum recanto de luz no meio de tantas trevas.

Constância - Vamos beber café, anda.

- Não quero eu preciso de a ir ver - Tento resistir.

Constância - Harry, entende isto. Nada nem ninguém a irá fazer falar se estivermos sempre a insistir. É como se estivesses a tentar como se algo fosse surgir antes do tempo. Ela precisa de espaço. Muito antes de ela ter a vontade para falar connosco, ela tem de tentar desencadear todos os puzzles que se formam na cabeça dela.

O seu olhar surge diante do meu. A razão está do seu lado e pouco depois dirigimo-nos para o bar do hospital. Depois se sentados com o nosso café diante de nós. Finalmente decido libertar o que tanto me ansia.

- E-eu não devia estar a falar isto mas...

Constância - O quê? - Beberica do seu café.

- Eu percebo perfeitamente. Se isto já é complicado para nós, o facto de aquele filho da mãe ter feito aquilo a ela, a um ser fantástico que não faz mal nem sequer a uma mosca... Para ela é cem mil vezes pior. Eu queria poder retirar parte da dor dela para mim. Queria poder dizer que ela será a especial á mesma, de todas as formas possíveis, mas... - As minhas pernas agitam-se uma contra a outra e encaixo o meu os meus dedos ao redor do meu lábio inferior, nervoso.

Constância - Eu finalmente sei que ela te merece, e tu vice-versa. Quer dizer - Ri-se levemente - Eu sempre soube. Desde o inicio. Vocês sempre serão especiais á vossa maneira e sempre se irão encaixar um no outro porque são de verdade soulmates. Fica a saber que sempre torci por vocês.

- Eu só queria poder ter aberto os olhos mais cedo, sabes? - As lágrimas caiem uma a uma - Queria poder ter dito a mim mesmo para lutar mais arduamente. Queria poder ter chegado mais cedo, só para não a ver assim, daquela maneira.

As lágrimas continuam a surgir sem parar. E mesmo até em pequeno, juro por tudo que nunca chorei com tanto fervor como neste preciso momento. 

Constância - Ninguém gosta nem gostou, mas se isto aconteceu é porque tinha de acontecer. Estava destinado Harry - Os seus braços acabam por me abraçar fortemente e desmancho-me cada vez mais contra o seu corpo - Acredita, ela sempre te continuou a amar. Até mesmo depois de ela estar a namorar aquele filho da mãe. Havia dias em que ela ligava d noite a chorar com ataques de ansiedade porque tinha saudades de ti - Aperta-me com mais força, sussurrando ao meu ouvido.

- O problema é que eu sinto-me incapaz de cuidar dela. Eu não a protegi. Não o suficiente - Ela acaba por me deslargar. Pega num guardanapo que estava na mesa e tenta me enxaguar as lágrimas.

Constância - O problema é que ela também precisa da tua força para se reerguer Harry. Nada do que disseste agora, retrava na verdade o que tu és. Acredita mais em ti!

- Eu queria muito que ela ao menos falasse comigo. Finalmente começa-se a pelo menos tratar um pouco mais a respeito dela, ela está tão pálido e ao mesmo tempo tão enfraquecida - Tento concentrar-me na sua figura enquanto tento acalmar-me.

Constância - Deixa as coisas seguirem o seu tempo Harry. Porque insistes tanto? Ninguém a pode forçar - Questiona. Devo ou não devo? Conto ou não conto?

- Eu...................

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OI OIIIII

O que acham que o Harry deva fazer? Conta ou não conta que a Ana está grávida? E o que será que vai acontecer?

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Já agora, gostaram da capa nova?

Kiiiissssseeeeess

«««All The Love»»»

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