Only Angel |PT

Capítulo 15

Acordo com uns raios de sol a bater no meu rosto e tento alcançar o meu telemóvel que está na mesa de cabeceira do lado do Harry que ainda dorme como um anjo. Tento debruçar-me por cima do seu corpo para assim puder alcançar o dispositivo electrónico quando sinto uns braços forte a emoldurar-me a cintura puxando-me para me sentar em cima dos seus quadris.

- Bom dia meu amor, não te chegou ontem? - vejo o meu anjo com um sorriso aberto na sua cara enquanto ainda permanece com os olhos fechados, provavelmente á conta da luz que vem lá de fora.

- Desculpa, eu acordei agora e queria ver que horas são - dou uma gargalhada.

- Hum... são, precisamente 10 da manhã bebe, mas podias continuar, estava a gostar - senta-se para assim me beijar, e miro os seus olhos agora com um verde mais brilhante devido á claridade que existe no quarto.

- Então, não te chegou ontem? - gozo com ele 

- Nunca chega... - inverte as nossas posições, ficando em cima de mim, beijado-me cada vez vez mais, voltando a sua atenção agora para o meu pescoço agora descoberto.

- Harryyyyy, vá alevanta-te sua baleia azul - contorço-me debaixo dele, tentando sair.

- Anaaaaaa chamaste-me o que? Não acredito que me chamas esse nome, quando ontem chamavas-me de gostoso... - dirige os seus beijos para o meu peito. Quando é que ele me tirou a camisola do pijama?!

- Amoorr, por muito que esteja a gostar, os teus pais e a tua irmã já devem estar acordados e eu não quero que eles presenciem alguma coisa.

- Eles não sabem se tu não fizeres barulho - desce cada vez mais e mais, deixando uma trilha de beijos molhados pelo meu torso chegando ao cós das minhas calças do pijama, enquanto olha nos meus olhos com um olhar e um sorriso malandro.

- Não te ponhas com ideias - riu-me para ele.

- Haaa, está bem, mas logo não me escapas.... - senta-se na minha cama e entrega-me a camisola, beijando-me.

- E então como estás? 

- Melhor impossível, tu fazes milagres - lança-me um sorriso.

- Ainda bem, eu ontem fiquei preocupada contigo.

- Eu sei mas... eu já estou  melhor bebe... - pela maneira como falou, vejo que ainda pensa no que aconteceu a algumas horas atrás, e não me contenho em perguntar-lhe. Eu realmente gosto dele e não quero que ele fique mal com o que é agora passado, sei bem como é..

-Queres contar-me o teu pesadelo?

- Eu... estou bem acho... é só que.. - dá um grande suspiro, e reparo no quão desconfortável ele está por falar no assunto - a minha mãe sofreu abusos, e ouve uma vez em que apanhei o meu pai a bater nela e... 

- Hey calma, não é preciso contares se não te sentes preparado para isso, eu estarei aqui para ti - afago a sua bochecha e ele agarra-me na mão beijando a mesma.

- Eu sei e eu estarei igualmente aqui para ti, só que, é passado e eu quero enterrá-lo, só isso..

- Shhhh... não penses mais nisso - abraço o seu torso nu. Já estávamos a alguns minutos assim agarrados, e não precisamos de palavras, apenas de nos sentirmos um ao outro... Sinto o seu corpo a ficar menos tenso quando oiço as suas palavras.

- A minha mãe sofria violência doméstica por parte do meu pai. Naquela altura eu era um menino de 11 anos quando ele perdeu o seu trabalho, e a partir daí vinha todos os dias bêbado para casa. Ouve uma vez que eu vi a minha mãe a ser estrangulada pelas suas mãos, e apenas não consegui não fazer nada - consigo sentir a dor que passa pelos seus olhos enquanto o mesmo continua, enquanto deslaçamos os nossos braços, quebrando assim o nosso abraço - eu agredi o meu pai para ele tentar parar, e ele virou-se contra mim. Estava prestes a espetar no meu corpo, um gargalo de uma garrafa qualquer partida pelo chão enquanto me sufocava, quando tu me acordaste...